30 de setembro de 2009

FESTA VEGETARIANA E ANIVERSÁRIO DO CORAL DE VISCONDE DE MAUÁ





Nesta quinta-feira, 1º de outubro, o Centro Cultural Visconde de Mauá vai estar em intensa atividade, com o lançamento do livro “Festa Vegetariana” e a comemoração do sexto aniversário do Coral do Visconde.
O livro “Festa Vegetariana – receitas perfeitas para ocasiões especiais”, reúne as mais diversas sugestões de pratos e foi organizado por Raquel Ribeiro. Ele se propõe a mostrar que é possível preparar um banquete com ingredientes totalmente vegetais, sem qualquer tipo de carne, e nem mesmo leite, queijos e ovos.
Segundo os editores, “são 120 idéias para abrilhantar, desde um almoço de aniversário até um jantar romântico. Tudo com direito a entradinhas, sucos coloridos e sobremesas de dar água na boca. Entre os colaboradores, o livro contou com Kashi e com Angela Lima, aclamadas cozinheiras vegetarianas da região. E as ilustrações são da Viviana Melo. Imperdível!!!”
Além do lançamento do livro, com direito à “demonstrações culinárias”, o evento do Centro Cultural Visconde de Mauá fará homenagem aos seis anos do Coral do Visconde, que estará se apresentando mais uma vez, para o encanto dos expectadores.
Célia Borges

23 de setembro de 2009

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Iris: belas e efêmeras, mas podem florir por toda a estação





As Iris (neomárica cândida) são algumas das mais belas e exóticas flores brasileiras, que encontram na primavera seu período de floração. Suas flores lembram alguns tipos de orquídeas terrestres, e por isso são frequentemente com elas confundidas. As folhas tem a forma de lâminas cumpridas, brilhantes e dispostas à partir da raiz, na forma de um leque irregular. As inflorescências aparecem na ponta dessas folhas, daí abrindo flores brancas, com manchas azuladas, as pétalas dispostas em torno de um miolo, onde tons marrons, amarelos, azuis e arrocheados formam desenho extravagante, lembrando pelagem de tigre.
As Iris são muito recomendadas para compor canteiros e jardineiras altos, pois seu crescimento chega a 60 cm de altura. Ela aprecia uma boa umidade, embora não resista ao encharcamento, exigindo assim cuidado com as regas. Muito resistentes, se bem cuidadas e dispondo da umidade necessária, elas podem durar bastante, sendo entretanto recomendado o replantio, ou anualmente durante o inverno, ou pelo menos uma vez cada dois anos. O replantio é uma boa ocasião para reproduzir mudas, que podem ser obtidas pela simples separação das touceiras, mantendo-se uma parte das raízes em cada nova muda.
Uma boa quantidade de luz é indispensável para o sucesso do seu cultivo, e quanto mais luminosidade, maior a quantidade e exuberância da floração. O sol direto e por muitas horas, entretanto, deve ser evitado. As adubações e transplantes devem ser feitas no final do outono e nos primeiros meses de inverno. Durante a floração, as regas regulares, pelo menos a cada dois dias, vão favorecer seu prolongamento. As flores duram apenas um dia, mas com os cuidados adequados, elas podem se repetir duas a três vezes por semana, e continuar assim por mais de três meses.
Além da “neomárica candida”, espécie nativa do Brasil também conhecida como Iris-da-praia, existe outra espécie de Iris nativa do Brasil, a “neomárica caerulea”, também conhecida como falso-iris ou Iris-azul devido à coloração de suas flores, e ainda duas espécies européias, a Iris germânica, de cor azul forte a roxa, e o Iris amarelo, “Iris pseudacorus”. Há ainda uma espécie de Iris aquática, a “Iris spuria”, de flores completamente brancas.
Célia Borges

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Um novo orquidário em Penedo







