tag:blogger.com,1999:blog-56197802796034754422024-03-13T21:24:02.436-07:00Aldeia GlobalCrônicas e Comentários JornalísticosCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.comBlogger300125tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-5407140289725250132015-02-23T05:54:00.000-08:002015-02-23T05:54:15.761-08:00Captalismo selvagem<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px;"> Essa expressão, cunhada lá pelos meados da década de 60, nunca foi tão apropriada ao seu significado quanto nos nossos dias. Ela pode sig</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px;">nificar várias coisas, ao gosto do freguês, mas traduz principalmente a prática de relações econômicas regida pela “lei do mais forte”, o desrespeito aos princípios da democracia e igualdade, em nome do lucro a qualquer preço, e quanto mais, melhor. Há 50 anos o capitalismo selvagem era só uma criancinha ingênua, se comparado à forma como vivemos hoje, sob total domínio, não de princípios, mas de fins econômicos.<br />As nossas relações humanas, sejam sociais, culturais e financeiras, encontram-se de tal maneira contaminadas pela ganância, pela usura, pelo desprezo pela ética, que acabamos nos sentindo ameaçados – e com razão – até pelas mais simples relações de sobrevivência que somos obrigados a ter, por exemplo, com os concessionários de serviços públicos, que diante da frouxidão dos consumidores e das autoridades, estão fazendo literalmente o que querem como o consumidor brasileiro.<br /> Campeão disparado do troféu Capitalismo Selvagem dos últimos cinco anos é o setor das telecomunicações. É fácil conferir, e eu pergunto ao amigo leitor se, nesse citado período, por acaso teve algum problema com serviços telefônicos, TV a cabo e internet? Se não teve é um felizardo...mas será que ninguém da sua família, amigo, conhecido, colega de trabalho...não conhece ninguém que não tenha tido pelo menos um probleminha com, vejamos, adquirir serviços sem viabilidade técnica, ser cobrado por serviços que não solicitou, ter o sinal interrompido sem qualquer explicação, querer cancelar um serviço e não conseguir, cancelar um serviço e continuar a ser cobrado por ele... enfim, a lista de problemas que essas empresas nos criam vão além da nossa simples e humana imaginação.<br /> Eu, pessoalmente, já tive todos eles, e não me lembro de conhecer ninguém que algum dia também não tenha tido um entrevero com uma dessas empresas. Errar é humano, mas não é o caso de empresas que dispõem de tanta tecnologia. Mas pior do que errar, é a persistência no erro, o que parece ser uma política institucional dessas operadoras, que aboliram o serviço direto em lojas, para melhor infernizar a nossa vida, via telemarketing. Para que ganhem mais sem deixar de cumprir o dever de atendimento, contratam aparentemente, pessoas sem o menor preparo e mínima escolaridade, cujo maior talento é prender você na linha por longos 20 ou 30 minutos, até que a ligação caia sem você ter conseguido concluir sua solicitação.<br /> Uma das maiores dificuldades é solicitar qualquer tipo de cancelamento. Tenho a impressão de que os humildes trabalhadores do telemarketing são ameaçados com o fogo do inferno, se aceitarem um cancelamento. Todos os obstáculos são colocados, jogam você de um serviço para o outro, até que no limite da exasperação, você desiste. E pensa, vou deixar para amanhã. Quando aliás, pode ter certeza, a tortura vai se repetir. Aí você consegue cancelar, e quando passa o tempo regulamentar, lá vem a conta do serviço que você cancelou. Eles esqueceram de comunicar ao setor de cobrança, e se você se atreve a não pagar, e reclamar, corre o risco de ter seu nome no serviço de proteção ao crédito.<br /> Ganhar o dinheiro do cliente a qualquer custo, não oferecer um serviço confiável nos casos de reclamações, trapacear acrescentando serviços não solicitados e cobrando por eles, fechar canais de ouvidoria impedindo o aperfeiçoamento do atendimento, tudo isso é capitalismo selvagem. São a ganância e a usura falando mais alto que o respeito ao cidadão, contribuinte, consumidor, ou enfim, ao palhaço que mantem a economia funcionando. Só para repetir o que a imprensa publica regularmente, temos os piores serviços de telefonia e os maiores preços desses serviços em relação à maioria dos países. Aliás, pagamos um absurdo por tudo.<br /> Está cada dia mais difícil contratar um serviço, recebe-lo, pagar a conta, e seguir com a vida. As empresas parecem querer desafiar os limites da nossa tolerância, sem se preocuparem com as estatísticas que, a cada ano, denunciam mais e mais variados desrespeitos ao direito do consumidor, desde que continuem se alimentando de um lucro indevido, que satisfaça a voracidade dos seus investidores. Mas também cabe a nós, consumidores, “botar a boca no mundo” e reclamar. Usar todos os meios e comunicação e redes sociais para reclamar. Perder seu precioso tempo e ir à Justiça, para aumentar o cordão dos reclamantes. Talvez no dia em que as multas e indenizações puserem em risco essa busca desenfreada pelo lucro, essas empresas, e também as outras como as do ramo financeiro, pensem um pouco mais antes de criar sistemas destinados a lesar quem trabalha para pagar suas contas.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px;"><br />Célia Borges</span>CÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-11251755266400064452014-09-16T15:40:00.002-07:002014-09-16T15:40:55.726-07:00ITATIAIA PERDE ALDA BERNARDES
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<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none;">
</div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieEiE5oJGMJlC00YfBpgX5cQLxEve9J_osg7Y8ZM0-GV4OKHsXVTEOjubLX-x_W3SJ6nLcDHrWR_f3FEUx0XJ6hncHnimH4Gx1jGJn9d3U8dGyqoyt_oHCGKLCAMABY-sNsEla91H750o/s1600/DSCF3497.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieEiE5oJGMJlC00YfBpgX5cQLxEve9J_osg7Y8ZM0-GV4OKHsXVTEOjubLX-x_W3SJ6nLcDHrWR_f3FEUx0XJ6hncHnimH4Gx1jGJn9d3U8dGyqoyt_oHCGKLCAMABY-sNsEla91H750o/s1600/DSCF3497.JPG" height="320" width="240" /></a></div>
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"><br />
Faleceu na sexta-feira (7/7) aos 87 anos, a presidente da Academia Itatiaiense
de História, professora Alda Bernardes de Faria e Silva, que dedicou a vida a
pesquisar, preservar e incentivar os estudos sobre a história e a cultura de
Itatiaia. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Fundadora,
e principal responsável pelo funcionamento e atividades da instituição, a ARDHIS,
Alda Bernardes escreveu diversos trabalhos básicos sobre o assunto, e foi
incansável incentivadora de pesquisas que muito contribuiram para o
conhecimento da história município.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Nascida
no seio de tradicionais famílias de Itatiaia, Cotrim e Bernardes, a professora
Alda começou a se interessar e pesquisar a história ainda jovem, logo formou-se
e que começou a dar aulas no então Grupo Escolar Ezequiel Freire, onde sentia
falta de materiais para ensinar a seus alunos sobre sua própria terra natal.
Desde então, passou a entrevistar seus familiares e outros moradores, anotando
tudo em inúmeros cadernos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Mesmo
durante o tempo em que viveu em São Paulo - onde formou-se fisioterapeuta e
trabalhou com notável desempenho profissional, casou-se com um médico, e residiu
até ficar viúva - Alda aproveitava suas viagens de férias à Itatiaia para
continuar suas pesquisas. Ao ficar viúva, em meados da década de 80, voltou a
residir em Itatiaia, dedicando-se mais do que nunca à história.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Atuou
no grupo de emancipacionistas, ao lado do irmão, Humberto Bernardes, e no ano
seguinte à conquista de condição de município, foi uma das fundadoras da
Academia Itatiaiense de História, ao lado dos coronéis Cláudio Bento, Lauro
Amorim, Geraldo Lavasseur França e Rubens Mader. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Nos
23 anos de existência da ARDHIS, Alda Bernardes sempre fez parte das
diretorias, sendo a presidente há cerca de uma década. Além de persistir nas
suas pesquisas, Alda escreveu trabalhos e foi a principal orientadora dos
demais pesquisadores da história do município, a quem nunca negou seus
manuscritos, documentos e livros. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Era
também colecionadora de móveis, louças, objetos de uso doméstico e artefatos
ligados à cafeicultura e pecuária locais, e que deveriam constituir o acervo de
um museu histórico que ela sonhava legar à Itatiaia, projeto que entretanto,
não pode ver concluído. Além de patrocinar com recursos próprios a maior parte
das atividades da Academia, ela também havia adquirido, há pouco mais de dois
anos, um antigo casarão, a Chácara Pequenina, destinada a esse projeto. (Célia
Borges) <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieEiE5oJGMJlC00YfBpgX5cQLxEve9J_osg7Y8ZM0-GV4OKHsXVTEOjubLX-x_W3SJ6nLcDHrWR_f3FEUx0XJ6hncHnimH4Gx1jGJn9d3U8dGyqoyt_oHCGKLCAMABY-sNsEla91H750o/s1600/DSCF3497.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a> </div>
CÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-3229181306098130982012-11-23T07:38:00.003-08:002012-11-23T07:38:43.753-08:00Brasil, o país do "faz de conta"
O titulo acima não é original, e já foi estampado em livro, e em inúmeros artigos, mas o que vêm acontecendo nos nossos dias o torna muito, e cada vez mais, atual. Meu primeiro choque com a consciência desse faz de conta veio por um artigo do ex-ministro da Educação Cristovão Buarque, e no qual, numa única frase, ele sintetizou a situação da maior parte da nossa população, em relação a esse tão importante setor da nossa vida e da administração pública: “No Brasil, os professores fazem de conta que ensinam, e os alunos fazem de conta que aprendem”.
Isso foi logo no início do primeiro mandato do Lula, quando esse admirável criador do “bolsa-escola” foi defenestrado, por conta de suas posições tão éticas quanto desconfortáveis para o governo. De lá pra cá, sua brilhante ideia inicial foi desdobrada em todo o tipo de oportunismo e manipulação política, com a distribuição de variados tipos de bolsa, invertendo totalmente o seu objetivo, que era privilegiar a obrigatoriedade do ensino e investir na educação. Que afinal, na equação desenvolvimentista do governo petista, acabou em último plano. E para constatar isso, é só olhar em volta.
É claro que esse “faz de conta” não começou com o novo século, nem com os governos petistas, mas é desalentador observar que o que era antes uma questão de “interpretação da realidade”, acabou se transformando numa pura e simples negação da realidade, e a sua substituição por uma espécie de nova realidade dialético-virtual, ou popularmente “tapar o sol com a peneira” via satélite. Para o grande contingente de analfabetos funcionais desse país, o que a televisão anuncia, é a verdade. O rádio tem igual credibilidade. E se a autoridade declara, o povo acredita. Ou faz de conta que acredita...quando se acomoda e não questiona, o que é o comportamento da maioria.
Não existe mais respeito à opinião pública, porque as nossas autoridades “decretaram” informalmente que não existe opinião pública. Afinal, se “como nunca antes na história desse país” tivemos um presidente que não lê, e que ainda declarou isso com uma espécie de orgulho, então até faz sentido que a maior autoridade do país “não sabia de nada” das falcatruas ocorridas durante seu governo. E dessa maneira, faz de conta de que nunca aconteceram. E digam o que quiserem ao contrário... porque não “estamos nem aí”.
Então, e por conta desta aparentemente aceita negação da realidade, todos os absurdos passam a ser possíveis, tanto nos poderes executivo, legislativo e judiciário, quanto nas diversas instâncias da administração pública, federal, estadual e municipal. Todos os dias somos brindados com mais exemplos de desonestidade, o que deflagrou uma espécie de “licença geral” para que cada um, empresas, pessoas e imprensa, torçam a realidade em seu proveito, antecipadamente justificados, e se acreditando “isentos de culpa”, diante do clima de impunidade que nos cerca por todos os lados.
Se o presidente, ou a presidente, anunciam uma medida hoje e são desmentidos pelos fatos na semana seguinte... tudo bem!!! Então as empresas concessionárias de serviços podem fazer cobranças indevidas, e esperar que os incautos não percebam, e assim ela vai aumentando seu lucro. Bancos e cartões de crédito também se arriscam a “cometer erros” sempre a custo do cliente, mas tudo bem, é só um engano, e você que passe meses tentando provar que tem razão. Empresas aéreas te deixam na mão, mas tudo bem, é assim mesmo... vivemos no Brasil, onde o cidadão, consumidor, contribuinte e eleitor, não tem direito à muita coisa. Você até pode reclamar, e se tiver um bom advogado, ter seu direito reconhecido. Mas se isso acontecer, pode se considerar uma “agulha no palheiro”.
Vivemos num tal labirinto de leis que nunca são cumpridas, que fica até difícil saber onde começam e onde terminam nossos direitos. Engabelados pelas estatísticas oficiais, que fazem propaganda de uma prosperidade que não vemos, acreditamos que o país pode realizar eventos de grande projeção internacional, como uma Copa do Mundo de futebol, e as Olimpíadas, enquanto pessoas de todas as idades, mas principalmente crianças e idosos das faixas mais carentes de renda, ainda morrem na porta dos hospitais por falta de atendimento.
A negação da realidade implica também num inversão de valores que nos remete às portas do caos social. Enquanto boas escolas e boas universidades poderiam nos redimir da dependência econômica, científica e cultural, seguimos na direção de um clientelismo sem volta, com bolsas de todos os tipos para matar a fome, mas sem a boa educação que ensinaria a pescar. Temos uma população enorme, cheia de jovens em busca de oportunidade, mas vamos importar mão de obra qualificada para sustentar nosso desenvolvimento industrial.
A falta de educação já desponta como uma espécie de doença social hereditária, passada de pais para filhos, e justifica todo o tido de violência que podemos suportar. Um exemplo disso foi matéria veiculada hoje na TV, sendo entrevistado um jovem assaltante, de 20 anos de idade, que cometeu latrocínio contra uma senhora de mais de 70 anos. “A culpa foi dela”, diz o assaltante: “Eu não queria matar, só pedi a bolsa dela. Mas ela reagiu e eu atirei. Eu só queria roubar”...
Amigo leitor, eu gostaria de fazer de conta que... sei lá!!! Ainda pudesse ser possível restabelecer a realidade, para vivermos num mundo de VERDADE!!!
