18 de agosto de 2008

FOTOS - Posse de Gustavo Praça na Academia Itatiaiense de História






No último sábado, 16 de agosto, a Academia Itatiaiense de História deu posse ao jornalista Gustavo Praça de Carvalho, editor dos jornais Ponte Velha e Nariz da India, e autor dos livros Capinando o Rio e Caravelas do Apocalipse.

11 de agosto de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Arvores típicas de Resende: Guapuruvu, Mulungu, Sibipiruna e o misterioso Timburibá...






Algumas árvores nativas do Brasil, tiveram origem ou ocorreram intensamente em áreas do vale do Rio Paraíba do Sul, caracterizando a paisagem dessas regiões. Apesar do ciclo do café, muitos exemplares dessas espécies foram poupados do desmatamento, ou reproduzidos, no Médio Vale, devido à grande beleza e imponência, sendo encontrados ainda em grande quantidade principalmente na região serrana. Na área urbana, entretanto, elas podem ser vistas cada vez mais raramente.

Das quatro espécies citadas, apenas o Mulungu (Erythrina Mulungu) é indicado para jardins e quintais. Característica do clima tropical, pode chegar até 14 metros de altura. É árvore espinhenta, cujas flores aparecem no final do inverno - quando ela está sem folhas - num tom de vermelho vivo, que proporciona um lido espetáculo. Muito indicada no paisagismo, inclusive de áreas públicas, exerce grande atrativo para a fauna, tendo suas flores visitadas por beija-flores, periquitos, papagaios e outras aves, para se alimentarem do seu néctar.

A mais típica da região entre todas é o Guapuruvu (Schizolobium parahyba), como o próprio nome científico indica. Como anterior, apresenta flores de beleza exuberante, só que amarelas, que também aparecem em meados do inverno, na forma de espigas longas, com numerosas flores pequeninas. Pode alcançar até 30 metros de altura, e não é recomendada para proximidades de residências ou estacionamentos, porque seus galhos se quebram fácilmente ao vento, podendo provocar acidentes. Em parques e áreas amplas é muito recomendada pelo aspecto estético.

Semelhante, e por isso às vezes confundida com o Guapuruvu, é a Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), diversa entretanto pelo porte (no máximo 16 metros) e pela maior densidade da folhagem. As flores são amarelas, pequenas e reunidas em formato de espiga, e também surgem em meados do inverno. Seu cultivo é recomendado em praças, parques e ruas, desde que longe da fiação elétrica, e também em jardins de grande porte. Característica de clima tropical, tem grande adaptação quanto às condições de solo.

O Timburibá (Enterolobium contortisiliquum) é considerado, do ponto de vista histórico, a árvore símbolo de Resende, tendo dado nome a um jornal, tema de inúmeras poesias, e da lenda mais popular do município. Mas, do ponto de vista botânico, o Timburibá é um mistério. Registros históricos dão conta da existência de um exemplar muito famoso, existente no bairro Alto dos Passos, nas proximidades do cemitério, mas este teria tombado durante uma tempestade, há cerca de cem anos atrás. Desde então, quanto mais famoso, mais misterioso. Ninguém mais que se saiba na cidade, parece conhecer a existência de outro. Mas continuo contando com a ajuda de amigos historiadores, paisagistas, botânicos e outros, para esclarecer-lo. Enfim, procura-se um Timburibá!!!!

As três primeiras espécies citadas estão em plena floração, que se estenderão pela primavera, e ainda embelezando a cidade com os exemplares que ainda restam, como que numa homenagem pelo aniversário, comemorado em setembro. Cada vez mais raras, me atrevo a sugerir ao pessoal que vai planejar jardins para as grandes industrias que vêm chegando, e até para as próximas áreas públicas a serem criadas, o resgate dessas espécies, tão típicas e tão lindas. E seria uma pena que se extinguissem, como parece que aconteceu com a nossa árvore-símbolo.