Os apreciadores de plantas em geral, e os apaixonados pelas orquídeas em particular, acabam de ganhar um presentinho para esta primavera: está funcionando, desde agosto, um novo orquidário em Penedo, o ORQUIDEASPENEDO, oferecendo ao público grande variedade de tipos e espécies, das mais conhecidas até algumas bastante raras.
O orquidário, com suas cerca de 800 espécies, já existe há alguns anos, mas só há poucas semanas abriu os portões para exposição e venda. Além de orquídeas floridas e mudas, ele oferece também grande quantidade de produtos adequados ao cultivo, como cachepôs de madeira reciclada, substratos à base de fibra de côco, ferramentas, adubos orgânicos e inseticidas naturais.
A paixão da família Barretti, proprietária do orquidário, por essas tão belas e exóticas flores, começou há cerca de oito anos, quando Roberto Barretti construiu a primeira estufa, a pedido da esposa, Anna Maria, para abrigar algumas orquídeas que ela ganhara de presente do pai e da avó. Desde então o interesse, o estudo e a coleção cresceram tanto, que a abertura do orquidário ao público aconteceu quase como uma conseqüência natural. Hoje eles dividem os cuidados com o filho Marcos (foto).
Antes mesmo de estar aberto ao público, o ORQUIDEASPENEDO já vinha fornecendo suas flores para diversas lojas, restaurantes e outras empresas, de Penedo e de toda a região. Com uma clientela cada vez maior e mais fiel, têm sido possível trabalhar com tão grande variedades de espécies, inclusive com algumas das mais raras, exóticas... e caras. Algumas chegam a custar R$ 200 reais o exemplar.
Além da exposição e venda, o orquidário oferece cursos gratuitos sobre “Orquídeas, sua cultura e seu cultivo”, em períodos a serem divulgados oportunamente. E embora só esteja funcionando atualmente aos sábados e domingos, visitas em outros dias podem ser agendadas pelo telefone (024) 3351-3253. O site é o orquideas@orquideaspenedo.com.br e endereço de e.mail orquideaspenedo@gmail.com.
Célia Borges

21 de setembro de 2009

RESENDE HISTÓRICA: O Timburibá não é só uma lenda: eles existem, e nós os apresentamos aos leitores





Apesar do dia nublado, e da tarde chuvosa desse 21 de setembro, alguns de nós, “apaixonados pela Natureza”, não nos deixamos intimidar pelo mau tempo, e saímos em campo no primeiro dia da primavera de 2009, para identificar alguns dos Timburibás remanescentes em Resende. Meus companheiros nesse empreendimento foram a artista plástica e “multi-mídia” Fátima Porto, a bióloga Tânia Vieira e o Daniel, da Oka Timburibá. É a nossa forma de homenagear o município, que faz aniversário nessa estação, e dar um presentinho aos leitores interessados no assunto, que vêm nos prestigiando, cobrando e incentivando desde o início da nossa pesquisa, que já dura vários anos.
O Timburibá é considerado, do ponto de vista histórico, a árvore símbolo de Resende. E para muitos conhecedores da cidade, já vinha sendo, há tempos, dada como extinta. Aproveito para dedicar esse trabalho ao nosso “mestre em cultura”, Claudionor Rosa, cuja curiosidade e inquietação me desafiaram à pesquisa e ao empenho. E para agradecer à Kátia Quirino, pelas contribuições e incentivo. Tudo começou com uma simples pergunta: “Existem ainda Timburibás em Resende?” Como muitos mistérios da natureza, a resposta era simples, e que estava ao alcance dos nossos olhos... e só faltava, para desvendá-la, comunicação e conhecimento.
A Lenda do Timburibá, registro da presença dos índios puris na região, é também um dos mais conhecidos capítulos do folclore de Resende. E a existência de um frondoso Timburibá, nas imediações do cemitério, no Alto dos Passos, é um fato histórico que conta com os testemunhos de historiadores e cronistas da época, segundo os quais as famílias da cidade costumavam reunir-se sob sua copa monumental, para piqueniques aos domingos. Existem inclusive narrativas de um temporal, que no início do século XX teria sido responsável pela queda da tão marcante, hospitaleira e estimada árvore, tida por muitos como o último exemplar dos timburibás no município.
Aceitei o desafio do Claudionor Rosa, feito através Kátia Quirino, numa época em que fazia curso de Paisagismo no Senac/Resende. A primeira pista veio em cerca de dois meses, através de uma colega de curso, Patrícia Marques Paraguassu, que localizou uma nota através do Instituto Plantarum, onde encontrei referências botânicas e fotos: sob o nome científico de “Enterolobium contortisiliquum”, lá estava o nosso misterioso Timburibá. Logo em seguida adquiri uma coleção da Editora Europa, em cinco volumes, onde encontrei, no das árvores, a confirmação das referências botânicas anteriores. Procurávamos uma árvore frondosa, indicada para parques e locais espaçosos, capaz de atingir até 35 metros, e com uma copa proporcional à tal altura. Olhávamos para cima, procurando velhos e frondosos timburibás, esquecendo assim de procurar exemplares mais novos, e mais à altura do nosso olhar...
Uma das dificuldades para a identificação do Timburibá é justamente essa. Ao contrário dos velhos timburibás centenários, que predominam no imaginário popular, as árvores existentes e identificadas não são tão antigas e frondosas. Os exemplares que encontramos podem ter menos de 30, e até menos de 20 anos, e entre oito e dez metros de altura, por isso foi indispensável identificá-los por fatores como os frutos, que lhe emprestam nomes populares como “orelha de macaco”. Além disso, no local onde se estão as três primeiras, encontram-se disfarçadas entre mangueiras e angicos, sendo que essa última espécie apresenta diversas semelhanças, como o tipo de folhagem e de flor, que podem facilmente induzir o observador leigo à confusão.
Alguns leitores desse blog puderam acompanhar, e outros tantos até participaram ativamente, das pesquisas em torno do Timburibá. As postagens e correspondências estão devidamente registradas, para quem quiser conferir. Mas só há cerca de dois meses consegui informações objetivas. Diante da curiosidade dos leitores, estou empreendendo pesquisa sobre as espécies botânicas nativas da região, e onde encontrar exemplares e mudas. Fui dar no Horto de Furnas, onde entre muitos assuntos, a técnica responsável, bióloga Tânia Vieira, garantiu a existência de exemplares de Timburibá, tanto em Resende quanto em Itatiaia. Poucos dias depois, o biólogo Paulo José Fontanezzi, presidente da Agencia de Meio Ambiente de Resende, confirmou a informação, e inclusive a localização dada por Tânia Vieira, da existência de três exemplares do Timburibá, nos canteiros da pista secundária da Via Dutra, sentido SP-Rio, para quem entra em direção à Aman.
Nesse 21 de setembro, saímos em campo para conferir, e mostramos nas fotos anexas, os quatro Timburibás que identificamos, sendo três no local acima referido, e um quarto, no Parque Zumbi, nas margens do Rio Paraíba do Sul, próximo aos fundos do clube CCRR. Uma parte da missão foi cumprida. Mas como nossos leitores, queremos saber, e divulgar mais... por isso, aguardem uma próxima postagem com mais detalhes sobre essa árvore, que significa tanto para a nossa cultura, a nossa história e o nosso meio ambiente. Agora que sabemos quem ela é, e onde está, podemos lutar em melhores condições, para preservar sua espécie, e reproduzindo-a, impedir a sua extinção.
Célia Borges