Célia Borges
CÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-78856968350234917152012-07-12T14:41:00.001-07:002012-07-12T14:41:26.755-07:00DOM OTTORINO ZANON - UM ENSAIO DE HISTÓRIAFrango, coelho, cabrito. Muita verdura e legumes...o que o colégio Dom Ottorino Zanon produziu, durante mais de duas décadas, era suficiente para alimentar seus alunos, e ainda distribuir o restante entre os demais colégios da rede municipal. Construído e fundado para ser uma escola para crianças carentes, o Dom Ottorino Zanon foi afinal uma completa instituição de ensino, com ênfase no ensino profissionalizante, e que chegou a ter uma gráfica e uma marcenaria, e até uma fábrica de vassouras, para o aprendizado de seus alunos e para conseguir os recursos para sua manutenção.
O colégio foi criado pelo padre Flávio Azambuja no início dos anos 60, sensibilizado com o número de crianças órfãs e carentes da região, construído em terreno doado pelo Dr. Arnaldo Marzotto, e com apoio da comunidade local, especialmente os italianos que moravam em Penedo na época. Ele surgiu primeiro como um internato, sob o nome de Lar dos Meninos, mas posteriormente passou a semi-internato, aceitando também meninas, e como Patronato.
O ensino profissionalizante foi um dos principais objetivos do colégio, de forma a dotar as crianças ali atendidas de um ofício que lhes garantisse o futuro. No amplo terreno foi iniciada a criação de pequenos animais, assim como uma horta para atender ao ensino de técnicas de agricultura e pecuária, que passaram a abastecer a cozinha do colégio. Com o aumento do número de alunos, e diante da grande área de terreno disponível, a produção também aumentou, chegando a abastecer a merenda de outras escolas, durante os anos 70 e 80, e até mesmo, depois da emancipação de Itatiaia, a rede escolar do novo município.
Embora fundado, administrado e tendo professores padres e freiras, foi sempre um colégio leigo, sob o regime da secretaria municipal de educação de Resende até 1989, e após a emancipação, da secretaria municipal de educação de Itatiaia. Com a aposentadoria e falecimento dos religiosos no decorrer dos anos – inclusive do padre Azambuja, que é nome de rua em Resende – foram desmontadas, e vendidos os equipamentos da gráfica e da marcenaria. A criação de animais também foi reduzida, até acabar, restando no início dos anos 90 apenas a horta, assim como o curso de técnico agrícola.
O COLÉGIO NUNCA FICOU ABANDONADO: NÓS CUIDADOS DELE
O Dom Ottorino Zanon ainda tem na ativa, funcionários que ali trabalham há mais de 30 anos. Com mais de 25 anos, existem vários. É o caso da servente Maria Anália da Silva Esperança, que com 26 anos de serviço, tem o colégio como uma espécie de segunda casa. Alí estudaram seus quatro filhos, um dos quais é hoje engenheiro e trabalha na Embraer. E ali também ela aprendeu muito do que sabe hoje, como corte e costura, que estudou num dos muitos cursos que o colégio ofereceu para pessoas da comunidade, no decorrer dos anos.
O curso de corte e costura servia para que as alunas fizessem os uniformes do colégio, e era mantido juntamente com os de crochet, tricot e bordado. “Muitas pessoas aprenderam uma profissão e tiveram meios de ganhar a vida graças aos cursos do colégio, porque além de atender aos estudantes, os padres sempre tiveram grande atenção para com a população. As verduras e legumes, por exemplo, eles vendiam o que sobrava para os funcionários e moradores do bairro”, conta Anália.
Na época em que começou a trabalhar no Dom Ottorino, Anália diz que o colégio chegou a ter quase 2.000 alunos, que eram atendidos por onze ônibus escolares, trazendo estudantes de todos os bairros, devido aos cursos profissionalizantes: “Além do curso de técnico agrícola, que durou muitos anos, também teve o curso de formação de professores, e como era um dos poucos da região, vinha muita gente estudar aqui, até de outros municípios”, conta ela, que começou como funcionária contratada, fez concurso há 20 anos e hoje, aos 55 anos, já conta tempo para se aposentar.
Maria Anália, que ainda tem dois sobrinhos estudando no Dom Ottorino, faz questão de lembrar que há funcionários mais antigos que ela, como a merendeira Cida, que já trabalha lá há 33 anos. Os professores mais antigos já estão lá tanto tempo quanto ela, cerca de 26 anos. Ela mesma quando fez concurso, teve a chance de trabalhar em outro lugar, mas preferiu ficar: “Essa escola é um caso de amor. Muita gente que chega aqui, não quer sair mais” comenta Anália, sorrindo.
Ela só fica séria quando se pergunta pelas dificuldades que a escola passou há alguns anos, depois de perder os cursos profissionalizantes e ter passado mais de dez anos sem manutenção: “Não gosto de falar disso, porque não quero me meter em política. Só posso dizer que a escola não ficou abandonada, porque nós não deixamos. Vamos dizer que ficou meio adormecida. Mas nós cuidados dela nesses tempos difíceis, e é uma alegria ver que agora ela parece renascer, toda novinha e bonita”, diz ela.
Maria Anália se refere às obras, que estão sendo concluídas neste mês de julho, e que reformaram completamente o colégio, do telhado ao piso. “Só tenho pena que não tenha mais os cursos profissionalizantes. Os jovens de hoje precisam muito aprender uma profissão, isso seria muito importante para não ficarem desocupados nem cair no vício”, diz ela.
PORQUE UM ENSAIO DE HISTÓRIA
Considero o texto acima um ensaio, porque ele é apenas um esboço de uma história muito mais ampla, e que eu gostaria muito que os leitores ajudassem a escrever. Ainda pretendo entrevistar, para jogar um pouco mais de luz sobre o assunto, outros funcionários antigos do colégio. Mas gostaria de ter contato com pessoas que tivessem estudado e trabalhado lá nos anos 60, 70 e 80, para que pudéssemos resgatar nomes, fatos e datas, e assim reconstituir uma história que, estou certa, deve ter muitos belos capítulos.
Considero que a história é uma ciência dinâmica, e não aquele grupo de conhecimentos armazenados nos livros da estante. Aquilo que vivemos e fazemos, as nossas experiências pessoais, fazem parte de uma cadeia de informações que em algum momento vão se transformar em história. A nossa história individual é reflexo da nossa época, e partilha-la é uma forma de reconstituir o mosaico de conhecimentos sobre o momento em que vivemos. Assim, quem tiver a sua história dentro dessa história, seja benvindo para conta-la.
Tive grande prazer em pesquisar e escrever esse pequeno ensaio de história, e tenho enorme alegria em partilha-lo com vocês.
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-23829858630109795462011-10-16T13:53:00.000-07:002011-10-16T13:53:06.533-07:00ALDEIA GLOBAL – O Horror Econômico, a Febre de Poder e a retomada de consciência do cidadão comumA economia global já vem dando, há alguns anos, demonstrações de que segue como um trem fora dos trilhos... e que agora ameaça descarrilar de vez. Guiados por um conceito que toma a ganância como atitude muito natural, e refém dessa figura mítica em que se transformou o tal de “mercado financeiro”, para a qual o lucro é o único objetivo, a política e os negócios internacionais – através das pessoas que os exercem – foram tomados pela “febre de poder”, que desviou o foco das necessidades coletivas das populações, para se concentrar nos interesses corporativos de uma minoria de privilegiados...que são apenas os deles mesmos.<br />
Assim, as manifestações populares iniciadas há poucos dias em Nova York - questionando as condições em que vem sendo gerenciada essa economia global - e que vêm se alastrando por outros países, não são exatamente uma surpresa. Aliás, sinceramente, acho que demoraram muito. Foi preciso que o nó apertasse o coração daquela que é ainda maior economia global, os Estados Unidos, para surgir uma reação à altura do problema. Num mundo em que só o dinheiro manda, fala mais alto quem ganha mais. Mas foi só os norte-americanos darem o primeiro grito, que a zoeria se espalhou... e agora as populações pelo mundo afora começam uma monumental retomada de consciência, e indo para as ruas na tentativa de dar um basta a esse estado de especulação e expropriação que nos assola, nos mais variados níveis.<br />
O grande problema da economia global é que seus gestores, cansados de enganar “os trouxas”, também pretenderam dar uma volta na matemática, mas a ciência exata não é tão complascente como as pessoas, e chegou uma hora em que a conta não fechou mais. Parece brincadeira, mas é simples assim. Ninguém pode esperar lucrar sempre e mais, mas essa é a proposta das Bolsas de Valores. Não há como o crescimento aritmético das populações e das suas riquezas possam acompanhar uma busca de lucros em progressão geométrica. Mas o mercado financeiro se comporta como um dragão alucinado, que precisa de sempre mais. E quando falta dinheiro, maquia-se as contas, e inventa-se riquezas onde não existem... porque afinal, alguém vai pagar por isso, e não é o irresponsável que fez essa conta.<br />
Todo esse quadro que hoje vivemos já foi – e muito bem – delineado, num livro que acompanha as minhas insônias há mais de uma década, “O Horror Econômico”, da ensaísta francesa Viviane Forrester. Publicado na França em 1996, e com edição brasileira em 1997, o texto nos mostra bem a dimensão da cegueira que já predominava no campo econômico, desde aquela época, na medida em que a remuneração do capital extrapolava condições realistas, em detrimento da remuneração do trabalho e outros investimentos não financeiros. O resultado dessa equação maldosa seria o do desemprego crônico de parcelas das populações, o que só vem se confirmando com o passar dos anos.<br />
É lamentável que os doutos economistas, de aquém e d´além, com tanto acesso a informações, não tenham vislumbrado as conseqüências, e tentado evitá-las à tempo. Mas há o miraculoso fato de quanto os economistas são dados à sua própria prosperidade, como poderemos verificar nos currículos daqueles que foram autoridades no nosso país. Vários viraram banqueiros... essa deve ser a vocação natural de muitos economistas. Mas o fato é que não me lembro de nenhum que tenha levantado uma voz relevante, para avisar que navio muito pesado tem tendência para afundar. <br />
E enfim, esse é que me parece o grande problema da economia global, o fator humano, e a febre de poder daqueles que detém os nossos bens – como o tal mercado financeiro – e os nossos destinos – os governantes de países e grupos de países. Como lembrar a quem anda de avião particular, transita em limusines, e vive em ambientes climatizados, que há gente com fome lá fora, que há desempregados sem ter como sustentar suas famílias, que a pobreza gera violência que afeta aos trabalhadores...eles já sabem muito bem de tudo isso, e têm a firme intenção de resolver todos esses problemas nos próximos anos... quando já tiverem realizado todos os seus próprios sonhos de consumo e de grandeza!!!!<br />
Tenho a desagradável impressão de que, apesar de toda a “civilização” e tecnologia, nos aspectos humanos, continuamos séculos atrasados, sendo os reis e imperadores antigos, substituídos por novos déspotas econômicos, que decidem os nossos destinos ao sabor de suas ambições por mais e mais riqueza. O conceito de democracia está longe de atingir, se não a igualdade, mas pelo menos um certo equilíbrio econômico. Quem tem algum dinheiro, quer sempre mais... quem tem algum poder, não quer jamais abrir mão dele. E quem não tem poder nem dinheiro, vai reivindicar o quê e quando? Se o foco é cada vez mais poder e lucro, quando vai sobrar tempo e recursos para a ética, a igualdade, a fraternidade... tudo isso que todos os partidos, religiões e seitas pregam à exaustão, e que as corporações também prometem, sem a menor intenção de respeitá-las ou cumpri-las. <br />
As manifestações que se multiplicam por países de todos os continentes, e mesmo descontando as motivações locais de muitas delas, confesso que me dá um certo alívio. Eu já vinha me perguntando que mundo é esse em que eu vivo, que apesar de toda a literatura de ficção, vem desembocando num 1984 atrasado, num Admirável Mundo Novo, num verdadeiro “rock-horror-show” sem Inteligência Criativa...Credo!!! Deve ser por isso que estou fazendo – e precisando muito – de terapia. O Horror Econômico, até além do que previa Viviane Forrester, está aí, batendo à nossa porta, e além de protestar, acho que nem sabemos mesmo o que é o caso de reivindicar. <br />
Será que existe uma fórmula para combater o princípio da ganância que nos contagia, e que nos mantém prisioneiros da arrogância de quem tem mais dinheiro ou poder? Será que o erro está só nos outros, nos poderosos, ou também somos cúmplices, quando e se fazemos parte dessa corrente do lucro a qualquer preço? No momento em que temos a chance do “botar o nosso bloco na rua” para engrossar o coro em defesa de uma democracia verdadeira, que seja também uma democracia econômica, é tempo de também reconsiderarmos nossas próprias posições, e avaliar até que ponto estamos prontos para essa nova realidade, de retomar a consciência dos nossos papéis como cidadãos, e nos decidirmos a intervir na realidade. <br />
No Brasil, além das motivações internacionais, temos razões demais para protestar. Em nenhum outro país se paga tanto imposto, em nenhum outro os juros são tão altos, pagamos caro para combater a miséria, mas ainda assim as filas nos hospitais são intermináveis, o atendimento na área de saúde é pra lá de lamentável...populações continuam habitando em áreas de risco, e morrendo às centenas à cada ano...a educação está sempre abaixo da crítica, não temos mão de obra adequada para um crescimento em expectativa...e a corrupção leva embora grande parte dos recursos que poderiam ser investidos em tudo...ainda vivemos na idade dos feudos eleitorais... São tantos os nossos problemas, que é difícil até decidir por onde começar. <br />
