1 de abril de 2010

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Ervas e plantas de horta, úteis e belas, ganham espaço na decoração



A tendência é internacional: há alguns anos, revistas de decoração, paisagismo e jardinagem vêm mostrando que, cada vez mais, o cultivo de ervas medicinais e temperos vêm ganhando espaço nos ambientes decorativos, como jardins, varandas, terraços e locais internos. Além da óbvia utilidade, elas contribuem com seus perfumes, folhagens, e até algumas belíssimas flores, para valorizar os recantos de uma casa ou apartamento.
Há espécies para todos os gostos, adaptáveis às mais variadas possibilidades. Para quem dispõe de amplos espaços para grandes jardins, uma das famílias mais indicadas é a da Sálvia, que oferece considerável variedade de herbáceas e arbustos de flores coloridas, desde azuis, lilases, rosas e vermelhos. No Brasil, as mais comuns, porque nativas, são a Sálvia Azul (Salvia Guaranitica) de porte de 1m20cm e folhas pilosas e aromáticas, e a Salvia Splendens, com flores de vermelho intenso, e porte até 80cm. Ambas apreciam sol pleno, mas preferem os climas mais frios, do sudeste e do sul do país.
Outras da família, lindas e decorativas são a Salvia Coccinea – vermelha, 60 cm – , a Salvia Involucrata – cor de rosa e até 1,50m – e a Salvia leucantha – flores lisases com branco, 90 cm - originárias do México e da América Central, sendo que a primeira também é comum nos Estados Unidos, de onde também vem a Salvia Farinacea – com flores de azul arroxeado, e também até 90 cm de altura.
Outros tipos coloridos e decorativos para jardins são os gengibres: entre eles destacam-se o gengibre-concha, Alpinia zerumbet, com seus belos cachos pendentes e cheio de flores que, quando fechadas são cor de rosa com as pontas vermelhas, e quando abertas, têm o interior amarelo e vermelho, num desenho que lembra uma orquídea; e o gengibre-vermelho, Alpinia purpurata, de folhagem densa e pendões eretos de flores vermelhas.
Outras duas espécies são conhecidas como gengibre-vermelho: a Hedychium coccineum, com menos folhas, mas com pendão de densa floração, em tons de salmão; e o Nicolaia elatior, ou gengibre-tocha, mais conhecido como Bastão do Imperador, com folhagem cumprida, acompanhado o pendão de uma única flor de vermelho intenso. Existe ainda o gengibre-de-kahili, Hedychium gardnerianum, semelhante ao primeiro, mas com flores amarelas.
Além dessas, mais exóticas, as demais ervas e plantas de hortas também podem ser bem utilizadas em espaços decorativos. Os tomateiros, e principalmente o tomate-cereja, prestam-se a graciosos arranjos, como trepadeiras que são. Também coloridas, em variados tons de vermelhos, amarelos e verdes, são as pimenteiras, que existem de diversos portes de formatos de frutos; assim como os pimentões...
Algumas ervas, como as várias hortelãs, servem como bordaduras ou preenchendo espaços entre outras espécies. Nos espaços pequenos, plantadas em vasos ou jardineiras, as ervas oferecem infinitas possibilidades, inclusive em interiores, desde que recebam bastante claridade, e pelo menos duas horas de sol por dia. Nesse caso podemos citar a salsinha e a cebolinha, o coentro, manjerona, manjericão, orégano, sálvia e tomilho.
Em canteiros pequenos, que comportem plantas de até um metro de altura, também são indicadas as culturas de estragão, endro, carqueja, capim limão, alfavaca, arnica, alfazema e alecrim, sendo que essas três últimas produzem flores, além de contribuírem para intensos perfumes no ambiente.
O assunto é amplo, impossível de ser esgotado numa só matéria. Por isso, me comprometo a voltar a ele em breve, com sugestões de soluções para o cultivo dessas e outras espécies.
Célia Borges

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