15 de setembro de 2009

ITATIAIA HISTÓRICA – Luis Carlos de Aquino, primeiro prefeito de Itatiaia – “In memoriam”


Faleceu no dia 2 de setembro de 2009, o primeiro Prefeito Municipal de Itatiaia, Luis Carlos de Aquino, eleito no primeiro pleito após a emancipação do município, realizado em 16 de abril de 1989, e empossado no dia 1º de junho daquele mesmo ano. Sua candidatura ocorreu de última hora, em substituição ao então candidato Noel de Oliveira, cuja candidatura havia sido impugnada pouco antes da eleição. Natural de Itatiaia, e muito querido na cidade, embora tenha passado a maior parte da sua vida adulta fora do município, foi eleito com grande facilidade, usando o apelido com o qual era conhecido na cidade, “Picolé”.
Sua atuação à frente da Prefeitura de Itatiaia foi digna de nota, e tendo encontrado o novo município em estado precário, conseguiu em três anos e meio realizar uma grande quantidade de obras de infra-estrutura, melhorar as condições de educação e saúde, deixando a cidade com uma imagem muito diferente daquela que encontrara: ruas calçadas, pontos de ônibus cobertos, rede de águas pluviais, melhoramentos inclusive nos bairros mais afastados, foram aspectos que melhoraram a qualidade de vida da população.
Descendente de uma tradicional família do município, Luis Carlos de Aquino nasceu em Itatiaia em 15 de novembro de 1926, filho de Jurandyr Reis de Aquino e Irene Borges Corrêa de Aquino. Cursou o primário no grupo escolar Dr. João Maia, em Resende, e o ginasial no Colégio São Joaquim dos Padres Salesianos, e no Liceu Nossa Senhora Auxiliadora, ambos em Lorena. Cursou o científico nos colégios Pedro de Toledo e Colégio do Estado, ambos em são Paulo. Formou-se em Direito pela Sobeu, em 1973.
Em 1946 ingressou na Companhia Siderúrgica Nacional, onde fez carreira, ocupando diversos cargos administrativos, até aposentar-se em 1979. Foi também Assessor e Secretário de Administração da Prefeitura de Resende, antes da emancipação de Itatiaia. Sua vida profissional foi pautada pela competência e dedicação, tendo sido sempre reconhecido pela capacidade de trabalho e organização.
Foi casado com Léa Rangel de Aquino, com quem teve os filhos Jurandyr Luis Rangel de Aquino, Isabel Cristina Aquino Correia e Ronaldo Rangel de Aquino. Posteriormente foi o companheiro de Márcia da Silva Oliveira, com quem teve o filho Carlos Luis Oliveira de Aquino, atualmente com nove anos.
Luis Carlos de Aquino costumava se definir como “um administrador na política”, e essa circunstância, de ter se dedicado muito mais aos aspectos administrativos do que aos políticos, lhe valeram algum reconhecimento, mas também muita compreensão e adversidades. Tanto que apesar de ser admirado e respeitado pelo trabalho á frente da administração municipal, não conseguiu mais eleger-se, nem a prefeito, em 96, nem como vereador, em 2004.
Algumas das mais importantes obras do Prefeito Luis Carlos Aquino, em Itatiaia, foram a construção do Colégio Municipal Ana Elisa Gregori, concluída no fim de seu mandato e inaugurada pelo prefeito seguinte; a pavimentação de avenidas e ruas do município, chegando a mais de 42 mil m²; a conservação das áreas verdes, com o plantio de árvores e manutenção dos bens existentes; ampliação das redes de esgoto, águas pluviais e distribuição de água; expressivas melhorias nos atendimentos de saúde; construção da Pré-Escola e da Creche municipais; investimentos maciços na educação do município.
Célia Borges