A “febre do poder” é uma doença para a qual não se descobriu a cura, nem se desenvolveu nenhuma vacina. Ela se manifesta na forma da arrogância daqueles que chegam à uma situação privilegiada, e assim se acham superiores a todos e à tudo. Acomete sobretudo autoridades, como presidentes, senadores, deputados, juízes... e até categorias menos cotadas, como os reles vereadores.... até a pseudo-autoridades, como carguinhos em comissão, de gente que não sabe mandar nem em si mesmo...<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-24071740366676828592011-05-26T11:10:00.000-07:002011-05-26T11:10:50.007-07:00BIODINÁMICA - Workshop com Ebba Boysesen e novas turmas em Resende<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJiNQGQq2qpBIpKz_50fWePSTB1MokyMRbxtzfByHSLFii0uBrwxBq8ENjMd6VcXhGOPP4rUsr1TCAw9FnywQTBqhFZP_EOb4S40-aci-nhx3AMrzh72FXUoM-ePriwH7q3H-e6pwOVUA/s1600/Biodin%25C3%25A2mica.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="156" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJiNQGQq2qpBIpKz_50fWePSTB1MokyMRbxtzfByHSLFii0uBrwxBq8ENjMd6VcXhGOPP4rUsr1TCAw9FnywQTBqhFZP_EOb4S40-aci-nhx3AMrzh72FXUoM-ePriwH7q3H-e6pwOVUA/s200/Biodin%25C3%25A2mica.jpg" /></a></div><br />
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A psicoterapeuta norueguesa Ebba Boyesen, filha de Gerda Boyesen e cofundadora da Psicologia Biodinâmica, encontra-se em São Paulo para realizar workshop sobre o tema nos dois próximos fins de semana, 28 e 29 de maio, e 4 e 5 de junho. Radicada em Londres, e responsável pela formação de psicoterapeutas nessa abordagem desde 1971, Ebba aprofundou a raiz reichiana da Psicologia Biodinâmica, e mostrará os desdobramentos de seu percurso nesse campo.<br />
O primeiro encontro, nesse próximo fim de semana, terá o tema “Análise Segmentar e o Mapa Corporal Emocional, onde partindo da visão reichiana relativa à disposição segmentar da couraça muscular do caráter, ela desenvolve uma proposta inovadora de Vegetoterapia, na qual propõe uma nova divisão dos segmentos e inclui o toque como parte do processo. Tem como objetivo restabelecer o fluxo energético e a autorregulação do organismo. Neste trabalho articula o pensamento de Wilhelm Reich, Gerda Boyesen (sua mãe), Frederico Navarro e Stanley Keleman. <br />
No seguinte, 4 e 5 de junho, o tema será a Psicoenergética, onde, om base na Orgonomia de Wilhelm Reich, Ebba aborda a angústia do prazer, o desbloqueio do reflexo orgástico e aspectos do manejo da agressão frustrada, no sentido de canalizá-la para uma ação criativa. O local é Rua Fidalga 521, Vila Madalena, SP.<br />
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NOVAS TURMAS EM RESENDE<br />
Com as atividades iniciadas em meados de março passado, o Grupo de Movimento Biodinâmico, em Resende já está rendendo frutos, e novas turmas já começam a ser formadas. O trabalho é coordenado pela psicóloga Líliam Motta, em formação na especialidade pelo Instituto Brasileiro de Biodinâmica.<br />
Os interessados podem obter maiores informações, e inscrever-se, com a própria Liliam Motta, pelo telefone (024) 9251-8442. Ela esclarece que a atividade utiliza várias técnicas de psicoterapias corporais, aliando a dança ao teatro, eutonia, fisioterapia e ioga, entre outras.CÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-74265621440566164892011-03-13T11:39:00.001-07:002011-03-13T11:39:59.546-07:00ALDEIA GLOBAL - Malu Santa Rita (02/10/1946 – 10/03/2011)Uma das minhas melhores amigas partiu. E o melhor que posso fazer no momento é escrever sobre ela, enquanto me lembro dos bons momentos que partilhamos nesse nosso encontro tão transitório que é a vida. Tinhamos muito em comum, e também muitas diferenças. O que mais me lembro é do quanto nos divertíamos uma com a outra, o quanto ríamos por conta de um senso de humor que acreditávamos ser peculiar das mulheres librianas... e por tantas outras afinidades que nos faziam ser “irmãzinhas”, “bruxinhas”, e assim partilhar tanto alegrias, quanto tristezas e preocupações. E me lembrar de quantas vezes oferecemos os ombros, uma à outra, e de quanto levamos à sério e honramos aquele que é o mais puro e nobre dos relacionamentos, a amizade. <br />
Poderia escrever um livro sobre as experiências que partilhamos entre 1985, quando nos conhecemos, até 1995, quando por conta de ter ido morar no Rio, passamos a permanecer menos próximas. Nossos em encontros eventuais sempre foram a celebração do prazer dessa amizade, e mesmo quando não concordávamos em alguma coisa, sempre lidamos com essas diferenças com a delicadeza típica das librianas, essa espécie de linguagem mágica que transformou nossos momentos de convivência, quando não de alegria e prazer, pelo menos de saudáveis desafios. Com infinita saudade, segue o que me lembro sobre ela:<br />
Dinâmica, empreendedora, voluntariosa. É assim que a maioria das pessoas que a conheceram, vai se lembrar da empresária Malu Santa Rita, falecida nesta quinta-feira, 10 de março de 2011. Proprietária do Hotel da Cachoeira, construído e fundado por ela em 1976, foi também uma das principais idealizadoras da Associação de Hoteleiros e Similares do Penedo, criada no início da década de 1980, e que ela presidiu por mais de dez anos. Sob sua liderança, até meados dos anos 90, o turismo em Penedo ganhou projeção nacional, com a divulgação da Colônia Finlandesa e a criação do Festival de Trutas, entre outras iniciativas. Para garantir esse espaço, ela fez parte das diretorias de diversas entidades estaduais e nacionais ligadas ao turismo, como TurisRio e ABIH, levando o nome de Penedo à feiras, congressos e exposições turísticas em todo o país.<br />
Maria Lúcia Nogueira Santa Rita, nasceu na cidade de Santos-SP, no dia 2 de outubro, há 64 anos. Comunicação, arte e moda foram seus interesses, até que veio à Penedo como turista, no início da década de 70, e hospedada no Hotel Daniela, ficou tão encantada com o lugar que em pouco tempo adquiriu o terreno vizinho àquele hotel, construindo o seu próprio, o Hotel Cachoeira, que está completando 36 anos. Casada na época com o jornalista Chico Santa Rita, com fácil acesso aos meios de comunicação, Malu viu em Penedo um filão turístico com grandes possibilidades de sucesso, e que valia à pena explorar. Mas sua visão empresarial lhe mostrava que era preciso trabalhar em conjunto, e assim ela passou a se mobilizar pela criação de uma entidade representativa, a Associação dos Hoteleiros e Similares do Penedo, que veio dar um aspecto formal às diversas ações visando o crescimento turístico local.<br />
Naquela época, início dos anos 80, havia uma peculiaridade em Penedo, que era de serem mulheres a maioria do empresariado - tanto nos hotéis, quanto em restaurantes e lojas de artesanato - o que resultou numa diretoria da associação quase exclusivamente feminina. Unidas em torno de diversos projetos, sempre presentes às reuniões, esse grupo ficou conhecido como o “matriarcado do Penedo”, e que conciliando fortes laços de amizade com as necessidades das suas atividades profissionais, conseguiram promover eventos, e criar momentos inesquecíveis, na história cultural e social desse recanto encantador.<br />
Após a emancipação de Itatiaia, em 1989, Malu Santa Rita teve papel relevante na organização do setor no novo município, empenhando-se pela criação do Conselho Municipal de Turismo, do qual fez parte. Amiga pessoal do prefeito Luis Carlos de Aquino, e uma das idealizadoras do Parque Temático Casa do Papai Noel, trabalhou incansavelmente pela desapropriação do terreno, que acabou tendo que ser comprado por um grupo, e pela implantação do empreendimento, do qual acabou se afastando, juntamente com um grupo de sócios originais, para dedicar-se prioritariamente ao seu próprio negócio. Além do hotel, ela administrava nessa época também um novo empreendimento, a agencia de turismo CachoeiraTour. E estudava e trabalhava para especializar-se em turismo de negócios, visando a atender às novas empresas que chegavam à região. <br />
Seus esforços em busca do sucesso do Penedo, e sua maneira de ser, voluntariosa, nem sempre foram bem compreendidos, e após uma seqüencia de decepções pessoais e profissionais, Malu radicou-se em São José dos Campos, SP, há cerca de cinco anos. Há pouco mais de um ano foi diagnosticada como portadora de um hepatocarcinoma (câncer de fígado) tendo se submetido à quimioterapia, além de outros tratamentos. Apesar da doença, mantinha-se corajosa e só aparentando-a pela excessiva magreza. Decidida e independente, nos últimos dias optou por fazer uma dieta hídrica, na tentativa de reduzir um inchaço na barriga, e também a ocorrência de enjôo e vômitos. Seu quadro, entretanto, piorou, tendo sido hospitalizada no dia 7, e preferindo voltar para casa, e no dia 8, quando ficou inconsciente, situação que não se reverteu até seu falecimento, nesse dia 10 de março. <br />
A última visita de Malu à Penedo foi no feriado de 12 de outubro de ano passado, sendo que depois dessa data não conseguiu mais suportar a viagem. Antes ela vinha regularmente, e mesmo de São Paulo ela se mantinha na administração do hotel, que vinha tentando vender. Seu último contato com o hotel foi no dia 6 de março, quando resolveu questões administrativas com seus assessores. Destemida como sempre, e disposta a enfrentar a doença, no dia 4 de março ainda foi ao supermercado com a empregada. Nos contatos com os amigos, sempre se mostrava disposta, e falando dos seus próximos compromissos. A mulher bela e inteligente que conhecemos, partiu altiva e corajosa, como sempre.<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-19889707311940289222011-03-13T07:19:00.000-07:002011-03-13T07:19:46.889-07:00ALDEIA GLOBAL – Psicologia Biodinâmica ganha espaço em Resende<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzs2XnfQ12PTjrAUqHFJQS2yZWuTvOJ3Hdj9_cwV8T0U1eXEnvYhr8o8XPJyU1-LnSbwWQDH4V54LPaZGjChXZrSsNEIpxPGyO4kJqgFZ8MSnWVfa1zk299NteBLQZIZKhyphenhyphenswGND9fA5I/s1600/Biodin%25C3%25A2mica.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="156" width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzs2XnfQ12PTjrAUqHFJQS2yZWuTvOJ3Hdj9_cwV8T0U1eXEnvYhr8o8XPJyU1-LnSbwWQDH4V54LPaZGjChXZrSsNEIpxPGyO4kJqgFZ8MSnWVfa1zk299NteBLQZIZKhyphenhyphenswGND9fA5I/s200/Biodin%25C3%25A2mica.jpg" /></a></div><br />
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A Psicologia Biodinâmica, que se propõe a ser uma visão do mundo em que o corpo e a mente são elementos de um mesmo organismo, começa a ganhar espaço em Resende, com o início das atividades do Grupo de Movimento Biodinâmico, neste mês de março. Realizado em grupo, como o nome indica, esse trabalho tem o objetivo de aprofundar a percepção de si mesmo e do mundo, aumentar a vitalidade, o bem estar, e resgatar a capacidade de expressão criativa, pela desinibição e através do desbloqueio emocional. <br />
O Grupo de Movimento Biodinâmico, em Resende, está sendo coordenado pela psicóloga Liliam Mota, em formação na especialidade pelo Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica. Para informações e inscrições, ela pode ser acionada pelo telefone (024) 9251-8442. Liliam esclarece que são utilizadas técnicas variadas de psicoterapias corporais, como dança, teatro, eutonia, fisioterapia e ioga, entre outras. <br />
Segundo ela, “ao assimilar informações sobre si e sobre o outro, formam-se novos hábitos, expande-se a consciência e recuperam-se capacidades. O trabalho com Movimento significa ir à busca – interiorizar, conectar, constatar e expressar, dando direção. Através do desbloqueio das tensões, ativa-se a pulsação do organismo, amplia-se o fluxo e o equilíbrio energético. O resultado é um aumento da assertividade, desbloqueio emocional, redução do estresse e realização do potencial de prazer e alegria de viver.”<br />
O CORPO RESPIRA, PULSA, CRESCE, AMA, SOFRE, DESEJA, PENSA E AGE<br />
A Psicologia Biodinâmica tem como princípio a singularidade de cada ser humano, buscando incentivar sua criatividade, potência e espontaneidade, de forma efetiva, tolerante e não-invasiva. Enfatiza o amor, o prazer, o conhecimento, o trabalho e a espiritualidade como fundamentos para uma existência plena. A Psicoterapia Biodinâmica é sua aplicação prática, e se propõe a perceber cada pessoa como única, propiciando uma intervenção de acordo com suas necessidades e possibilidades, e que lhe permita conscientizar o que é inconsciente, em um processo gradual e profundo. <br />
Surgida na década de 1960, em Londres, quando teve suas bases teóricas e técnicas formuladas pela psicóloga e psicoterapeuta norueguesa Gerda Boyesen, a Psicologia Biodinâmica vem influenciando um grande número de profissionais em vários países do mundo desde então. Radicadas em Londres desde 1969, Ebba e Mona Lisa, filhas de Gerda, passaram a trabalhar como psicoterapeutas biodinâmicas, e auxiliaram a mãe a desenvolver seus fundamentos, inclusive escrevendo artigos em conjunto com ela.<br />
No Brasil, a Psicologia Biodinâmica surgiu através de psicoterapeutas que tiveram a oportunidade de contato na Europa, ao longo das décadas de 1970 e 1980, sendo influenciados por suas teorias e técnicas. Em grupos de estudo, cursos e supervisões, muitos profissionais foram tomando conhecimento dessas novas idéias, assim trazidas por eles. Essas idéias entretanto, foram assimiladas de forma difusa, juntamente com elementos de outras escolas neo-reichianas.<br />
