16 de setembro de 2014

ITATIAIA PERDE ALDA BERNARDES


 
      


Faleceu na sexta-feira (7/7) aos 87 anos, a presidente da Academia Itatiaiense de História, professora Alda Bernardes de Faria e Silva, que dedicou a vida a pesquisar, preservar e incentivar os estudos sobre a história e a cultura de Itatiaia.

Fundadora, e principal responsável pelo funcionamento e atividades da instituição, a ARDHIS, Alda Bernardes escreveu diversos trabalhos básicos sobre o assunto, e foi incansável incentivadora de pesquisas que muito contribuiram para o conhecimento da história município.

Nascida no seio de tradicionais famílias de Itatiaia, Cotrim e Bernardes, a professora Alda começou a se interessar e pesquisar a história ainda jovem, logo formou-se e que começou a dar aulas no então Grupo Escolar Ezequiel Freire, onde sentia falta de materiais para ensinar a seus alunos sobre sua própria terra natal. Desde então, passou a entrevistar seus familiares e outros moradores, anotando tudo em inúmeros cadernos.

Mesmo durante o tempo em que viveu em São Paulo - onde formou-se fisioterapeuta e trabalhou com notável desempenho profissional, casou-se com um médico, e residiu até ficar viúva - Alda aproveitava suas viagens de férias à Itatiaia para continuar suas pesquisas. Ao ficar viúva, em meados da década de 80, voltou a residir em Itatiaia, dedicando-se mais do que nunca à história.

Atuou no grupo de emancipacionistas, ao lado do irmão, Humberto Bernardes, e no ano seguinte à conquista de condição de município, foi uma das fundadoras da Academia Itatiaiense de História, ao lado dos coronéis Cláudio Bento, Lauro Amorim, Geraldo Lavasseur França e Rubens Mader.

Nos 23 anos de existência da ARDHIS, Alda Bernardes sempre fez parte das diretorias, sendo a presidente há cerca de uma década. Além de persistir nas suas pesquisas, Alda escreveu trabalhos e foi a principal orientadora dos demais pesquisadores da história do município, a quem nunca negou seus manuscritos, documentos e livros.

Era também colecionadora de móveis, louças, objetos de uso doméstico e artefatos ligados à cafeicultura e pecuária locais, e que deveriam constituir o acervo de um museu histórico que ela sonhava legar à Itatiaia, projeto que entretanto, não pode ver concluído. Além de patrocinar com recursos próprios a maior parte das atividades da Academia, ela também havia adquirido, há pouco mais de dois anos, um antigo casarão, a Chácara Pequenina, destinada a esse projeto. (Célia Borges)