16 de setembro de 2010

ÁRVORE ELETRONICA: SOLUÇÃO PARA O LIXO TECNOLÓGICO



Se você tem aparelhos de telefone celular já desativados, teclados, “mouses” , computadores velhos e outros equipamentos sem uso, e não sabe o que fazer com eles, surge finalmente uma solução para descartá-los de forma útil, e voltada para a reciclagem. No próximo dia 21 de setembro, em endereços de Resende, Itatiaia, Porto Real e Petrópolis, esses resíduos da tecnologia estarão sendo recolhidos, através do evento ÁRVORE ELETRÔNICA.
A iniciativa é da PC Vida e Grandiflora Consultoria Ambiental, que garante que todo o material coletado será encaminhado para reciclagem ou utilizado em projetos de inclusão digital. E que, para cada tonelada de resíduos coletada, serão plantadas 30 mudas de árvores.
Os postos de coleta na nossa região serão os seguintes: Resende – Resende Shopping e Colégio Estadual Dr. João Maia; Itatiaia – Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto; Penedo – Colégio Municipal Dom Ottorino Zanon; Porto Real – Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Petrópolis – Ong PC Vida e TV Vila Imperial.
A Universidade Estácio de Sá, que apóia essa idéia, está recebendo materiais nos seus “campi” de Petrópolis, Nova Friburgo, Resende, Niterói, Barra, Madureira e Rebouças.
A iniciativa merece o apoio das autoridades municipais da nossa região, de forma a tornar essa coleta regular, e de se estudarem meios de beneficiar as populações dos municípios doadores, contribuindo para uma inclusão digital que também favoreça nossas populações carentes.
A árvore da foto, que embeleza a nossa Av. Castelo Branco, em Resende, segue á título de inspiração, para que os doadores pensem no possível resultado de seu esforço.
Célia Borges

POPULAÇÕES AFETADAS POR PARQUES PEDEM “PAZ NA MANTIQUEIRA”



Uma ampla manifestação popular, reunindo moradores e instituições de municípios do interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, está sendo programada, embora ainda sem data definida, através de uma “Carreata pela Paz na Mantiqueira”, em direção à Basílica de Aparecida. O movimento se propõe a dar voz às populações que vem sendo afetadas pela criação e ampliação de unidades de conservação nessa região, pelo ICMBio, sem os devidos estudos de impacto social, econômico e ambiental.
Os líderes da manifestação são o mesmo grupo que conseguiu, recentemente, frear o processo de criação do Parque Altos da Mantiqueira, após desgastante processo iniciado em novembro do ano passado, com a apresentação pelo ICMBio da proposta de uma unidade de conservação, numa área de 86 mil hectares, e envolvendo terras de 15 municípios de São Paulo e Minas Gerais. Prefeitos e representantes dos municípios afetados, sindicatos rurais e associações profissionais, além da Fundação Cristiano Rosa e do Instituto ECO Solidário, participam da organização.
Apesar da criação do parque estar paralisada por decisão judicial, ao final de dois anos poderá ser retomada, e nesse período, os organizadores da “Carreata pela Paz na Mantiqueira” querem chamar a atenção da imprensa e da opinião pública para a absurda situação que é a criação de um Parque Nacional numa área densamente ocupada, promovendo o desemprego e criando problemas econômicos e sociais naquela região.
A mobilização da população nos município afetados foi imediata, graças à atuação de suas lideranças, e na primeira Consulta Pública, em 7 de dezembro, em Pindamonhangaba, os representantes do ICMBio foram surpreendidos pela presença de mais de 400 pessoas, que se insurgiram contra a proposta de criação do parque, inclusive pelo despreparo desses representantes, que não tinham informações sequer sobre quais e quantas seriam as propriedades atingidas, e o total da população afetada.
O impasse resultou na suspensão das outras três Consultas Públicas programadas para os dias seguintes – fato inédito segundo o próprio ICMBio – e após várias tentativas de conciliação, no início de 2010, o Procurador da Justiça Federal de Guaratinguetá entrou com Ação Civil Pública contra o ICMBio, para que apresentasse seu Plano de Manejo em 18 meses. Ao ser citado, o ICMBio pediu prazo de 24 meses, o que foi homologado.
O conflito gerado pela proposta de criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira é semelhante aos que vêm ocorrendo em outros locais, e em todo o país, como é o caso do Parque Nacional do Itatiaia, onde decreto de ampliação ameaça desapropriar a área do Núcleo Colonial, criada em 1908, e portanto quase trinta anos mais antiga do que o próprio parque, que só surgiu em 1937.
A Associação dos Amigos do Itatiaia está apoiando a “Carreata pela Paz na Mantiqueira”, e convidando seus associados, além de demais cidadãos e instituições do lado do Rio de Janeiro, para aderirem ao movimento. Além de Itatiaia, existem problemas entre a população e o ICMBio com relação também aos parques nacionais da Bocaina e da Serra dos Orgãos, cujos representantes estão sendo convidados para participar da carreata.
A unanimidade dos organizadores e apoiadores da “Carreata pela Paz na Mantiqueira” questiona a forma como o ICMBio vem criando unidades de conservação, sem a efetiva participação das comunidades locais, estudos técnicos nem avaliações sócio-econômicas. O resultado são os chamados “parques de papel”, uma política ambiental equivocada, que vem criando todo o tipo de problemas com as comunidades envolvidas. E que além disso o ICMBio não toma as medidas necessárias, nem demonstra compromisso, com a efetiva preservação do patrimônio natural do país.
Célia Borges