Era uma época em que a divisão entre as diversas formas de psicoterapia corporal não era tão nítida, e todos estudavam e praticavam um pouco de tudo. Em São Paulo, entre os primeiros terapeutas que ajudaram a difundir os ensinamentos biodinâmicos, podemos destacar Antônio Carlos Godoy, Maria Mello, Regina Favre e Rubens Kignel, sendo que este foi professor de Biodinâmica em diversos cursos de psicoterapia corporal, naqueles primeiros tempos, além de ter organizado os Cadernos de Psicologia Biodinâmica – em três volumes, publicados em 1983 – e o livro Entre Psique e Soma, de Gerda Boyesen, em 1986, quando ainda não havia um curso de Formação em Psicoterapia Biodinâmica no Brasil.<br />
Essa situação só começou a mudar à partir de 1993, através de André Samson, que havia realizado a formação completa no Instituto de Gerda em Londres, e trabalhado por diversos anos como psicoterapeuta biodinâmico naquela cidade, e retornou ao Brasil em 1992. No anos seguinte, André e seu colega Ricardo, lançaram um curso de Massagem Biodinâmica, que acabou sendo o embrião do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica e do Curso de Formação, reconhecido por Gerda Boyesen, o primeiro no Brasil e na América Latina. Desde essa época, Gerda e sua filha Ebba já estiveram várias vezes no Brasil, participando de cursos, seminários e outros eventos, que vem ampliando a divulgação de seu trabalho no país.<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-47587968172702577852011-02-17T12:13:00.000-08:002011-02-19T06:30:34.559-08:00ALDEIA GLOBAL – Gustavo Praça lança “Cavalo Baio” no C.C.Visconde de Mauá<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtr38wAt9GOjfuhOSreFzSzFUNi7lS4tQbvTOq9HBOa3of9fMiCiE5gmGE7yA0Bd-x6_cX2ojdQun86BFdcjN3p4vfNxU8_LDMFQ-VXcfkDOeb9SOzbDli3UgM2Il20DfZ_TKHxde8AA4/s1600/Gustavo+Pra%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="166" width="117" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtr38wAt9GOjfuhOSreFzSzFUNi7lS4tQbvTOq9HBOa3of9fMiCiE5gmGE7yA0Bd-x6_cX2ojdQun86BFdcjN3p4vfNxU8_LDMFQ-VXcfkDOeb9SOzbDli3UgM2Il20DfZ_TKHxde8AA4/s200/Gustavo+Pra%25C3%25A7a.jpg" /></a></div><br />
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ALDEIA GLOBAL – Gustavo Praça lança “Cavalo Baio” no C.C.Visconde de Mauá<br />
O jornalista e escritor Gustavo Praça estará lançando, nesse domingo, 20 de fevereiro, no Centro Cultural Visconde de Mauá, o seu quarto livro, Cavalo Baio, em evento marcado para as 18 horas, com direito a autógrafos. A obra, que fala do mistério que abalou Penedo em 1960, é ilustrado pelo artista plástico Roberto Granja. <br />
A trama criada a partir de um atentado ocorrido no casarão da Fazenda Penedo, que funcionava como hotel na época em que se passa a história, se desenrola num cenário real. O autor mistura personagens fictícios com personagens históricos, como Toivo Uuskalio e Toivo Suni, pioneiros na fundação da colônia finlandesa. Alguns personagens fictícios são baseados em pessoas reais, como o jornalista que conduz a trama, inspirado no escritor resendense Macedo Miranda. <br />
O jornalista, hóspede do hotel onde acontece o atentado, decide investigar o caso, cujas pistas o levam a subir a serra, chegando a Mauá, Mirantão e Santo Antônio, região que também compõe o cenário do livro. Além da trama policial, a obra prende a atenção do leitor pela descrição minuciosa, quase cinematográfica, dos cenários onde a história se desenrola, retratando usos e costumes do povo desses lugares, e sua bela paisagem.<br />
Conhecedor como poucos da história e das histórias de Penedo, e herdeiro de uma tradição cultural familiar, que une arte e literatura, política e turismo, Gustavo já escreveu e publicou também “Capinando o Rio”, de crônicas, em 1994; As Caravelas do Apocalipse, em 1999, e Sonho do Filósofo Agricultor, de 2006, com entrevistas sobre Toivo Uuskalio, pioneiro da colônia finlandesa de Penedo. <br />
Para escrever Cavalo Baio, sua primeira novela policial – que ele faz questão de classificar como novela, e não como romance – Gustavo confessa que foi influenciado pelo escritor belga George Simonon, autor de vários romances policiais ambientados na França. “Em seus livros, Simenon humaniza a figura do detetive; assim como no meu livro o personagem que resolve fazer o papel de detetive é um jornalista”, comenta o autor, ele próprio jornalista, que há 30 anos trocou a grande imprensa do Rio por Penedo, e que segue como editor dos jornais Ponte Velha e Nariz da India, dois tradicionais veículos da região.<br />
Segundo ele, a formação de Penedo tem duas vertentes principais, os finlandeses que chegaram a partir de 1929, e os lavradores que desceram dos vales mineiros do alto da Mantiqueira, desde 1950, para praticar uma agricultura de subsistência. Mais adiante, a partir da década de 1960, incluem-se mais duas vertentes, dos empresários que vêm de fora para investir no turismo, e o grupo dos alternativos, que nos anos 70 fizeram a opção de sair das grandes cidades em busca de uma vida mais próxima da natureza, numa espécie de reedição do sonho de Toivo Uuskalio, e entre os quais ele se coloca. Todos esses tipos encontram-se retratados um pouco em cada um de seus livros.<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-825544395492299372011-02-17T11:35:00.001-08:002011-02-17T11:35:59.437-08:00ALDEIA GLOBAL – Big BaixariaHá algumas semanas recebi, e repassei para os meus amigos e contatos, um texto do Luis Fernando Veríssimo, sobre esse lamentável programa que é o tal de Big Brother Brasil. Aliás, o BBB e essas outras cópias que ouço dizer que existem por aí. Ouço dizer, porque não consigo perder nem um único segundo da minha vida para ver tanta bobagem e baixaria. O que não impede que toda essa futilidade invada meu espaço, e o de vocês, nas páginas de abertura dos nossos provedores, e nos anúncios das TVs. <br />
Não tenho muito a acrescentar aos comentários do Veríssimo, com seu proverbial talento para as palavras exatas, mas não resisto a dar alguns palpites, na esperança de mobilizar o cidadão expectador para lutar pelos seus direitos, e escapar desse espetáculo de mediocridade que nos assola, no que parece uma enorme quantidade de dias por ano.<br />
Num país que tanto sofre com a falta de educação – não só no sentido da escolaridade, mas também na falta de valores morais – é de se lastimar que tal tipo de programa se multiplique com tanta abundância, provendo a nossa TV desses shows de vulgaridade e promiscuidade, onde as notícias são quem beijou quem, quem agarrou quem, quem se esfregou com quem, quem trocou de parceiro e quantas vezes. É a exaltação do sexo sem conseqüências, numa competição de fofocas e esforços por revelar o mau caráter de cada um. Que vença o pior. <br />
Será que essa é a única fórmula para se conquistar audiência? Será que para ganhar mais dinheiro é indispensável nivelar a população por baixo? Será que é lícito que empresários da comunicação esqueçam suas responsabilidades éticas, e continuem apelando para uma programação de baixo nível, para manter seus faturamentos em alta? Será que alguém se orgulha de projetar no sucesso fácil o paradigma de um futuro para a nossa juventude, desestimulando o esforço e o estudo? Ah, as perguntas são muitas...<br />
Eu me lembro com saudades de outro tipo de programas, que existiram nos primórdios da TV, quando eu ainda era criança. Programas como O Céu é o Limite, uma competição para quem soubesse mais sobre algum assunto. Ou os programas de calouros, destinados a revelar novos talentos. Quantos estudiosos e artistas se revelaram nessa época? Quantos estudiosos e artistas poderiam ser revelados nos dias de hoje, se essas fórmulas de programa pudessem voltar, ainda que atualizadas? Quantas pessoas esforçadas e especiais – cientistas, pesquisadores, artistas e atletas - poderiam ter oportunidade de sair do desconhecimento, para contribuir relevantemente para a educação, a cultura, as artes do país? E merecer uma justa oportunidade para se desenvolver?<br />
Não vejo qual é o mérito de incentivar a mediocridade. Nem aceito a idéia de que é preciso dar ao povo pão e circo, engambelando-o para perpetuar a ignorância. Aproveito a oportunidade para dizer também que acho lastimável essa cultura funk, machismo retardatário que se esmera em transformar a figura da mulher, não em objeto, mas em lixo. Cito isso, porque esses motivos, juntos, me fizeram ser chamada de “déspota cultural”. O que é valido nos meios ditos culturais, onde o critério universal é aceitar tudo.<br />
Não se pode culpar o expectador do BBB, porque é só isso que a TV tem a lhe oferecer. Mas podemos culpar a TV por não dar acesso ao expectador a outras opções. Ou por criar essas opções e não colocá-las ao alcance do expectador, que é o que se faz com os canais oficiais. Mas o fato é que, se queremos mudar nossa cultura, se queremos melhorar nossa educação, esse processo passa necessária e indispensavelmente pela qualidade da programação da TV, que é o nosso meio de difusão mais amplo e abrangente, seja pelo melhor ou pelo pior. Pode ser um BBB, beirando a pornografia, ou uma nova produção, que exalte vocações e talentos, para as artes, ciências e literatura. O que desanima é que mudar isso depende de nós, e existem muito poucas pessoas, proporcionalmente à nossa população, dispostas a se mobilizar pelo país, pelos nossos jovens, pela nossa CULTURA.<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-76597012965579795642011-02-17T09:32:00.000-08:002011-02-17T09:32:49.988-08:00ALDEIA GLOBAL – O adeus a Isabella Cerqueira, a atriz que escolheu a montanha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmI3-x3IuHWs_COnbGok0kojJkgfARXgGB1KD1oy76EgS-wsvgkINXBGbd7XVgr8YKomck9d2BFOli0QfjgToAljQ_bP9CCgo2Ke2z84Fs1jncN4rAI6Fpi_UJbidipr07TYe-2f4T3Ec/s1600/Isabella+Cerqueira.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="200" width="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmI3-x3IuHWs_COnbGok0kojJkgfARXgGB1KD1oy76EgS-wsvgkINXBGbd7XVgr8YKomck9d2BFOli0QfjgToAljQ_bP9CCgo2Ke2z84Fs1jncN4rAI6Fpi_UJbidipr07TYe-2f4T3Ec/s200/Isabella+Cerqueira.jpg" /></a></div><br />
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Atriz de cinema, televisão e teatro, Isabella Cerqueira – falecida no dia 1º de fevereiro passado, no Rio de Janeiro - inscreveu-se na história cultural da região, por ter criado e mantido, juntamente com o marido, o cineasta Carlos Frederico, o Teatro da Montanha, que por mais de 20 anos foi palco dos mais variados eventos artísticos produzidos e exibidos em Visconde de Mauá. Baiana de Novo Mundo, nascida em 1938, aos 15 anos mudou-se para o Rio, onde estudou teatro e dança, tendo trabalhado como comissária de bordo, e depois como modelo, em Paris, tendo desfilado para a Maison Dior em 1960.<br />
Isabella estreou como atriz dois anos depois, na peça A Prima Dona, e no cinema, no mesmo ano, no filme Os Apavorados, última chanchada da Atlântida. Em seguida fez Cinco Vezes Favela, da Cacá Diegues, um marco do Cinema Novo. Em 1968 chega ao auge da carreira, estrelando Capitu, filme de Paulo César Sarraceni, que foi seu marido. Na televisão, foi destaque em novelas como Passos dos Ventos, de 1968, e A Cabana do Pai Tomáz, em 1971, além do seriado O Sítio do Picapau Amarelo, em 1978.<br />
No teatro, trabalhou nas peças Dura Lex sex Lex, no cabelo só Gumex, de 1965, Viver é Muito Perigoso, de 1968, Quinze Anos depois, de 1985, Amar se aprende amando, de 1987, e Cora Coralina, de 1989. Sua filmografia é mais extensa: Cinco Vezes Favela, 1962, de Marcos Farias; Os Apavorados, 1962, Ismar Porto; O Desafio, 1965, de Paulo Cesar Sarraceni; Proezas de Satanás na Vila do Leva e Traz, 1967, Paulo Gil Soares; Capitu, 1968, Paulo Cesar Sarraceni; Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite, 1969, Miguel Faria Jr.; O Bravo Guerreira, 1969, Gustavo Dahl; A Cama ao Alcance de Todos, 1969, Daniel Filho e Alberto Salvá; Barão Olavo, o Horrivel, 1970, Júlio Bressane; Lúcia McCartney, Uma Garota de Programa, 1971, David Neves; A Possuida dos Mil Demônios, 1971, Carlos Frederico; As Quatro Chaves Mágicas, 1971, Alberto Salvá; A Lira do Delírio, 1978, Walter Lima Jr.; Lerfa Mu, 1979, Carlos Frederico; Parceiros de Aventura, 1980, José Medeiros e O Mundo aos seus Pés, 1987, curta de Carlos Frederico. Seu último trabalho foi uma participação especial em Brasília 18°, de Nelson Pereira dos Santos, em 2006. No ano seguinte ela deu depoimento no documentário Panair do Brasil, de Marco Altberg. <br />
Em 1970 ela casou-se com o cineasta Carlos Frederico, e no ano seguinte radicaram-se em Visconde de Mauá, onde fundaram o Teatro da Montanha, palco onde apresentaram inúmeros de seus trabalhos, mas que também sempre foi aberto aos demais artistas e animadores culturais, com todo o tipo de espetáculo e evento, de circo ao lançamento de livros. Com o falecimento do marido e companheiro de arte, em meados da década de 90, Isabella ainda manteve o teatro por algum tempo, mas vendeu o local e mudou-se para o Rio. Na semana anterior ao seu falecimento, Isabella Cerqueira fez uma última visita aos amigos de Visconde de Mauá, nos quais deixará saudades.<br />
Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-22075826412870652042011-02-04T05:35:00.000-08:002011-02-04T05:36:56.951-08:00ALDEIA GLOBAL - A responsabilidade do cidadão na proteção da NaturezaEnquanto vemos as intempéries tomarem aspectos cada vez mais catastróficos, afetando as populações dos mais diversos países, e os governos e instituições de proteção ambiental gastando bilhões de dólares, euros e reais, em busca de soluções para o aquecimento global – e com remotas perspectivas de resultados – a maioria das autoridades ainda permanece insensível e desinteressada numa medida crucial, que é o envolvimento do cidadão como participante da preservação ambiental. O mesmo cidadão que contribui para a degradação com o lixo que produz, pode ser vítima de enchentes e outros desastres, resultantes dessa degradação. E é cada vez mais premente, para frear esse processo, que cada um assuma sua parcela de responsabilidade.<br /><br /> “A participação da população na preservação ambiental é a solução mais simples, mais barata e mais eficiente para se obter resultados”, afirma um técnico no assunto, o Presidente da Agencia do Meio Ambiente de Resende - AMAR, biólogo José Paulo Fontanezzi, e completa: “Essa medida pode até ter custos à curto prazo, mas a economia à médio e longo prazos, principalmente considerando-se o ganho ambiental, e tão grande que é até difícil de avaliar”. Em sua opinião, o primeiro passo para essa conscientização do cidadão é o incentivo à Coleta Seletiva do lixo, que pode ajudar a promover uma mudança de hábitos dentro da casa de cada um, envolvendo toda a família, e funcionando como uma aula prática de educação ambiental para as crianças. Mudando a mentalidade e criando o que ele gosta de chamar de “o novo cidadão”.<br /><br /> Segundo Fontanezzi, a Coleta Seletiva em Resende é uma prioridade. O aterro sanitário do município, que encontra-se em avançado estado de exaustão, é o único da região, e recebe também o lixo dos vizinhos Itatiaia, Quatis e Porto Real. São 130 toneladas por dia, suficiente para cobrir um hectare de solo com uma camada de dois metros de altura, todos os meses. O município já implantou a Coleta Seletiva em 16 bairros, e o projeto é ir ampliando esse atendimento gradualmente. Ele lembra que, além de minimizar o impacto ambiental, a Coleta Seletiva também pode dar uma contribuição social: “através de associações regularizadas pelo atual governo, os galpões de reciclagem são fonte de renda de quase cem famílias, beneficiando mais de 400 pessoas”. Há também no município entidades assistenciais que recebem lixo reciclável para venda, aumentando seus recursos, e até as próprias famílias podem melhorar suas rendas, vendendo seu lixo, como latinhas, garrafas e papelão.<br /><br /> As finalidades do lixo reciclável podem ser as mais variadas, e hoje podemos encontrar, através da internet, inúmeros “sites” voltados para o assunto, ensinando técnicas para o reaproveitamento dos mais diversos materiais. Nas últimas semanas um e.mail divulgava o invento de um cientista japonês que consegue transformar plástico em combustível. Não precisamos chegar à tanto, mas podemos reaproveitar muito do que atualmente jogamos fora. O que não podemos reaproveitar, serve para ser separado e encaminhado a alguma finalidade útil. É simples, é fácil, e nem custa muito esforço.<br /><br /> Uma das maiores defensoras da Reciclagem é a artista plástica Fátima Porto, também de Resende, que vem há cerca de quatro anos transformando, e promovendo a transformação do lixo em arte. Curadora da exposição itinerante Lixo Zero, ela conseguiu reunir um grupo de artistas da região, que já produziam, como ela mesma e seu filho Flávio Alex Porto, ou foram incentivados a produzir, obras de arte com materiais recicláveis, constituindo acervos renovados todos os anos, e que são exibidos em locais como Câmaras Municipais e escolas, inclusive divulgando técnicas através de oficinas para estudantes.<br /><br /> Fátima Porto é também uma incansável divulgadora do trabalho do biólogo Luis Toledo de Sá, que construiu, na localidade de Santa Rita de Cássia, que fica entre Volta Redonda e Barra Mansa, uma casa totalmente construída com materiais recicláveis, e com funcionamento baseado na proposta de reciclagem. Dos tijolos de embalagem TetraPak, paredes de garrafas, ao reaproveitamento de toda a água utilizada, a casa é um museu vivo de reciclagem, que vale à pena visitar.<br /><br /> A consciência ambiental, que produziu os exemplos acima, não deve ser um privilégio de poucos. Como diz o biólogo Fontanezzi, “é preciso fazer com que as populações questionem o seu modo de vida, e fazê-las entender que, se os recursos do planeta não tiverem oportunidade de se renovar, e sob a pressão de uma demanda constante de consumo exacerbado, a vida no planeta, como a conhecemos, acabará de forma dramática”. Segundo ele, por menor que possa parecer, a atitude na casa de cada um já vai fazer grande diferença. E pode contagiar a rua ou o condomínio. O bairro... e a cidade.<br /><br /> Para você ter idéia de quanto a menor das atitudes pode fazer diferença, seguem os quadros de custo ambiental, divulgados pela AMAR:<br /><br /> PAPEL – A cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se o corte de 1 hectare de floresta (1 tonelada evita o corte de 30 ou mais árvores; 1 tonelada de papel novo precisa de 50 a 60 eucaliptos, 100 mil litros de água e 5 mil KW/h de energia; 1 tonelada de papel reciclado precisa de 1.200 kg de papel velho, 2 mil litros de água e 1.000 a 2.500 KV/h de energia; com a produção de papel reciclado evita-se a utilização de processos químicos, reduzindo em 74% a poluição do ar e em 35% os despejados n´água; a reciclagem de uma tonelada de jornais evita a emissão de 2,5 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera; o papel jornal produzido a partir de aparas requer de 25% a 60% menos energia elétrica que a necessária para obter papel da polpa da madeira.<br /><br /> VIDRO – É 100% reciclável, portanto não é lixo: 1 kg de vidro reciclado produz 1kg de vidro novo; as propriedades do vidro se mantêm mesmo após sucessivos processos de reciclagem, ao contrário do papel, que vai perdendo qualidade; o vidro não se degrada facilmente, então não deve ser despejado no solo; para a produção de um material feito de vidro novo são necessários recursos naturais como areia, barrilha, calcário, carbonato de sódio, cal, dolomita e feldspato, sendo esse último um fundente muito raro; a temperatura para fundição é em média 1.500°C, necessitando de muita energia e equipamentos especializados; a reciclagem do vidro requer menos temperatura, economizando 70% de energia e permitindo maior durabilidade dos fornos; 1 tonelada de vidro reciclado evita a extração de 1,3 toneladas de areia, economiza 22% de barrilha (material importado) e 50% do consumo de água.<br /><br /> METAL – Matéria prima que requer exploração, processos tecnológicos sofisticados e altos custos energéticos, econômicos e ambientais; a reciclagem de uma tonelada de aço economiza 1.140 kg de minério de ferro, 155 kg de carvão e 18 kg de cal; na reciclagem de uma tonelada de alumínio economizam-se 95% de energia, 5 toneladas de bauxita e evita-se a poluição causada pelo processo, com redução de 85% de poluição do ar e 76% do consumo de água; uma tonelada de alumínio reciclada economiza 200 m3 de aterro sanitário; no Brasil, 64% (1,7 bilhões de unidades) são recicladas, superando países como Japão, Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal. Ponto pra nós!!!<br /><br /> PLÁSTICO – Derivado do petróleo, recurso natural não renovável, a sua reciclagem economiza até 90% de energia e gera mão de obra pela implantação de pequenas e médias indústrias; 100 toneladas de plástico reciclado evitam a extração de 1 tonelada de petróleo.<br /><br /> Pense nisso. Um mundo melhor também depende de você. Mãos à obra!!!<br /><br /> Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-65829127490952089442011-02-02T13:36:00.001-08:002011-02-03T06:41:33.636-08:00ALDEIA GLOBAL – Um estranho caso de condenação sem julgamentoUm cidadão, mecânico de profissão, pessoa conhecida em Resende, encontra-se preso desde meados de dezembro, sob suspeita de tráfico de drogas. Poderia ser um caso corriqueiro, se não fosse por certas circunstâncias estranhas que caracterizaram esse fato, e que vem despertando comentários na cidade. Em primeiro lugar, segundo o auto de prisão, aliás, dito “em flagrante”, o cidadão não portava nenhum vestígio de droga, nem com ele mesmo, nem no seu carro, que se encontrava estacionado próximo, e que foi devidamente apreendido e revistado.<br /> A droga em questão - uma pequena quantidade de maconha, doze gramas - encontrava-se na posse de outra pessoa, que caminhava ao seu lado, e que no momento da abordagem policial, optou por afirmar que a droga pertencia ao citado cidadão, de quem teria comprado, por R$ 20,00. Afirmando ser usuária, essa pessoa foi autuada e liberada. Já o cidadão que não portava nenhuma droga, ao chegar á Delegacia, encontrou a presença da imprensa, aliás de diversos veículos, diante dos quais foi fotografado e alvo de reportagens que o apresentavam como “Traficante preso em flagrante em Resende”, publicadas não só em veículos locais, como A Voz da Cidade e Diário do Vale, como até em jornais da capital, como o Extra e o Jornal do Brasil. Entre outros. <br />Na maioria dessas matérias, foi esquecida a circunstância de simples suspeição, tendo sido o cidadão tratado como um criminoso contumaz. Sem julgamento, e sem direito à qualquer defesa, essa pessoa foi condenada publicamente, para grande impacto de seus familiares, amigos e clientes, e principalmente para o filho, de apenas 15 anos, e a quem sempre o cidadão procurou proteger do acesso ao vício. Alvo de uma acusação circunstancial, e com provas no mínimo insuficientes, ele encontra-se preso desde 15 de dezembro, penalizado antecipadamente por uma culpa da qual nem sequer foi julgado. <br />A prisão do cidadão foi, obviamente, planejada, já que os policiais reconhecem que estavam “de tocaia”, e a imprensa já estava na delegacia esperando. Segundo o registro, o cidadão em questão havia sido alvo de denúncias, justamente por permanecer frequentemente no lugar onde foi preso. Sua presença no local estava incomodando alguém, possivelmente alguém poderoso bastante para mobilizar a força policial, e permanecer anônimo. Alguém poderoso bastante para justificar o esforço da força policial, em prender em flagrante um cidadão que não portava drogas, e mesmo assim foi submetido ao vexame de uma condenação publica, antes mesmo de ser julgado, numa injustificável presunção de culpa.<br />A presença do cidadão naquele local, uma praça, pode ter uma explicação muito simples, que o denunciante e a polícia preferiram não considerar: vítima de um acidente de trânsito há pouco mais de um ano, o cidadão em questão sofreu grave fratura num braço, o que o obrigou a uma cirurgia delicada, meses de imobilidade, e outros tantos de fisioterapia, para tentar recuperar os movimentos e poder voltar a trabalhar. Por ser local próximo à casa dos pais, já idosos, onde foi criado, e onde vai constantemente, em seus momentos de imobilidade forçada, costumava permanecer ali por algum tempo, em horário de almoço e no final da tarde, trocando “um dedo de prosa” com antigos moradores do local, que o conhecem bem.<br />Enquanto os verdadeiros bandidos, armados e portadores de grandes quantidades de droga, continuam à solta, um cidadão que é reconhecidamente pessoa pacífica, contra a qual não se atribui nenhum ato de violência, permanece preso por uma droga que não estava em sua posse, e nem se provou que era dele. Um cidadão que, por ser apenas suspeito, merece um julgamento justo, e não uma condenação pública antes mesmo de ser julgado, como aconteceu no caso. Se alguém denunciou, que se apresente e mostre suas provas. Se o policial, como declara no auto, viu o suspeito colocar a droga na bolsa da testemunha, porque não fotografou. Se estava tão longe para não ser visto, quem garante que realmente viu. <br />Como jornalista, me repugna ver a imprensa ser usada para condenar antecipadamente pessoas que não foram ainda julgadas, motivo pelo qual esse caso me mobiliza tanto. Mesmo que venha a ser inocentada no julgamento, essa pessoa estará definitivamente marcada como criminoso, como marginal. Fico impressionada diante da irresponsabilidade da autoridade policial, tanto quanto a dos próprios colegas jornalistas, em condenar alguém sem a confirmação judicial da culpa. Isso nos remete ao nazismo, e não a uma democracia onde se respeita os direitos do cidadão. Inocente ou culpado, a imprensa já condenou esse cidadão diante da comunidade. <br />A maioria dos fatos acima é de conhecimento público, e podem ser verificados através da internet, nas notícias publicadas no dia 16 de dezembro do ano passado, e dias seguintes, nos jornais citados. Mesmo que inocentado, quem dará trabalho à essa pessoa, depois de publicamente condenada como traficante? E ainda que culpado, onde ficou o seu legítimo direito de defesa? Se fosse seu filho, seu marido, seu parente, o que você diria de uma prisão nessas circunstâncias? Como você pode se sentir seguro, se basta uma denúncia anônima para você ser transformado num criminoso?<br />Se o cidadão for culpado, que seja julgado, à tempo e à hora, no momento certo. O que é inaceitável é que a autoridade policial promova a condenação de alguém, por motivo fútil – como a apreensão de menos de 20 gramas de maconha – e sem a devida comprovação do ilícito. A palavra de uma pessoa contra outra, no mínimo, é um caso de dúvida razoável. Não seria de surpreender que alguém, diante de um risco pessoal de ser acusada de tráfico, acuse o outro que esteja ao seu lado, para se livrar do flagrante e da prisão.<br />Que a polícia e a justiça combatam o tráfico de drogas, é atitude que só merece o nosso aplauso. Mas o caso em questão mostra que, nessa luta, se permite o abuso da autoridade, em circunstâncias que podem penalizar quem não merece. Por trás desse suspeito, um mero número num processo policial e judicial, existe um cidadão, com sua família aflita por respostas, e que está sendo condenada, talvez injustamente, junto com ele.