Célia Borges

9 de agosto de 2008

ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE – Fórmula ecológica para matar ratos

O uso de produtos tóxicos no combate aos ratos põe em risco a saúde de seres humanos e animais domésticos, podendo inclusive ser fatal, assim como é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Mas a falta de controle pode ser igualmente perigosa, de forma que a busca de soluções alternativas é sempre uma boa noticia. Sobre essa que apresento abaixo, embora não tenha tido possibilidade de comprovar, recebi de pessoa integra, através da internet. Mas é simples e barata, de forma que compensa experimentar.

Todo o custo é o de uma simples xícara de feijão cru, que não deve ser lavado, levado ao liquidificador ou multiprocessador, e triturado até virar uma farofinha, mas sem chegar totalmente ao pó. Coloque em montinhos, pequenas porções nos cantos onde há ocorrência desses roedores, como perto de portas e janelas, atrás de geladeiras, fogões e demais locais que julgar conveniente.

O rato não consegue digerir o feijão cru, que nesse estado contém substâncias para as quais se organismo não está preparando, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Assim, além de não apresentar riscos para pessoas ou animais que entrem em contato, o próprio raticida não apresenta riscos para seres humanos e outros animais, que conseguem digerir o feijão, mesmo cru.

A fórmula não tem qualquer tipo de contra-indicação, e quem tiver interesse em se informar melhor à respeito pode consultar o Site da Universidade Federal de Pelotas.

Célia Borges

6 de agosto de 2008

SAÚDE – Alimentos que são úteis na prevenção do câncer



Estudos científicos que vêm sendo divulgados recentemente, em revistas e pela internet, dão conta de que o brócolis é alimento eficiente na prevenção ao câncer de próstata. A fonte principal dessas matérias é uma pesquisa feita por cientistas britânicos, do Instituto de Pesquisas sobre Alimentos de Norwich, que teriam constatado que o consumo regular desse vegetal provoca modificações na atividade de certos genes, associados ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Não tenho como comprovar a veracidade científica desse estudo em particular, mas o fato é que, se verdadeiro, vem coroar cerca de 100 anos de pesquisas (ou mais) sobre o assunto, à partir do tratado médico de W.R. Willians, publicado em 1908, que concluía: “a incidência de câncer está relacionada à nutrição”. Ali era defendida a tese de que componentes naturais e sintéticos podem, tanto inibir como promover o processo carcinogênico.

As propriedades protetoras dos alimentos foram pesquisadas, testadas e descritas em milhares de trabalhos científicos desde então. Os efeitos de alimentos, conservantes, corantes e novos produtos incorporados à vida moderna, tem sido alvo de estudos à exaustão.

Os resultados positivos e recorrentes de alguns alimentos parecem confirmar sua eficiência, a tal ponto que estão presentes nos mais variados tipos de dietas e recomendações nutricionais, tanto para pessoas doentes quanto para as que querem apenas se manter saudaveis. Uma boa alimentação pode não impedir a ocorrência da doença, mas dará ao organismo melhores condições para preveni-la, enfrenta-la e combate-la.

Brócolis e vegetais de folhas verde escuras – Os alimentos chamados crucíferos, como brócolis, couve, couve-flor, couve de bruxelas, agrião e repolho, contem altos índices de indóis e beta-caroteno, associados à prevenção do câncer de cólon. Estudos recentes citados acima fazem referência à eficiência, especialmente do brócolis, na prevenção do câncer de próstata. Os crucíferos também são indicados na prevenção do câncer de mama. O brócolis, especialmente, é uma fonte concentrada de vitamina A, ferro e cálcio, úteis em todas as idades.