ACADEMIA ITATIAIENSE DE HISTÓRIA APROVA NOVO ESTATUTO E ELEGE DIRETORIA PARA 2009/2011




A Academia Itatiaiense de História realizou, no último sábado, dia 12 de setembro, às 15 horas, a sua Assembléia Geral, no plenário da Câmara Municipal de Itatiaia, quando foi aprovado o novo Estatuto da entidade, e eleita a diretoria e o Conselho Fiscal para o biênio 2009/2011.
Para a diretoria, em chapa única, foram reeleitas a presidente, professora Alda Bernardes de Faria e Silva, a vice-presidente Angela Maria da Silva, o Diretor Secretário Carlos Lima, e eleito como Diretor Financeiro, Paulo Zikan. Os suplentes são Ednamara Maia Gouvêa Keller e Lílian Pereira Flóres.
Para o Conselho Fiscal foram eleitos Moacir de Castro Rodrigues, Adilson Luis da Silva e Marlene Modesto, como titulares, e como suplentes, José Carlos de Souza e Silva e Anamaria Dille de Medeiros e Albuquerque.
Estiveram presentes na Assembléia, além dos integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal, os sócios Rosa Maria Cotrim Barcellos, Cel. Lauro Amorim e sra. Olga Amorim, Consuelo Rosa, Eliana Gouvea, Rui Camejo e essa cronista.
Célia Borges

4 de setembro de 2009

DEBATE SOBRE O PARQUE NACIONAL TERÁ NOVO ENCONTRO EM OUTUBRO



O Ciclo de Debates e Eventos sobre o Parque Nacional do Itatiaia, promovido pela prefeitura do município, com apoio das entidades da sociedade civil organizada, foi aberto na segunda-feira, dia 31 de agosto, e já tem novo encontro agendado para o próximo dia 5 de outubro. O objetivo é promover uma ampla discussão sobre as medidas propostas pelo governo federal, através do Instituto Chico Mendes, para aquela unidade de conservação, que afetam a população do município e de toda a região das Agulhas Negras.
O primeiro encontro contou com a presença do prefeito Luis Carlos Ferreira Bastos, da vice-prefeita Gilda Molica, do diretor do PNI, Walter Behr, dos secretários municipais de Meio Ambiente Domingos Baumgratz e de Turismo, Roberta Dias de Oliveira, do presidente da Agencia de Meio Ambiente de Resende, Paulo José Fontanezzi, e além de dirigentes e representantes de associações empresariais, comunitárias e ambientais do município e da região.
A proposta da prefeitura de Itatiaia e das demais entidades envolvidas, como a Associação Comercial, a Associação de Hoteleiros do PNI, Associação dos Amigos do Itatiaia, e Federação das Associações de Moradores, entre outras, é a de promover uma ampla mobilização, com a participação da comunidade do município e da região, para conhecer e discutir o conjunto de medidas, que entre outras, prevê a desapropriação das propriedades particulares incluídas na área do Parque Nacional, e sua ocupação posterior por outras pessoas, empresas e instituições recomendadas pelo governo federal.
Na abertura do Ciclo de Debates, após a saudação das autoridades, que foram unânimes em destacar a importância dessa oportunidade de discussão, foi feita uma apresentação sobre a história do município de Itatiaia e do Parque Nacional, pela jornalista que lhes escreve, Célia Borges, seguida de palestra do secretário do Meio Ambiente de Itatiaia, Domingos Baumgratz, que fez um diagnóstico da situação do Parque com relação ao município, destacando as legislações vigentes e também as propostas do ICM-Bio.
Além dessas apresentações, o encontro contou com várias intervenções por parte dos convidados e do público presente, quando ficou patente a insatisfação da comunidade com a forma unilateral com que o poder público federal vem tratando a questão do Parque. Um dos aspectos destacados foi o recente fechamento do Museu da Fauna e da Flora, cujo acervo tão valioso em coleções reunidas através de várias décadas, foi empacotado e distribuído por várias instituições do país, perdendo sua unidade e ameaçando sua integridade, já que não foram devidamente esclarecidos os destinos que tomaram.
O atual diretor do PNI, que compareceu acompanhado de integrantes de sua equipe, contestou alguns posicionamentos, e fez a leitura pública da Carta de Itatiaia, divulgada há poucas semanas pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. As sugestões apresentadas pelos participantes desse primeiro encontro, como medidas para uma maior aproximação da população do município com o Parque Nacional, maiores estudos e cuidados com relação às áreas do entorno do parque, e a proteção do patrimônio natural ainda preservado, serão temas de debates para os próximos encontros.
Célia Borges