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-8309629748689296172011-01-30T04:52:00.000-08:002011-01-31T07:35:34.593-08:00ALDEIA GLOBAL – Um piano para Visconde de MauáO Centro Cultural Visconde de Mauá, que tanto vem trabalhando para manter a vitalidade das atividades culturais na nossa região serrana, ganhou, merecidamente, um piano – que apesar de usado, encontra-se em ótimo estado. O doador foi o Maestro Marco A.B. Coutinho, de Brasília, que também conseguiu seu transporte, de “carona” numa mudança, até Niterói. Para vir de Niterói até Visconde de Mauá, entretanto, o custo está orçado em R$ 1.300,00, o que está acima dos recursos próprios do Centro Cultural, que também não poderá usar a verba do Ponto de Cultura, por tal despesa não estar prevista no orçamento.<br />Dessa forma, a única maneira de trazer o piano para Visconde de Mauá será contando com a ajuda da comunidade, que poderá fazer suas contribuições através das contas Itaú agencia 0320 e c/c 55664-0 ou Banco do Brasil agencia 0131, c/c 23670-5, ambas no nome de Márcia do Patrocínio G. Silveira, CPF 291661601-20. Márcia Patrocínio aproveita para agradecer a doação de um violino, pelo Alexandre, da Mauatec, que vai atender à turma de 16 estudantes desse instrumento musical. <br />Também nesse início do ano começam a ser recebidas as anuidades do Centro Cultural Visconde de Mauá para 2011, à partir de R$ 50,00, e que podem ser depositadas também nas contas acima. Márcia lembra que é preciso enviar e.mail confirmando a contribuição. Os recursos dessas contribuições são usados para a manutenção das atividades do CCVM, que oferece aulas de música e outras atividades culturais, para todas as faixas de idade, e criando eventos para a comunidade da região serrana. <br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-36558985491994846392011-01-16T05:25:00.000-08:002011-01-16T05:26:46.918-08:00ALDEIA GLOBAL – A sede de poder e as vidas desperdiçadasAs chuvas de verão na região sudeste do Brasil, e especialmente no estado do Rio de Janeiro, são tão previsíveis quanto a ambição desenfreada dos nossos políticos, quando chegam ao poder. A expressão “tragédia anunciada”, embora tão desgastada pelo uso, continua mais atual do que nunca. Não duvido que, até o final desse janeiro de 2011, tenhamos mais de mil vítimas à contabilizar em enchentes e deslizamentos de terras. Isso se a chuva der uma trégua.<br />Assim, é surpreendente que o nosso governador, recém-reeleito, tenha aproveitado justamente essa época para tirar férias na Europa. Férias que teve que interromper, é claro, diante dos trágicos acontecimentos – não encontrei sinônimos para isso – verificados na região serrana, central e norte do estado. As lições do Reveillon de 2009 para 2010, na Ilha Grande, em Angra e em Niterói, parecem não ter sido levadas a sério. <br />Eu não tinha ainda 15 anos, quando em 1966 vi, com meus próprios olhos, terras e pedras deslizando no Riachuelo, onde nasci, e morava então. Da janela de casa, numa ladeira em frente, na primeira claridade de uma manhã terrível, pude ver toneladas de entulho e pedras descerem morro abaixo, destruindo a maior parte da casa da minha avó Mariquinha, onde nossa família não morava mais, e onde, felizmente, os inquilinos saíram à tempo e sobreviveram. Os vizinhos das casas mais abaixo não tiveram a mesma sorte... a maioria morreu dormindo. <br />Confesso que essa experiência pessoal alimenta a minha indignação, ao ver, tantas décadas mais tarde, a mesma situação se repetindo indefinidamente. E constatando, com alguma amargura, que a nossa vida vale apenas o nosso voto. A nossa segurança e sobrevivência é assunto de importância secundária. Os recursos dos nossos impostos seguem servindo prioritariamente para pagar as mordomias daqueles que, eleitos, esquecem que vivemos numa democracia, e agem como se ungidos de poderes divinos, reis, imperadores, marajás, insensíveis à realidade da população brasileira.<br />Ano após ano, as promessas e discursos se repetem, nos momentos da tragédia, para serem esquecidos logo depois. “Vamos trabalhar muito, para que essa situação nunca mais se repita”. Vocês já ouviram isso antes. Eu já. Muitas vezes. No calor da comoção, vereadores, deputados e senadores se apressam em prometer e apresentar projetos, em reivindicar e destinar recursos. Tudo no papel. Prefeitos e governadores também se tornam os paladinos da salvação... de pessoas e lavouras. De vidas e de bens... que continuam se perdendo.<br />Desde 1966 – e só escrevo sobre o que sei e lembro – portanto há 44 anos, espero ver o desenvolvimento de projetos habitacionais que tirem as populações carentes das situações de risco, às quais são levadas por falta de opções de moradia. Nesse meio tempo, vi ser construído na Av. Chile, no centro do Rio, um prédio monumental e luxuosíssimo, para abrigar o BNH – Banco Nacional da Habitação – que já não existe, e nem cumpriu o seu papel. Os recursos da poupança, aprendi na adolescência, seriam destinados ao financiamento de imóveis, principalmente os populares. Se tivesse sido gerenciado com seriedade, se tivesse funcionado, não teríamos favelas nem gente morrendo em desabamentos de encostas.<br />Já vou fazer 60 anos, e tudo o que vi até agora foi a criação de redutos de marginalidade, como a Cidade de Deus, no Rio, e a Cidade Alegria, em Resende. Além de outros conjuntos habitacionais espalhados pelo Rio, que dá até tristeza ver. Não sei de onde as nossas autoridades tiraram o conceito de que, pobre tem que viver em lugares horríveis e de aparência miserável. A idéia deveria ser ajuda-los a melhorar de vida, mas o que se vê são construções de péssima qualidade, e que se deterioram facilmente, não só pelo seu conceito precário, mas pela falta de educação dos moradores. Que também não a recebem, e não por culpa deles mesmos.<br />Vivemos num país onde a desordem é institucionalizada. Desordem e retrocesso, é o que deveria constar na nossa bandeira, a bem da verdade. Aqui, ninguém é responsável por nada. A culpa é sempre do outro. O governador Sérgio Cabral, por exemplo, na primeira chance de dar entrevista, culpou os governos anteriores. Esqueceu o dele próprio, nos últimos quatro anos, que não mostrou nenhum avanço nessa questão. Se o governador tivesse gasto na contenção de encostas, o que gastou na sua campanha eleitoral pela reeleição, talvez muitas vidas tivessem sido poupadas. Mas disso, ele não vai se lembrar nunca.<br />A eterna desculpa é de que não há recursos. Não faltam recursos para que nos candidatemos à sede de um campeonato mundial de futebol, ou para sede das Olimpíadas. Mas para prover as nossas populações de melhores condições de vida, investir em projetos de habitação que ofereçam alguma qualidade de vida, em projetos ambientais que tracem limites para a ocupação humana, em educação e saúde para as populações mais necessitadas, para isso nunca há recursos suficientes. Nem a menor vontade política. <br />Pagamos os maiores impostos do planeta, e esse preço nos dá direito a ingresso para assistir ao triste espetáculo da miséria e do abandono em que se encontra grande parte da nossa população. De ver pessoas soterradas em avalanches, ou perdendo tudo o que construíram numa vida inteira. E tendo, como intervalos, as desculpas esfarrapadas das nossas autoridades incompetentes. Que sempre culpam os governos anteriores, e prometem providências, promessas esquecidas em um ou dois meses. E que só serão relembradas quando acontecerem as tragédias do ano que vem. Pois os temporais são tão previsíveis no verão, quanto a falta de providências, que evitaria o desperdício de vidas. <br />A violência dos temporais, devido a mudanças climáticas, sempre vai fazer os seus estragos. Como aconteceu na Austrália, recentemente. E onde morreram cerca de 20 pessoas. Mas as mudanças climáticas, aliadas ao descaso das autoridades, à falta de providências – menos de 1% das verbas federais para a contenção de encostas e remoção de moradores em áreas de risco no Rio de Janeiro chegou ao seu destino – e ao crescimento populacional desordenado, como acontece entre nós, tendem a fazer, a cada ano, um número maior de vítimas. <br />De quem é a culpa, depois de tantas vidas perdidas, só interessa se for para realmente evitar a repetição da tragédia. Podemos nos entristecer, mas principalmente, devemos começar a agir, cobrando ações efetivas. Muitos técnicos têm dado entrevistas nos últimos dias, e a maioria defende a tese de que é melhor prevenir do que remediar. Os custos para a reconstrução de áreas devastadas em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, só para citar os municípios mais atingidos, serão muito maiores do que aqueles destinados à prevenção, e que não foram devidamente aplicados. <br />Vamos aproveitar a deixa da presidente Dilma Rousseff, que supreendentemente apareceu no local da tragédia, 48 horas depois dos fatos – melhor que o Lula, que nunca foi a Angra – e começar a cobrar providências. Mas cobrar mesmo. Instituir um dia por mês como o “dia nacional da cobrança”, lembrar o que não está sendo feito, e se manifestar, começando pelas câmaras municipais. Escrever e mandar e.mails para deputados. Enviar cartas para os jornais. Se a indolência deles corresponde à nossa omissão, vamos agir. Só “botando a boca no trombone”, de preferência um grande trombone, é que podemos ter a esperança de ver o Brasil mudar.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-19582501067461660402010-12-13T07:32:00.000-08:002010-12-13T07:34:29.438-08:00EXPOSIÇÃO “O PAPEL DAS VILAS” NO JARDIM BOTÂNICO DO RJ<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3fr6xsryzFHi_nPNwBUoWUBPdogwYScuKwwWF1onxD7DxTeUe3rCPeseRoQHzoNKjL0pGcdMdNgZVAnZp_1pBH7K1tYo8QFhJI_SVU8CkBJrpk9SnCcaUzWZbWL2c5YmDa8aBUeTxX00/s1600/Papel+no+Jardim+Bot%25C3%25A2nico.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3fr6xsryzFHi_nPNwBUoWUBPdogwYScuKwwWF1onxD7DxTeUe3rCPeseRoQHzoNKjL0pGcdMdNgZVAnZp_1pBH7K1tYo8QFhJI_SVU8CkBJrpk9SnCcaUzWZbWL2c5YmDa8aBUeTxX00/s200/Papel+no+Jardim+Bot%25C3%25A2nico.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5550190619375457794" /></a><br /><br />A exposição “O Papel das Vilas”, apresentada inicialmente em Visconde de Mauá, mas que no decorrer do ano percorreu o circuito regional, chega agora ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A mostra coletiva, que reúne trabalhos de 50 artistas, realizados sobre papel artesanal, terá abertura no próximo dia 15, quarta-feira, às 17 horas, no Centro de Visitantes daquele parque, onde permanecerá até 3 de janeiro de 2011, das 8 às 17 horas.<br />Promovida pela MR Papel – Papelaria Artesanal, e pelo Centro Cultural Visconde de Mauá, a iniciativa comemora os 30 anos de pesquisas em papel artesanal no Brasil, e o ano de 2010, como o Ano Internacional da Biodiversidade. O papel artesanal produzido a partir de plantas da Mata Atlântica, pelo papeleiro Maurício Rosa, foi distribuído pelos artistas da região, que sobre ele produziram suas obras de arte. <br />Os artistas participantes são Alcantara Martins, Anielli Carraro, Antonio Barbosa, Beatrijs T´Kindt, Beth Rego, Beth Reis, Bia Dietrich, Boi, Cândido, Carlos BG, Carlos Guerrero, Carmem Gardon, Carmem Flores, Cássia Freitas, Cazoba, Cláudia Simões, Cristina Ayres, Cristina Loureiro, Daleni Kuraiem, Di Monaco, Diva Elena Buss, Domitila, Elvira Vigna, Fábio Genovesi, Fátima Porto, Felicidade Patrocínio, Fernando Fleury, Cesar Moras, Key Ferreira, Luisa Ramagem, Maurício Rosa, M. Cecília, Nívea Leite, Flávia Góes, Flávio Porto, Gabi Six, Gisele Barino, Jeanne Curty, Jomauro Bal, Juliana Mello, Julio Rainier, Pedro Ferreira, Rainier Jacobi, Roseana Murray, Rubens Saboya, Rui Takeguma, Tatiana Ratinetz, Victor Silvestre, Vivian Cury, Wendell Amorim, Zaza Jardim.<br />Na abertura da exposição, nessa quarta-feira, haverá apresentação do Coral do Visconde, e sorteio da rifa do quadro “Vilas”. A exposição no Jardim Botânico conta com apoio, além daquela instituição, da Mauatur, da Pousada Casa Bonita, da Prefeitura Municipal de Itatiaia, da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-63889144519020420942010-11-20T05:38:00.000-08:002010-11-20T05:41:06.174-08:00AGENDA CULTURAL – Caminhos da Leitura em Visconde de MauáO Centro de Cultura e o Ponto de Leitura do Centro Cultural Visconde de Mauá estarão promovendo, de 25 a 28 de novembro, programação do projeto Caminhos da Leitura, através de atividades que, segundo a diretora do centro, Márcia Patrocínio, visam estimular a leitura, às manifestações artísticas e à reflexão pedagógica. <br />A programação começa na quinta, dia 25, na parte da manhã, com Roda de Leitura, que traz o escritor e jornalista Bruno Casotti, do Rio de Janeiro, para leitura e comentários dos livros de sua autoria, com alunos da Escola Municipal Francisco Quirino. <br />Na sexta-feira, dia 26, haverá Oficina de Educação Musical com Enny Parejo, de São Paulo, e que terá o lançamento do livro “Estorinhas para Ouvir – aprendendo a escutar música”, de sua autoria, das 13 às 17 horas, especialmente destinada a educadores locais, com 35 vagas, na Pousada Bolo Húngaro.<br />E no domingo, dia 28, está programado o encerramento do evento, com o lançamento do livro “Alma Nômade”, de Sergio Zurawel, (www.clubedeautores.com.br/book/31313--ALMA_NOMADE) às 19h30, na sede do Centro Cultural Visconde de Mauá. A programação de quinta é aberta ao público.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-27200901981259362672010-09-16T18:04:00.000-07:002010-09-16T18:09:04.654-07:00ÁRVORE ELETRONICA: SOLUÇÃO PARA O LIXO TECNOLÓGICO<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs107V8LCxBm3RbuJT7NqTJjDvhF8XVs2oHL6xhuPybD7qtoRcYIb6NXYKJOF09kpgz7TagX3kJL_28vxPBUSqRwRhGapVV7APamVi-a6NZt37ZLi4micFmW7Vr2VO929aRMxMqvp2uA0/s1600/Flores+em+Resende+030.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs107V8LCxBm3RbuJT7NqTJjDvhF8XVs2oHL6xhuPybD7qtoRcYIb6NXYKJOF09kpgz7TagX3kJL_28vxPBUSqRwRhGapVV7APamVi-a6NZt37ZLi4micFmW7Vr2VO929aRMxMqvp2uA0/s200/Flores+em+Resende+030.