Alho e azeite – Juntos ou separados, são considerados excelentes aliados para uma boa saúde. O alho contém sulfetos alílicos, apontados como contribuintes na redução do risco de câncer gástrico. Conhecido e usado na medicina primitiva, tanto dos povos egípcios como hindus e gregos, é agente anti-séptico, tônico, estimulante, depurativo, emoliente e anti-térmico. Sua indicação mais freqüente diz respeito à boca e aparelho digestivo, devido ao seu poder estimulante das mucosas e anti-séptico geral, contribuindo para aumentar o apetite, regular a digestão e combater os mais variados problemas intestinais. A associação do alho com o azeite potencializa seus efeitos, já que este é indicado como auxiliar no combate à hipertensão, ao colesterol alto e ao câncer das vias digestivas.

Aveia – Assim como outros alimentos ricos em fibras (trigo e arroz integrais, e demais cereais e grãos), a aveia é um dos alimentos mais recomendados para a saúde do aparelho digestivo, e para uma eficiente função intestinal, agindo como preventiva em todo o tipo de doenças desses sistemas. Também reduz a absorção de glicose entre os diabéticos, e é excelente pelo valor nutritivo, com alta taxa de proteínas (16.12%), a taxa mineral mais elevada do grupo de cereais, vitaminas B, fósforo e ferro. Muito indicada para crianças em fase de crescimento, é também alimento reconstituinte em pós-operatórios e no combate à anemia.

Frutas cítricas – A indicação da laranja e demais frutas cítricas nos mais variados tipos de dieta parece constituir uma unanimidade. Ricas em vitamina C, podem ser consumidas das formas mais variadas (sucos, molhos, geléias e como ingredientes para diversos pratos e bebidas). Mas a forma mais apropriada para se beneficiar de todo o seu valor nutritivo é ao natural, ingerindo-se as fibras. Como poderosos antioxidantes, são indicadas na prevenção do câncer e outras doenças degenerativas, assim como para evitar doenças cardiovasculares, pois reduzem a viscosidade sanguinea. As indicações atingem quase todas as áreas da saúde, onde a vitamina C tenha efeito positivo. O limão apresenta algumas indicações assessórias, pelo forte efeito bactericida e antisépctico, sendo eficiente auxiliar no tratamento de gripes, resfriados, amigdalites e problemas da boca. Sua associação com o mel pode potencializar os efeitos.

Soja – A soja e seus derivados, ricos em isoflavona, são conhecidos como proteção contra o câncer de mama, onde é conhecida sua atuação no controle do estrogênio, e o de próstata. A principal indicação, entretanto, diz respeito à redução dos sintomas desagradáveis da menopausa, além da prevenção de doenças cardíacas e do controle do colesterol. Pelo alto teor de proteínas, a soja pode substituir com vantagem o leite e a carne de origem animal, sendo processada das mais variadas formas para consumo alimentar (óleo, leite, farinha, lecitina e proteína concentrada). Por seu valor nutritivo, é indicada em casos de desnutrição.

Muitos outros alimentos, como as raízes, o tomate e as frutas, principalmente as vermelhas, são ricos em componentes benéficos à uma boa nutrição, prevenindo ou ajudando a controlar doenças. Voltaremos ao assunto numa próxima postagem. O importante é ter em mente a questão do equilíbrio, variando tanto quanto possível as cores e sabores. Por melhor e mais rico que seja um alimento, nunca deve ser consumido com exclusividade. Quanto mais colorido o prato, mais nutritivo e mais apetitoso.

Célia Borges

5 de agosto de 2008

GUSTAVO PRAÇA TOMA POSSE NA ACADEMIA ITATIAIENSE DE HISTÓRIA

O jornalista Gustavo Praça de Carvalho, editor dos jornais Ponte Velha e Nariz da Índia, e autor de vários livros de crônicas, tomará posse no próximo dia 16 de agosto na Cadeira no 9 da Academia Itatiaiense de História, que tem como patrono Joaquim Maia, e que era ocupada por seu falecido pai Frederico Pinheiro de Carvalho.