1 de setembro de 2009

RESUMO HISTÓRICO SOBRE O PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA


Nossa região era originalmente coberta por densas matas nativas, e povoadas, até onde se sabe, pelas tribos de índios Puris. Essa paisagem permaneceu em estado primitivo, até meados do Século XVIII, quando teve início a ocupação pelo homem branco. Diante da necessidade de escoamento do ouro, desde as Minas Gerais até o porto de Angra dos Reis, essa região integrou uma espécie de corredor, serra abaixo, para o transporte da carga, e sua localização privilegiada, ás margens do Rio Paraíba do Sul, contribuiu para o surgimento dos primeiros ranchos, como pontos de reabastecimento e descanso das tropas e dos tropeiros.
Em torno desses ranchos, surgiram as primeiras roças, mas seu nível de subsistência não chegou a afetar de forma expressiva o meio ambiente. A ocupação só viria a se intensificar nas primeiras décadas do Século XIX, quando, com o esgotamento das reservas auríferas, muitas famílias de mineiros deslocaram-se para a região do vale do Rio Paraíba do Sul, em busca de alternativas econômicas. A primeira foi a cana de açúcar, mas logo substituída pelo café, que trouxe o maior ciclo de riqueza e prosperidade para essa região, e que se estendeu pelo vale afora.
O preço do sucesso da monocultura cafeeira foi a devastação das matas. Mas Itatiaia foi privilegiada por uma circunstância histórica, o fato do Visconde de Mauá, Irineu Evangelista de Souza, não ter plantado café em suas propriedades, e que hoje constituem uma grande parte do território do município. As sete fazendas – Central, Queijaria, Taquaral, Invernada, Itatiaia, Mont-Serrat e Benfica – foram alvo de muito pequena exploração econômica, e dessa forma transformaram-se num verdadeiro oásis de floresta nativa, um dos últimos e mais importantes redutos da mata atlântica no estado e no país.
A região teve ainda, com a decadência do ciclo do café em suas terras, a fase da agropecuária, entre o final do Século XIX e o início do Século XX, com sucesso expressivo mas não muito duradouro. Diante da falta de perspectivas econômicas para essa região, tão estratégica aos interesses nacionais, o governo federal decidiu, em 1908, adquirir as fazendas do Visconde de Mauá, então de propriedade de seu filho, Comendador Henrique Irineu de Souza, para alí implantar dois núcleos coloniais, o de Itatiaia e o de Visconde de Mauá. Convidados a adquirir lotes a preços acessíveis, imigrantes europeus começaram a chegar no final daquele ano, ocupando principalmente as terras na área mais baixa, próximas dos meios de transporte e centros urbanos.
É importante observar, para futuras considerações, que a área comprada pelo governo federal, segundo documentos oficiais da época, dizia respeito a 48 mil hectares. Apenas uma parte dessa área foi destinada aos núcleos coloniais, e mesmo dessa pequena parte destinada aos núcleos coloniais, nem todos os lotes foram ocupados. E com isso, a maior parte das terras remanescentes das fazendas do Visconde de Mauá permaneceram preservadas.
Outro esclarecimento importante é que, quando chegaram ao Brasil, e compraram seus lotes, os imigrantes europeus não encontraram mata nativa nas terras adquiridas. Eles receberam justamente as terras das fazendas de Mauá que já haviam sido econômicamente exploradas, numa tentativa de colonização anterior, feita pelos proprietários originais. A proximidade das terras com os cafezais e com a agropecuária também afetou a área, de tal forma que o objetivo inicial desses colonos, que era a produção de frutas, cereais e tubérculos, e a criação de pequenos animais, não foi bem sucedida por falta das condições adequadas.
As fotos da época mostram bem quais foram as reais condições que esses colonos encontraram. E há muito ainda que pesquisar, para procurar compreender as dificuldades por que passaram. O apoio federal aos núcleos cessou em 1916, e daí em diante, eles seguiram por sua própria conta, mas também com automia para negociar seus lotes. Muitos imigrantes continuaram a chegar nos anos seguintes, inclusive adquirindo lotes de outros colonos. A falta de opções econômicas levou alguns deles a receber hóspedes em suas próprias casas, e essas pequenas hospedarias e pousadas foram a semente daquelas que foram, e ainda são, atividades relevantes para o desenvolvimento do município: a hotelaria e o turismo.
Uma consciência ambiental instintiva, e um grande amor pela natureza, levaram o conjunto desses imigrantes a promover o reflorestamento dessas áreas, com os limitados recursos de seus conhecimentos. Se não souberam reconstituir a mata nativa, pelo menos foram os responsáveis pela recuperação da cobertura vegetal, e permitindo assim uma pelo menos parcial restauração da flora e da fauna primitivas. Se houve introdução de espécies exóticas, elas não apenas foram incentivadas pela mentalidade da época, como contribuiram para o enriquecimento e diversidade do nosso patrimônio natural. A natureza é dinâmica, e agradece a qualquer contribuição para torná-la ainda mais exuberante.
