Os cem anos do Núcleo Colonial de Itatiaia serão tema da próxima Sessão Solene da Academia Itatiaiense de História, que será realizada no dia 31 de maio, às 15 horas, na Câmara Municipal. Na oportunidade serão comemorados também o 190 aniversário de emancipação do município e o 160 da criação da própria Academia.
Segundo a professora Alda Bernardes, presidente da entidade, a programação inclui uma exibição de fotos e palestra sobre o tema. A criação dos Núcleos Coloniais de Itatiaia e de Visconde de Mauá promoveu a vinda de alguns dos maiores grupos de imigrantes europeus para a região.
O primeiro passo foi dado em 30 de abril de 1908, quando o governo do Estado do Rio de Janeiro, representando a União, propôs ao Comendador Henrique Irineu de Souza – filho e herdeiro do Visconde de Mauá – a compra do conjunto de fazendas de sua propriedade no maciço de Itatiaia.
O objetivo dos Núcleos Coloniais era a produção de frutas européias, de cereais, tubérculos e a criação de gado de clima temperado, além de pequenos animais. Outros grupos de imigrantes europeus foram chegando nos anos seguintes, formados principalmente por alemães, franceses, belgas e italianos, ocupando os lotes ainda disponíveis.
Essa época marcou também o despertar da vocação turística da região, quando as famílias de origem européia passaram a receber turistas em suas próprias casas. Nos anos seguintes surgiram as primeiras pousadas. A criação do Parque Nacional do Itatiaia, em 14 de junho de 1937, não causou maiores problemas aos colonos, já que o decreto n0 1.713 dessa data não incorporava os lotes do Núcleo Colonial pertencentes a particulares.
A convivência pacífica entre o núcleo colonial e o Parque, entretanto, começou a ser ameaçada 45 anos mais tarde, em 1982, quando o decreto n0 87.586, de 20 de setembro, sancionado pelo então presidente Gal. João Batista Figueiredo, ampliou os limites da reserva para cerca de
Os descendentes dos colonos do núcleo de Itatiaia, e demais residentes que adquiriram os lotes deles, vêm empreendendo desde então uma incansável batalha judicial em busca de uma solução negociada para o problema. Eles argumentam que, ao contrário de ameaçar a natureza, contribuíram muito para a preservação dessas áreas, que haviam sido anteriormente destinadas à campos e pastagens, e que com a mudança das atividades planejadas, acabaram se transformando em florestas secundárias.
Célia Borges
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