A Sessão Solene da ACIDHIS está marcada para 15 horas, no plenário da Câmara Municipal de Itatiaia. Na oportunidade também será lançado o livro do escritor Helton Perillo Ferreira Leite, “O Planalto de Itatiaia”.

Célia Borges

4 de agosto de 2008

EXPOSIÇÃO NA AEDB COMEMORA 100 ANOS DE IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL

A exposição “100 Anos de Imigração Japonesa no Brasil” foi aberta nesta segunda-feira, dia 4 de agosto, no Corredor Cultural Cecil Wall de Carvalho, da Associação Universitária Dom Bosco, onde permanecerá até o próximo dia 13. A mostra está sendo promovida pela AEDB e pela Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda.

O acervo exibido – 40 quadros com imagens históricas da chegada dos japoneses ao Brasil e os primeiros tempo de trabalho na lavoura de café – foi reunido pelo Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro, e a mostra está sendo realizada em conjunto com a Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Resende, presidida por Paulo Oyadomari.

Entre os destaques da exposição está a foto da chegada dos primeiros japoneses, num total de 165 famílias, vindas à bordo do Kasato Maru e desembarcadas no dia 18 no Brasil no dia 18 de junho de 1908. Era um total de 780 imigrantes, que foram trabalhar nos cafezais do Estado de São Paulo.

Os quadros expostos retratam ainda os difíceis primeiros anos, enfrentando o choque cultural, as péssimas condições de trabalho e os salários irrisórios, até sua ascensão social, primeiro através da compra de terras para a agricultura, e atualmente inseridos nos mais diversos setores produtivos e de prestação de serviços.

Outros itens da exposição são uma armadura de samurai, manequim com roupa típica do Japão, e bandejas de comidas japonesas modeladas em massa. Hoje o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Célia Borges

3 de agosto de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Agosto é a melhor época do ano para cuidar das plantas



Os meses de maio, junho, julho e agosto são, por definição, os períodos mais adequados aos cuidados com a maior parte dos tipos de vegetais, sejam os plantados em vasos, canteiros de jardins e hortas, pomares e etc... É a época apropriada para as podas de formação, limpeza e adubação, além do combate às pragas, sendo recomendado, sempre que possível, o uso de substâncias que não contaminem o meio ambiente.

É momento muito bom para o replantio das espécies anuais ou bianuais, para fazer sementeiras, e também para a reprodução das plantas através da separação dos novos brotos, o que é indispensável para mantê-las saudáveis, evitando excesso de folhas e raízes, que acabam por sufocar a planta original.

Um grande número de espécies vegetais se propaga preferencialmente dessa maneira, pela divisão de touceiras. Alguns exemplos, muito fáceis de serem observados, são as violetas africanas, as íris, os abacaxis ornamentais e as bromélias. Quando as plantas estão em boas condições e cultivadas nos ambientes certos, elas tendem à se reproduzir através da multiplicação de brotos secundários.

O trabalho de divisão por touceiras é, além de necessário, muito gratificante. Mas precisa ser executado com cuidado, para evitar que alguns brotos menores e mais frágeis seja sacrificados. O primeiro passo é a retirada da planta inteira do vaso, o que pode ser feito separando-se o torrão da superfície interna com uma espátula, e depois batendo delicadamente com o fundo, até sentir que as raízes estão soltas. Quando a planta ficou muito templo sem replantio, e as raízes tenham crescido demais, é bom verificar se parte dela não saiu pelo furo de drenagem do vaso, segurando-a ao fundo. Nesse caso é preciso cortar esse excesso de raízes com estilete.

Algumas plantas de vasos pequenos e raízes curtas, como as violetas africanas, se soltam muito mais facilmente. É importante observar também que algumas espécies, que apresentam espinhos, exigem o uso de luvas durante o trabalho. Quanto maiores os galhos das plantas a serem podadas ou reproduzidas, maior deve ser a luva, sendo que é muito recomendada aquela que chega quase à altura do cotovelo.