O Parque Nacional do Itatiaia foi criado em 1937, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, englobando uma área de 12 mil hectares, e excluidas as terras do Núcleo Colonial. O direito dos colonos, entretanto, não foram respeitados, quando um decreto de 1982, sancionado pelo então presidente João Batista Figueiredo, ampliou sua área para 30 mil hectares, incluindo as propriedades particulares do antigo núcleo. O decreto não esclarecia as condições de desapropriação, nem as justificativas técnicas para inclui-los. E deu margem à uma disputa judicial, que ainda permanece sem solução.
Desde o início da ocupação do Núcleo, até os nossos dias, os imigrantes europeus vêm dando relevantes, e mesmo decisivas contribuições para a preservação e valorização do patrimônio natural do Parque Nacional e da nossa região. É preciso lembrar o notável papel da família Zikan, cujo patriarca José Francisco, com a ajuda de seu filho Walter, conseguiu reunir uma extraordinária coleção de insetos, reconhecida internacionalmente, e cujos descendentes se notabilizaram através do GEAN – Grupo Excursionista das Agulhas Negras. As iniciativas de Josef Simon, que entre outras, manteve um dos mais famosos orquidários do país. A sensibilidade de Roberto Donati, que trouxe para o seu hotel personagens lendários da nossa história cultural, como o poeta Vinicius de Morais e o pintor Alberto da Veiga Guignard.
O Parque Nacional do Itatiaia não é apenas um bem material. Além de um patrimônio ambiental rico e dinâmico, ele é o palco de uma longa história, enriquecida por uma grande lista de pessoas que viveram por ele, e lutaram por sua preservação. Por aqueles, por exemplo, que criaram, dotaram o acervo, e mantiveram durante décadas, o Museu da Flora e da Fauna, recentemente desativado, à revelia da comunidade científica local e da população. As políticas administrativa e conservacionista do Parque, desenvolvidas atualmente pelas autoridades federais, vêm sendo implantadas de forma unilateral, desprezando as circunstâncias históricas, sociais e culturais que o envolvem.
A preservação da mata nativa, nas áreas onde ainda se encontra em estado natural, mas sempre ameaçada, vem exigindo providências urgentes, diante das inúmeras queimadas que às colocam em risco a cada ano. Entretanto, à título de “revitalização do Parque”, grande parte das ações propostas concentram-se em medidas que interferem nas áreas limitrofes da reserva, justamente onde já existe uma ocupação humana histórica e cultural, em detrimento das necessidades das áreas ainda em estado primitivo, tão necessitadas de proteção. Segundo o ponto de vista das autoridades federais, parecem sobrar recursos para desapropriações e projetos de grande porte, enquanto faltam aqueles tão indispensáveis, para treinar e equipar melhor a Guarda Florestal, evitando a devastação de grandes áreas de floresta, que assistimos impotentes, a cada ano, comprometendo tão importante patrimônio ambiental.
A comunidade também vem cumprindo o seu papel, na defesa dos direitos da coletividade. Diante de uma proposta de Revitalização do Parque, da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 2006, a AAI – Associação dos Amigos do Itatiaia – apresentou àquele ministério, em 2008, uma proposta de recategorização da área do antigo Núcleo Colonial, que se encontra inserido nos limites do parque, para Monumento Natural – Unidade de Conservação, com o mesmo nível de proteção integral de um Parque Nacional, mas garantindo os direitos de seus legítimos proprietários.
A Associação dos Amigos do Parque foi fundada em 1951, reunindo não apenas moradores da região, como outras pessoas engajadas na sua preservação. Em sua proposta de recategorização, a AAI propõe uma solução legal e negociada para a questão da regularização fundiária, que traga sustentatibilidade ambiental, mas respeitando os aspectos históricos, sociais e culturais. É preciso lembrar que os moradores da área do parque não são invasores, e suas propriedades já existiam antes da criação do Parque. E é mais importante lembrar ainda que não foram eles os responsáveis por qualquer tipo de agressão ao meio ambiente, e que ao contrário, documentos e fotos nos mostram que foram pioneiros e incansáveis, no trabalho de restaurar e preservar.
O esforço para restabelecer as verdadeiras circunstâncias históricas, que esclareçam a população e as autoridades sobre o Parque Nacional do Itatiaia, são indispensáveis para ilustrar esse debate, onde estão sendo colocadas em questão não apenas os direitos de alguns cidadãos, mas os interesses de toda uma comunidade. Os hotéis situados na área do parque são de propriedade de algumas pessoas, mas garantem os empregos de muitas outras. Assim como seus restaurantes e outros negócios. O turismo é uma atividade que envolve todo o município, e o Parque Nacional do Itatiaia ainda é o nosso maior patrimônio turístico, além de ambiental. Tudo o que diz respeito ao Parque Nacional é de grande interesse, não apenas dos moradores do nosso município, mas para toda a população da região das Agulhas Negras.
Gostaria de lembrar que esse esforço, para a realização desse Ciclo de Debates e Eventos, envolve não apenas a Prefeitura e a AAI, mas também outras entidades da sociedade organizada, como a Associação dos Hoteleiros do Parque, a Federação das Associações de Moradores, a Aciati, além de outras entidades comunitárias, empresariais, turísticas e ambientais do município e da região, que estarão participando dos nossos próximos encontros.