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5517683136602038178" /></a><br /><br />Se você tem aparelhos de telefone celular já desativados, teclados, “mouses” , computadores velhos e outros equipamentos sem uso, e não sabe o que fazer com eles, surge finalmente uma solução para descartá-los de forma útil, e voltada para a reciclagem. No próximo dia 21 de setembro, em endereços de Resende, Itatiaia, Porto Real e Petrópolis, esses resíduos da tecnologia estarão sendo recolhidos, através do evento ÁRVORE ELETRÔNICA.<br />A iniciativa é da PC Vida e Grandiflora Consultoria Ambiental, que garante que todo o material coletado será encaminhado para reciclagem ou utilizado em projetos de inclusão digital. E que, para cada tonelada de resíduos coletada, serão plantadas 30 mudas de árvores. <br />Os postos de coleta na nossa região serão os seguintes: Resende – Resende Shopping e Colégio Estadual Dr. João Maia; Itatiaia – Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto; Penedo – Colégio Municipal Dom Ottorino Zanon; Porto Real – Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Petrópolis – Ong PC Vida e TV Vila Imperial. <br />A Universidade Estácio de Sá, que apóia essa idéia, está recebendo materiais nos seus “campi” de Petrópolis, Nova Friburgo, Resende, Niterói, Barra, Madureira e Rebouças.<br />A iniciativa merece o apoio das autoridades municipais da nossa região, de forma a tornar essa coleta regular, e de se estudarem meios de beneficiar as populações dos municípios doadores, contribuindo para uma inclusão digital que também favoreça nossas populações carentes.<br />A árvore da foto, que embeleza a nossa Av. Castelo Branco, em Resende, segue á título de inspiração, para que os doadores pensem no possível resultado de seu esforço. <br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-36216324939316345402010-09-16T15:44:00.000-07:002010-09-16T15:46:36.467-07:00POPULAÇÕES AFETADAS POR PARQUES PEDEM “PAZ NA MANTIQUEIRA”<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-wmsjJg3kwmAVCJ68R835luPGEJNU4jIUOftEVUV6CGAsBhQQydb-Oh6k5ZDvLcls4sdm-rVkJEL-vrmpEHXDxMnKp9LTy7GGsfYyH5VviDvxGg-Ia9BQDa0C4NdTjeZh7i_lpZvLuY/s1600/Usina+atual.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-wmsjJg3kwmAVCJ68R835luPGEJNU4jIUOftEVUV6CGAsBhQQydb-Oh6k5ZDvLcls4sdm-rVkJEL-vrmpEHXDxMnKp9LTy7GGsfYyH5VviDvxGg-Ia9BQDa0C4NdTjeZh7i_lpZvLuY/s200/Usina+atual.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5517646432010056722" /></a><br /><br />Uma ampla manifestação popular, reunindo moradores e instituições de municípios do interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, está sendo programada, embora ainda sem data definida, através de uma “Carreata pela Paz na Mantiqueira”, em direção à Basílica de Aparecida. O movimento se propõe a dar voz às populações que vem sendo afetadas pela criação e ampliação de unidades de conservação nessa região, pelo ICMBio, sem os devidos estudos de impacto social, econômico e ambiental. <br />Os líderes da manifestação são o mesmo grupo que conseguiu, recentemente, frear o processo de criação do Parque Altos da Mantiqueira, após desgastante processo iniciado em novembro do ano passado, com a apresentação pelo ICMBio da proposta de uma unidade de conservação, numa área de 86 mil hectares, e envolvendo terras de 15 municípios de São Paulo e Minas Gerais. Prefeitos e representantes dos municípios afetados, sindicatos rurais e associações profissionais, além da Fundação Cristiano Rosa e do Instituto ECO Solidário, participam da organização.<br />Apesar da criação do parque estar paralisada por decisão judicial, ao final de dois anos poderá ser retomada, e nesse período, os organizadores da “Carreata pela Paz na Mantiqueira” querem chamar a atenção da imprensa e da opinião pública para a absurda situação que é a criação de um Parque Nacional numa área densamente ocupada, promovendo o desemprego e criando problemas econômicos e sociais naquela região. <br />A mobilização da população nos município afetados foi imediata, graças à atuação de suas lideranças, e na primeira Consulta Pública, em 7 de dezembro, em Pindamonhangaba, os representantes do ICMBio foram surpreendidos pela presença de mais de 400 pessoas, que se insurgiram contra a proposta de criação do parque, inclusive pelo despreparo desses representantes, que não tinham informações sequer sobre quais e quantas seriam as propriedades atingidas, e o total da população afetada.<br />O impasse resultou na suspensão das outras três Consultas Públicas programadas para os dias seguintes – fato inédito segundo o próprio ICMBio – e após várias tentativas de conciliação, no início de 2010, o Procurador da Justiça Federal de Guaratinguetá entrou com Ação Civil Pública contra o ICMBio, para que apresentasse seu Plano de Manejo em 18 meses. Ao ser citado, o ICMBio pediu prazo de 24 meses, o que foi homologado. <br />O conflito gerado pela proposta de criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira é semelhante aos que vêm ocorrendo em outros locais, e em todo o país, como é o caso do Parque Nacional do Itatiaia, onde decreto de ampliação ameaça desapropriar a área do Núcleo Colonial, criada em 1908, e portanto quase trinta anos mais antiga do que o próprio parque, que só surgiu em 1937.<br />A Associação dos Amigos do Itatiaia está apoiando a “Carreata pela Paz na Mantiqueira”, e convidando seus associados, além de demais cidadãos e instituições do lado do Rio de Janeiro, para aderirem ao movimento. Além de Itatiaia, existem problemas entre a população e o ICMBio com relação também aos parques nacionais da Bocaina e da Serra dos Orgãos, cujos representantes estão sendo convidados para participar da carreata.<br />A unanimidade dos organizadores e apoiadores da “Carreata pela Paz na Mantiqueira” questiona a forma como o ICMBio vem criando unidades de conservação, sem a efetiva participação das comunidades locais, estudos técnicos nem avaliações sócio-econômicas. O resultado são os chamados “parques de papel”, uma política ambiental equivocada, que vem criando todo o tipo de problemas com as comunidades envolvidas. E que além disso o ICMBio não toma as medidas necessárias, nem demonstra compromisso, com a efetiva preservação do patrimônio natural do país.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-40192100823584824612010-07-29T08:27:00.000-07:002010-07-29T09:16:41.673-07:00ROBERTO MAGALHÃES NO MAM/RESENDE<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBSK44BJ-axE5-SiuDrbs1oxRjnqWIktzFHxna8aJvUsbZllO7IbOmKDSXuQO6A2UG4ygRFhgI-nFTc9LupWjlySFDSuCsxZFI1oM3UzL7dNpRNOD1SPX7GqvctQvIPf4Q1pIv2bxZANk/s1600/roberto+magalh%C3%A3es.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 134px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBSK44BJ-axE5-SiuDrbs1oxRjnqWIktzFHxna8aJvUsbZllO7IbOmKDSXuQO6A2UG4ygRFhgI-nFTc9LupWjlySFDSuCsxZFI1oM3UzL7dNpRNOD1SPX7GqvctQvIPf4Q1pIv2bxZANk/s200/roberto+magalh%C3%A3es.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5499352603677301618" /></a><br /><br /><br />Um artista cuja obra é sinônimo da liberdade de criar. Essa é a definição mais freqüente, entre críticos e admiradores, para o trabalho de Roberto Magalhães, que expõe seus desenhos, à partir dessa sexta-feira, dia 30 de julho, no Museu de Arte Moderna de Resende. A mostra, que faz parte das comemorações dos 60 anos do MAM/Resende, será aberta às 19 horas, e na oportunidade haverá também o lançamento do livro “Eu Estou Sempre com Você”, da escritora Elizabeth Cabral, esposa do artista, e sessão de autógrafos do próprio Roberto Magalhães para o livro que leva seu nome, lançado no ano passado, e onde está publicada uma síntese da sua obra.<br />Laureado na IV Bienal de Paris, em 1966, Roberto Magalhães, que nasceu em 1940, e se revelou um artista precoce, teve sua primeira exposição individual aos 22 anos, na Galeria Macunaíma, do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1965, participou da revolucionária exposição Opinião 65, no MAM/RJ, ao lado de três outros ícones da arte brasileira, Antonio Dias, Rubens Gerchman e Carlos Vergara, num movimento de vanguarda que transformou a ordem estética então vigente.<br />Além da Bienal, em 66 Roberto Magalhães foi premiado também no XVI Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, por uma série de xilogravuras. Após morar dois anos em Paris, na volta ao Brasil atravessa período de busca espiritual, que se revela numa série de desenhos de inspiração esotérica. Nas décadas seguintes, seguiu criando com liberdade e além dos limites das técnicas, projetando seus temas fantásticos e visionários, através do traço original e único.<br />Em 50 anos de atividade profissional, Roberto Magalhães realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, e suas obras encontram-se no acervo de museus e coleções particulares. Uma seleção desses trabalhos compõe o livro ROBERTO MAGALHÃES, da editora Portfolio Brasil, estará à venda, e poderá ser adquirido com autógrafo, na abertura da exposição ROBERTO MAGALHÃES EM RESENDE.<br />A exposição de Roberto Magalhães chega ao MAM/Resende como um presente especial, no ano em que nosso Museu comemora seus 60 anos. A presença desse artista, de renome internacional, é incentivo e ponto de partida para novas metas. Com essa exposição, o MAM/Resende procura difundir as tendências e questões da arte contemporânea, buscando ampliar e diversificar seu público, e valorizando a cultura no município e na região.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-91231886842773766462010-07-15T15:05:00.000-07:002010-07-15T15:56:59.263-07:00ITATIAIA – Os 100 anos do “seu” José Narciso da Silva<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpQI7ozmXvx5jvpuyTunTOmi7bMLnYMyTZWMd0L9L084kbA6gNBlfVgkDAEPLi9a3HRYnt65Op4TdKSDzcHmCMzJWXyVEwyji998oiEf9oBqBINlFC5IP-TO9LttkLJwRQfybT6MCzGEE/s1600/Seu+Z%C3%A9+Narciso.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 106px; height: 166px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpQI7ozmXvx5jvpuyTunTOmi7bMLnYMyTZWMd0L9L084kbA6gNBlfVgkDAEPLi9a3HRYnt65Op4TdKSDzcHmCMzJWXyVEwyji998oiEf9oBqBINlFC5IP-TO9LttkLJwRQfybT6MCzGEE/s200/Seu+Z%C3%A9+Narciso.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5494270763680298690" /></a><br /><br /><br />Neste domingo, dia 18 de julho, uma grande família de Itatiaia vai estar em festa: filhos, netos, bisnetos e trinetos, somando quase 150 pessoas, vão festejar os 100 anos de José Narciso da Silva, pessoa muito popular e querida no município. <br />Mas a comemoração do centenário do “seu” Zé da Silva, como é mais conhecido, começa nessa sexta-feira, dia 16, com um café da manhã promovido pelo Clube da Terceira Idade, organizado pela Secretaria Municipal da Ação Social, e com o apoio de diversas pessoas, empresas e entidades do município. <br />A homenagem se justifica, não só porque “seu” Zé da Silva é o cidadão mais idoso de Itatiaia, inclusive segundo os registros oficiais, mas pela quantidade de amigos e admiradores que ele cultiva, e pelo exemplo de disposição e vitalidade que ele continua dando, todos os dias. No domingo, em casa, ele vai comemorar a data cercado da família e dos amigos mais chegados. Em casa e na rua em frente, porque a casa é pequena pra tanta gente.<br />Nascido em Santana dos Tocos – distrito de Resende inundado para a construção da Represa de Funil - filho de índios, “seu” Zé da Silva vive em Itatiaia desde meados da década de 1930, tendo passado a maior parte de sua vida trabalhando para o Parque Nacional do Itatiaia.<br />Saudável, alegre e bem disposto, ele não aparenta nem de longe os seus bem vividos 100 anos. É difícil encontrá-lo em casa, pois seu maior prazer é dar longas caminhadas, percorrendo as ruas dos bairros próximos à Vila Pinheiro, onde mora, sempre pronto para “um dedo de prosa” com algum dos seus muitos amigos. <br />Conhecedor como poucos dos segredos das plantas – que aprendeu andando pela mata com o pai, ainda na infância - atende aos pedidos de uma grande clientela dos remédios que prepara com elas, e que, segundo ele, já ensinou a muito “doutor” do Parque Nacional. <br />Antes de se radicar em Itatiaia, ele passou alguns anos da adolescência no Rio de Janeiro, adotado informalmente por um oficial de Marinha amigo de seu pai e morando na Ilha do Governador. Por influência dessa família, engajou-se naquela força, tendo passado alguns anos embarcado, quando teve oportunidade de conhecer diversos países. Após dar baixa, procurou trabalho no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde ficou alguns anos, até ser enviado para Itatiaia, para trabalhar na Reserva Biológica então existente.<br />“Seu” José Narciso conta com orgulho, que comandou a abertura de trilhas e picadas mata adentro, quando o Parque Nacional do Itatiaia ainda nem existia. E que teve o privilégio de conhecer o presidente Getúlio Vargas pessoalmente. Para ele, “um homem muito bom”, pelo que fez pelos direitos do trabalhador. Direitos que só beneficiaram “seu” José Narciso parcialmente, porque depois de mais de 50 anos de serviços, só depois de muita luta para comprová-los – devido à falta de registros e à informalidade do serviço público federal nas unidades de preservação - é que ganhou uma aposentadoria de cerca de dois salários mínimos por mês. Sem casa própria, ele mora com uma de suas filhas.