As touceiras devem ser separadas delicadamente, através da divisão das raízes à partir do esfacelamento do torrão. A perda de alguns exemplares deve ser considerada normal, porque é muito difícil obter 100% de aproveitamento. Cada muda retirada com sucesso deve ser separada para plantio individual. No momento da divisão, vasos e canteiros já devem estar prontos para o replantio, observando-se a composição da terra de acordo com as necessidades de cada espécie de planta.

Terra comum de jardim, terra adubada, substratos, húmus, esterco curtido ou composto, areia e outros materiais devem ser misturados de acordo com as especificações. Adubos ricos em fósforo são os mais recomendados na época do plantio. Além da fórmula apropriada de terra, é preciso observar que nos primeiros dias as mudas recém-plantadas vão exigir regas mais constantes, tendo-se sempre o cuidado de não encharcar. À partir da plena brotação, as regas podem ser mais espaçadas.

Aquelas que não precisarem de replantio também vão merecer os seus cuidados: revolver a terra, observar a incidência de pragas, como pulgões e caramujos, e combate-las com os recursos adequados, aplicar adubo líquido durante a rega, pelo menos duas vezes no espaço de quize dias, durante as próximas luas (nova, crescente e cheia) desse mês de agosto, podem ser providências que farão grande diferença no resultado obtido com a beleza e saúde de suas plantas.

Nesse período de seca, também é recomendável intensificar as regas das espécies que ficam ao ar livre, e que ao contrário da primavera e do verão, não estão se beneficiando com a umidade das chuvas. Água duas vezes por semana, pelo menos, é boa maneira de mantê-las em forma para a chegada da primavera. Algumas espécies são mais exigentes, então é sempre bom observar o comportamento delas, e rega-las até mais vezes, se for necessário. É o caso dos bonsais, por exemplo, que devido ao pequeno tamanho dos vasos, retém pouca umidade.

As próximas semanas também são indicadas para os trabalhos de poda, tanto as radicais, de formação, quanto às de limpeza. Antes de inicia-las é sempre bom observar os formatos que se quer dar, eliminando galhos secundários prioritariamente, e em seguida cortando aqueles que ultrapassam a conveniência estética. As podas de formação costumam ser mais radicais, e nela o jardineiro deve levar em consideração a perspectiva de crescimento da planta.

Agosto é, enfim – especialmente as três primeiras semanas – oportunidade mais do que adequada para se investir nas plantas, jardins, hortas e demais cultivos, para que estejam à altura dos nossos sonhos na próxima primavera-verão. E por falar em primavera, lembrei que os buganvilles e outras plantas que pegam de galho também estão no momento propício para serem reproduzidas. Uma boa dica é usar um produto chamado “enraizador”, mergulhando-se o galho da planta que se quer na diluição recomendada. Mais um recurso para “ajudar” a Natureza...

Célia Borges

2 de agosto de 2008

ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE – Os caramujos africanos gigantes voltam a atacar...


O mês de agosto é um momento ótimo para cuidar das plantas, principalmente dos replantios das que se reproduziram excessivamente, daquelas que já estão há muito tempo se renovação de vasos, e também para limpeza e adubação de canteiros de hortas e jardins. Vou voltar ao assunto em breve, numa postagem sobre Paisagismo e Jardinagem, mas o que me mobiliza agora é a questão de, ao mesmo tempo em que se renova e cuida de nossos amigos vegetais, exercer controle e proteção futura contra uma das mais devastadoras pragas que aniquilam nossas plantações durante a primavera e o verão, que são os “famigerados” (literalmente!!!) caramujos africanos.