Nossa região era originalmente coberta por densas matas nativas, e povoadas, até onde se sabe, pelas tribos de índios Puris. Essa paisagem permaneceu em estado primitivo, até meados do Século XVIII, quando teve início a ocupação pelo homem branco. Diante da necessidade de escoamento do ouro, desde as Minas Gerais até o porto de Angra dos Reis, essa região integrou uma espécie de corredor, serra abaixo, para o transporte da carga, e sua localização privilegiada, ás margens do Rio Paraíba do Sul, contribuiu para o surgimento dos primeiros ranchos, como pontos de reabastecimento e descanso das tropas e dos tropeiros.
Em torno desses ranchos, surgiram as primeiras roças, mas seu nível de subsistência não chegou a afetar de forma expressiva o meio ambiente. A ocupação só viria a se intensificar nas primeiras décadas do Século XIX, quando, com o esgotamento das reservas auríferas, muitas famílias de mineiros deslocaram-se para a região do vale do Rio Paraíba do Sul, em busca de alternativas econômicas. A primeira foi a cana de açúcar, mas logo substituída pelo café, que trouxe o maior ciclo de riqueza e prosperidade para essa região, e que se estendeu pelo vale afora.
O preço do sucesso da monocultura cafeeira foi a devastação das matas. Mas Itatiaia foi privilegiada por uma circunstância histórica, o fato do Visconde de Mauá, Irineu Evangelista de Souza, não ter plantado café em suas propriedades, e que hoje constituem uma grande parte do território do município. As sete fazendas – Central, Queijaria, Taquaral, Invernada, Itatiaia, Mont-Serrat e Benfica – foram alvo de muito pequena exploração econômica, e dessa forma transformaram-se num verdadeiro oásis de floresta nativa, um dos últimos e mais importantes redutos da mata atlântica no estado e no país.
A região teve ainda, com a decadência do ciclo do café em suas terras, a fase da agropecuária, entre o final do Século XIX e o início do Século XX, com sucesso expressivo mas não muito duradouro. Diante da falta de perspectivas econômicas para essa região, tão estratégica aos interesses nacionais, o governo federal decidiu, em 1908, adquirir as fazendas do Visconde de Mauá, então de propriedade de seu filho, Comendador Henrique Irineu de Souza, para alí implantar dois núcleos coloniais, o de Itatiaia e o de Visconde de Mauá. Convidados a adquirir lotes a preços acessíveis, imigrantes europeus começaram a chegar no final daquele ano, ocupando principalmente as terras na área mais baixa, próximas dos meios de transporte e centros urbanos.
É importante observar, para futuras considerações, que a área comprada pelo governo federal, segundo documentos oficiais da época, dizia respeito a 48 mil hectares. Apenas uma parte dessa área foi destinada aos núcleos coloniais, e mesmo dessa pequena parte destinada aos núcleos coloniais, nem todos os lotes foram ocupados. E com isso, a maior parte das terras remanescentes das fazendas do Visconde de Mauá permaneceram preservadas.
Outro esclarecimento importante é que, quando chegaram ao Brasil, e compraram seus lotes, os imigrantes europeus não encontraram mata nativa nas terras adquiridas. Eles receberam justamente as terras das fazendas de Mauá que já haviam sido econômicamente exploradas, numa tentativa de colonização anterior, feita pelos proprietários originais. A proximidade das terras com os cafezais e com a agropecuária também afetou a área, de tal forma que o objetivo inicial desses colonos, que era a produção de frutas, cereais e tubérculos, e a criação de pequenos animais, não foi bem sucedida por falta das condições adequadas.
As fotos da época mostram bem quais foram as reais condições que esses colonos encontraram. E há muito ainda que pesquisar, para procurar compreender as dificuldades por que passaram. O apoio federal aos núcleos cessou em 1916, e daí em diante, eles seguiram por sua própria conta, mas também com automia para negociar seus lotes. Muitos imigrantes continuaram a chegar nos anos seguintes, inclusive adquirindo lotes de outros colonos. A falta de opções econômicas levou alguns deles a receber hóspedes em suas próprias casas, e essas pequenas hospedarias e pousadas foram a semente daquelas que foram, e ainda são, atividades relevantes para o desenvolvimento do município: a hotelaria e o turismo.