<br />Entre as histórias que gosta de contar, uma das prediletas é a do seu casamento com Lourdes Benedita da Silva, que como ele era de Santana dos Tocos, e com quem ele casou sem ter sequer o tempo de namorar. Conheceu ela num baile – ele não sabia dançar e ela era a única sem par – e depois de uns rodopios, fez brincadeira com um parente da moça, dizendo que lhe pagava um litro de cachaça se fosse ao pai dela pedir à mão em casamento. Ao contrário do que esperava, o pedido foi feito e o pai da moça aceitou. E ele, “palavra de homem”, não podia voltar atrás. Casou com ela e nunca se arrependeu. Viveram juntos por 49 anos, dez meses e dezesseis dias, sendo que pouco antes de completar as bodas de ouro, ela morreu dançando em seus braços. <br />Nos seus 100 anos, depois de dois casamentos e 28 filhos – dos quais dezesseis próprios e doze adotados, e entre todos, quatro já falecidos – “seu” José Narciso é um verdadeiro de ídolo dessa grande família, que já conta com 123 pessoas entre netos e bisnetos, e seis trinetos, sendo que o mais novo tem pouco mais de quatro meses. Sobre suas incansáveis caminhadas, diz que não gosta de parar, “para não enferrujar”. Quando se pergunta o segredo da sua longevidade, ele diz que teve a sorte de poder viver na mata, que ele tanto ama. E quem foram seus amigos nesses anos? E ele diz: “todo mundo. Sou amigo de todos”.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-80181279362771924812010-07-06T08:18:00.000-07:002010-07-06T08:20:38.442-07:00SANTA CASA DE RESENDE EM BUSCA DE PADRINHOS<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqgc3Ge5HV5doIsZppu1aql2-Ut4_ANEF9fohpc0So1eeVROJdKFw8Hk4E5FajIFn-L1frxGvMSrdkY9LKmVVVEy_C-nG8SoUl70bbHlEG5zdbYJLM2wB1RFuWlnnApjIOAbqXE-hIDNY/s1600/Passeio+de+chalana+5.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 160px; height: 120px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqgc3Ge5HV5doIsZppu1aql2-Ut4_ANEF9fohpc0So1eeVROJdKFw8Hk4E5FajIFn-L1frxGvMSrdkY9LKmVVVEy_C-nG8SoUl70bbHlEG5zdbYJLM2wB1RFuWlnnApjIOAbqXE-hIDNY/s200/Passeio+de+chalana+5.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5490813379095001794" /></a><br /><br /> <br />A Santa Casa de Misericórdia de Resende precisa de apoio, e com essa finalidade, no próximo dia 12 de julho, às 19 horas, no auditório Maria Joaquina Esteves, da Associação Educacional Dom Bosco, acontecerá a apresentação do projeto Padrinhos da Santa Casa, criado com o apoio da AEDB, para captação dos recursos necessários à reforma de parte de suas instalações. A finalidade do projeto é melhorar as condições físicas do hospital, tendo em vista aumentar sua arrecadação, para diminuir o déficit financeiro, que hoje gira em torno de R$ 4 milhões.<br />O projeto é uma iniciativa da provedoria da Santa Casa apoiada pela diretoria da AEDB, tendo como organizadoras a vice-provedora Carmem Lúcia de Souza Pereira e a coordenadora do curso de Economia da AEDB, professora Renata Monteiro Porto. Na primeira etapa do projeto, o objetivo é arrecadar recursos financeiros para reformar dez quartos diferenciados – aqueles com melhor infra-estrutura, que podem gerar receita para a Santa Casa, através de internação particular ou por plano de saúde, daqueles pacientes que podem pagar<br />- “A meta é aumentar a receita da Santa Casa, com a prestação de serviços diferenciados a um público que possui condições de pagamento e que utiliza uma parte das instalações do hospital, as quais se encontram, atualmente, em condições precárias de funcionamento” – explica a economista e professora Renata Porto.<br />Segundo nota da Assessoria de Imprensa da AEDB, a proposta do projeto “Padrinhos da Santa Casa” é que um membro da sociedade, pessoa física ou jurídica, adote um dos quartos diferenciados, assumindo os custos de sua reforma. “O padrinho terá seu nome inscrito numa placa a ser afixada no quarto que ele apadrinhar financeiramente”, acrescenta a professora Renata.<br />Na apresentação do projeto, dia 12 de julho, na AEDB, os convidados presentes tomarão conhecimento das condições dos quartos a serem reformados e conhecerão, também, o orçamento da reforma. O que se pretende é sensibilizar a comunidade quanto aos problemas sociais e financeiros da Santa Casa de Resende e mobilizá-la para colaborar na busca de soluções. “Esse tipo de iniciativa através da interação entre a instituição e a sociedade salvou outras Santas Casas de vários municípios”, conclui Renata Porto, uma das organizadoras do projeto, representando a AEDB.<br /><br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-58866442892585309982010-06-26T10:16:00.000-07:002010-06-26T10:21:13.096-07:00ALDEIA GLOBAL – Eleições e o “conto” da pesquisa de opinião<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6MmUNf19pdlSDUNJXMOvoHcjb1r5gk42qJogyFYXT_w2dueg6kaQs0uuPlh5OkLz6KrrKOe-Zv2q6zLc_La9UENVexcWRqxJsi7BjAiVRtxPjIANiDJZziRdBgqo2MpZP-CvkJ84y6pE/s1600/Aurea+e+Regina+019.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6MmUNf19pdlSDUNJXMOvoHcjb1r5gk42qJogyFYXT_w2dueg6kaQs0uuPlh5OkLz6KrrKOe-Zv2q6zLc_La9UENVexcWRqxJsi7BjAiVRtxPjIANiDJZziRdBgqo2MpZP-CvkJ84y6pE/s200/Aurea+e+Regina+019.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5487133591544302194" /></a><br /><br />Eu gostaria de encontrar um matemático, ou um estatístico, que me desmentisse. Mas à luz do bom senso, não há nada que me convença de que essas tais pesquisas de opinião não passem de lenda. Alguém me explique, por favor, como é que num universo de mais de 200 milhões de habitantes, a opinião pública possa ser medida pelo que pensam duas mil pessoas. <br />Enquanto espero alguém que tente me convencer da validade dessas pesquisas, quero tomar a liberdade de fazer minhas próprias continhas: digamos que nós trabalhamos numa empresa com 100 funcionários, e precisamos decidir sobre uma festa, mas como não dá tempo de consultar a todos, os organizadores se valham de uma pesquisa de opinião. Que ouçam, por exemplo, 10% dos funcionários, ou seja, dez pessoas. Vai ser uma vitória extraordinária se a opinião dessas pessoas representar o pensamento de pelo menos metade dos funcionários. Se forem mil funcionários, os 10% seriam 100 pessoas, e mesmo assim é difícil acreditar que sua decisão satisfizesse pelo menos a metade, ou seja, 500 pessoas.<br />Agora, se tomarmos a proporção de 200 milhões para 2.000, eu enlouqueço a minha calculadora e não chego ao resultado. Deve ser coisa tipo 0,000001%, e nem sei se coloquei os zeros suficientes, o que na minha pouca compreensão da matemática, é algo como quase nada. Ouvir 2.000 pessoas numa eleição municipal, com um universo de eleitores de 200 mil habitantes, por exemplo, já é uma exorbitância, mas para fins estatísticos, talvez ainda seja razoável. Nas principais capitais, com populações de sete, oito, dez mil habitantes, duvido que a opinião de 2.000 representem significativamente alguma coisa. No país, então...<br />Além do número irrisório de entrevistados, o que facilita a realização de pesquisas tão freqüentes, me atrevo a questionar também os critérios na escolha de entrevistados. Dependendo de onde, como e quando, não é muito difícil orientar pesquisas para se obter resultados previsíveis. Não estou questionado a idoneidade deste ou daquele instituto de pesquisas, apenas a forma como estas são realizadas, e que apesar de serem feitas sem nenhum tipo de controle, ganham notoriedade como se fossem verdadeiros oráculos modernos.<br />Pesquisas de opinião com 2.000 entrevistados, talvez fossem mais representativas se houvesse uma escolha aleatória, envolvendo todas as unidades da federação e municípios, assim como as mais variadas categorias profissionais e sociais, coisa que parece impossível. Como se os entrevistados fossem sorteados pelo número do telefone... ou pelo endereço, como uma espécie de loteria. Mas nem todos tem telefone, e nem todos tem onde morar, então já excluiríamos assim uma parcela da população. Mas duas mil pessoas, em poucas capitais e cidades do país? Não vejo como, nem acredito, que seja possível avaliar o termômetro eleitoral dessa maneira.<br />Não escrevo isso devido ao aumento de intenções de voto em pesquisas, na candidata do PT. Essa é minha opinião há muito tempo, e até imagino que, dependendo de onde forem feitas as pesquisas, D. Dilma já possa até ser dada como eleita. Para minha grande tristeza, aliás, pois gostaria de eleger uma mulher como presidente, mas não esta. Mas não se trata de partidarismo, e sim de simples e pura descrença. <br />É bem provável que muitos leitores torçam o nariz diante dessa minha dúvida, e mais ainda, da coragem que estou tendo de expressá-la. A maioria das pessoas que conheço está tão acostumada a acreditar em todo e qualquer absurdo que os políticos, a imprensa, e as pesquisas de opinião nos impõem, que já perdeu o hábito de questionar. Aliás, o saudável hábito de questionar. Nos últimos meses, entretanto, depois que a opinião pública provou que ainda vale alguma coisa, pressionando o Congresso para a aprovação do decreto da “ficha limpa”, tive uma “recaída” da esperança de que o eleitorado nacional está despertando para suas responsabilidades. Então, acho que não custa nada “meter o bedelho” em mais esse nicho do processo eleitoral, contribuindo, quem sabe, para o seu aperfeiçoamento.<br />Meu poeta predileto, Fernando Pessoa, escreveu um dia uma frase lapidar: “Crer é morrer; pensar é duvidar”. E como eu penso, não só confirmo assim minha existência, mas privilegio o uso do meu cérebro por sua própria conta, e não na fácil crendice por contos antigos ou modernos. Se algum defensor dessas pesquisas tiver a chance de ler meu desafio, que me responda, por favor. Confesso que aguardo ansiosa por um debate.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-43892431571752763192010-06-25T07:11:00.000-07:002010-06-25T07:12:50.193-07:00ARCANJO GABRYEL – Festa Junina faz quinze anos, sábado às 18 horas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidVeVTO1TMdipWf45G5llZs2LhMwAoMEfoZXGvt1SuGMvldF1egeHFnsIfKd8SLSETv_yOMIFBoYehKzy1_t40gWk2KBKXmFkTl0MAKhyQbB66vr-sYq4lvErJnThaBulQ54XPQOgpJPo/s1600/Arcanjo.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 144px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidVeVTO1TMdipWf45G5llZs2LhMwAoMEfoZXGvt1SuGMvldF1egeHFnsIfKd8SLSETv_yOMIFBoYehKzy1_t40gWk2KBKXmFkTl0MAKhyQbB66vr-sYq4lvErJnThaBulQ54XPQOgpJPo/s200/Arcanjo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486713993462098706" /></a><br /><br />A tradicional Festa Junina da Arcanjo Gabryel está fazendo quinze anos, e promete estar mais animada do que nunca, nesse sábado, dia 26 de junho, com início às 18 horas.<br />Com o tema “Olha para o Céu meu amor, e Vê como Ele está lindo”, a festa da Arcanjo deve se superar na animação e criatividade, que vem fezendo dela um dos eventos mais concorridos do inverno de Penedo. <br />Além de se divertir, os participantes terão a chance de apoiar uma das mais relevantes instituições dedicadas à educação de pessoas com necessidades especiais, e que atua dentro de uma filosofia de trabalho que merece ser melhor conhecida e divulgada.<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5619780279603475442.post-44242723381196150182010-06-21T05:36:00.000-07:002010-06-21T05:39:51.083-07:00CLUBE FINLANDIA: Festa de Juhanus neste sábado, às 18 horas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihZPAPp3nkhHzEJsFdAsDJ6lD4INzHJg8hoE3pXCFmW9mUgdHKyydG_soAr0QxQ0VfE9z0YWEJ2i58gbWU7IXPmWirCZZYp3vT-8Th9KIYgRL89TA1OaCC9_kfXFRmnXhfUA8doCVPVjA/s1600/digitalizar0001.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 135px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihZPAPp3nkhHzEJsFdAsDJ6lD4INzHJg8hoE3pXCFmW9mUgdHKyydG_soAr0QxQ0VfE9z0YWEJ2i58gbWU7IXPmWirCZZYp3vT-8Th9KIYgRL89TA1OaCC9_kfXFRmnXhfUA8doCVPVjA/s200/digitalizar0001.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485205709307085250" /></a><br /><br />A Festa de Juhanus, São João, na Finlândia coincide com a antiga celebração do solstício de verão, que é o dia mais longo do ano e o início da estação quente no hemisfério norte. No Brasil, como estamos no hemisfério sul, temos o dia mais curto do ano e o início do inverno. A colônia finlandesa de Penedo sempre organiza a festa chamada Juhanus, nessa época, no Clube Finlândia, promovendo um encontro das duas tradições. Este ano Juhanus será comemorado no próximo sábado, dia 26, à partir de 18 horas, com fogueira, música, dança, comidas e bebidas, em evento aberto à comunidade.<br />A Noite de São João é breve na Finlândia – em Helsinki, por sua latitude, o sol se põe ás 22 horas e nasce novamente às 2 da madrugada. Nessa noite, segundo a tradição, magos e duendes se reúnem para prever o futuro. As moças procuravam saber alguma coisa sobre seu futuro marido na noite de São João, e para essa finalidade cultivavam os mais variados rituais, como alguns que enumeramos abaixo:<br />- Ao dormir, a moça deve virar a meia do pé esquerdo pelo avesso, colocar uma moeda no calcanhar e calçá-la de novo, e depois disso não falar mais nada. O futuro marido aparecerá no sonho da moça (tradição de Ruovesi)<br />- Dormir com uma moeda de cobre embaixo do travesseiro. Ao levantar pela manhã, o nome do primeiro homem que encontrar será o nome do marido (tradição de Valtimo)<br />- Colher 13 tipos diferentes de flores, colocar embaixo do travesseiro. O futuro marido a visita em sonhos (tradição de Hauho)<br />- Colocar dois espelhos frente a frente, olhando em um espelho verá o rosto do futuro marido no outro (tradição de Sääksmäki, 1887)<br />-Deixar cair 9 alfinetes numa fonte de água, passando por um anel de ouro, o rosto do futuro marido aparecerá refletido na água (tradição de Koskenpää, 1923)<br />- Dormir com roupas acabadas de lavar, com a Bíblia embaixo do travesseiro, e irá sonhar com o futuro marido (tradição de Kiuruvesi)<br />- Tirar a roupa, e varrer ao redor de um poço, para o lado esquerdo, e depois olhar dentro do poço e verá o rosto do futuro marido (tradição de Pomarkku)<br />(Fonte: Helena Hildén, presidente do Clube Finlândia)<br />Célia BorgesCÉLIA BORGEShttp://www.blogger.com/profile/13868834156545907542noreply@blogger.com0