Mesmo correndo o risco de ser julgada preconceituosa contra tais bichinhos, que afinal fazem parte da natureza, não tenho como resistir ao fato de que (como disse no primeiro texto, postado em outubro passado) eles são resultado de uma verdadeira “barbeiragem” ambiental, uma espécie invasora classificada pelo IBAMA como “a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta”. O que vale dizer que não adianta só reciclar o lixo, preferir produtos isentos de agrotóxicos, fazer coleta seletiva de materiais que degradam o ambiente, se deixarmos o tal do caramujo africano solto por aí...

O caso é que, como alias muitos outros problemas que enfrentamos, o combate à proliferação do indigitado já parece ter escapado há muito da possibilidade de eficiente atuação das autoridades (in)competentes, de forma que é indispensável que tomemos o problema em nossas próprias mãos, pois trata-se não apenas de proteger nossas plantas de todos os portes (porque eles são capazes de devorar até mesmo uma árvore inteira), como também nossa própria saúde, já que os bichinhos transmitem várias doenças.

Acabo de despertar para a ameaça do caramujo, pois aproveitando a Lua Nova de Agosto, justamente num dia primeiro – o que me pareceu tão poético – resolvi replantar os lindos Abacaxis Ornamentais, que venho cultivando em duas bacias de cerâmica, e que pareciam estar pedindo socorro, pela enorme quantidade de mudas que se formaram, e por algumas matrizes estarem amarelando. Achei que era apenas uma questão de superpopulação, mas ao replantá-los para um canteiro (cada três plantas originais viraram 12!!!!) descobri logo abaixo da superfície da terra, colônias de filhotes ainda pequenos, mas já se alimentando das raízes e folhas inferiores.

Ah! Bem que eu havia observado essa ausência! Motivo de preocupações e cuidados constantes entre a primavera e verão, já devia ter desconfiado que estavam hibernando. Espero ter livrados os abacaxis, mas isso me lembrou os riscos em outras plantas, e eis que descobri que estão atacando também e novamente as ervas medicinais (eles tem preferências irritantes) e também uma das minhas mais belas orquídeas, talvez atraídos pelo perfume... sabe-se lá!!!

O resultado é que as próximas semanas vão exigir uma revisão geral em vasos e canteiros, na tentativa de localizar a praga antes que se desenvolva demais, e volte a ficar fora de controle, como nas duas temporadas anteriores. Enquanto as autoridades abriram a “temporada de caça ao eleitor”, eu sigo aqui na minha temporada de caça aos caramujos, antes que façam estragos irreversíveis no meu jardim e quintal (porque pelo menos isso está ao meu alcance tentar evitar!!!).

Aconselho (desculpem a liberdade!!!) que meus leitores que residam em cidades do interior, como eu, ou em regiões rurais, comecem a tomar providências. Resultado de um projeto, no Paraná, nos anos 80, o bicho já se espalhou pelo país inteiro. Além de destruir de forma fulminante as plantas onde se alojam, eles transmitem várias doenças, entre as quais as mais graves e difíceis de diagnosticar são angiostrongilíase, nas formas meningoencefálica e abdominal. Sem tratamento, podem ser fatais.

O combate a essa espécie exótica invasora deve ser feito com cuidado, porque a ingestão ou simples contato com o caramujo vivo pode causar a contaminação. Eles também contaminam as frutas e verduras, assim disseminando doenças, mais um motivo para que os alimentos sejam cuidadosamente lavados antes do consumo. A coleta deve ser feita com as mãos protegidas, colocados em sacos plásticos, e cobertos por sal ou cal virgem (dando-se preferência a essa última opção, por garantir a não contaminação do lençol freático).

É importante observar que eles se proliferam através de milhares de ovos, sendo indispensável que esses também sejam exterminados, para evitar a continuidade da contaminação. A proliferação descontrolada do caramujo africano gigante é uma questão de Saúde Pública, mas que infelizmente não vem sendo tratada como tal, com descaso de todos os níveis político-administrativos para o problema. Mas a gravidade pode ser conferida no próprio site do Ibama na internet.

Célia Borges