Uma consciência ambiental instintiva, e um grande amor pela natureza, levaram o conjunto desses imigrantes a promover o reflorestamento dessas áreas, com os limitados recursos de seus conhecimentos. Se não souberam reconstituir a mata nativa, pelo menos foram os responsáveis pela recuperação da cobertura vegetal, e permitindo assim uma pelo menos parcial restauração da flora e da fauna primitivas. Se houve introdução de espécies exóticas, elas não apenas foram incentivadas pela mentalidade da época, como contribuiram para o enriquecimento e diversidade do nosso patrimônio natural. A natureza é dinâmica, e agradece a qualquer contribuição para torná-la ainda mais exuberante.
O Parque Nacional do Itatiaia foi criado em 1937, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, englobando uma área de 12 mil hectares, e excluidas as terras do Núcleo Colonial. O direito dos colonos, entretanto, não foram respeitados, quando um decreto de 1982, sancionado pelo então presidente João Batista Figueiredo, ampliou sua área para 30 mil hectares, incluindo as propriedades particulares do antigo núcleo. O decreto não esclarecia as condições de desapropriação, nem as justificativas técnicas para inclui-los. E deu margem à uma disputa judicial, que ainda permanece sem solução.
Desde o início da ocupação do Núcleo, até os nossos dias, os imigrantes europeus vêm dando relevantes, e mesmo decisivas contribuições para a preservação e valorização do patrimônio natural do Parque Nacional e da nossa região. É preciso lembrar o notável papel da família Zikan, cujo patriarca José Francisco, com a ajuda de seu filho Walter, conseguiu reunir uma extraordinária coleção de insetos, reconhecida internacionalmente, e cujos descendentes se notabilizaram através do GEAN – Grupo Excursionista das Agulhas Negras. As iniciativas de Josef Simon, que entre outras, manteve um dos mais famosos orquidários do país. A sensibilidade de Roberto Donati, que trouxe para o seu hotel personagens lendários da nossa história cultural, como o poeta Vinicius de Morais e o pintor Alberto da Veiga Guignard.
O Parque Nacional do Itatiaia não é apenas um bem material. Além de um patrimônio ambiental rico e dinâmico, ele é o palco de uma longa história, enriquecida por uma grande lista de pessoas que viveram por ele, e lutaram por sua preservação. Por aqueles, por exemplo, que criaram, dotaram o acervo, e mantiveram durante décadas, o Museu da Flora e da Fauna, recentemente desativado, à revelia da comunidade científica local e da população. As políticas administrativa e conservacionista do Parque, desenvolvidas atualmente pelas autoridades federais, vêm sendo implantadas de forma unilateral, desprezando as circunstâncias históricas, sociais e culturais que o envolvem.
A preservação da mata nativa, nas áreas onde ainda se encontra em estado natural, mas sempre ameaçada, vem exigindo providências urgentes, diante das inúmeras queimadas que às colocam em risco a cada ano. Entretanto, à título de “revitalização do Parque”, grande parte das ações propostas concentram-se em medidas que interferem nas áreas limitrofes da reserva, justamente onde já existe uma ocupação humana histórica e cultural, em detrimento das necessidades das áreas ainda em estado primitivo, tão necessitadas de proteção. Segundo o ponto de vista das autoridades federais, parecem sobrar recursos para desapropriações e projetos de grande porte, enquanto faltam aqueles tão indispensáveis, para treinar e equipar melhor a Guarda Florestal, evitando a devastação de grandes áreas de floresta, que assistimos impotentes, a cada ano, comprometendo tão importante patrimônio ambiental.
A comunidade também vem cumprindo o seu papel, na defesa dos direitos da coletividade. Diante de uma proposta de Revitalização do Parque, da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 2006, a AAI – Associação dos Amigos do Itatiaia – apresentou àquele ministério, em 2008, uma proposta de recategorização da área do antigo Núcleo Colonial, que se encontra inserido nos limites do parque, para Monumento Natural – Unidade de Conservação, com o mesmo nível de proteção integral de um Parque Nacional, mas garantindo os direitos de seus legítimos proprietários.
A Associação dos Amigos do Parque foi fundada em 1951, reunindo não apenas moradores da região, como outras pessoas engajadas na sua preservação. Em sua proposta de recategorização, a AAI propõe uma solução legal e negociada para a questão da regularização fundiária, que traga sustentatibilidade ambiental, mas respeitando os aspectos históricos, sociais e culturais. É preciso lembrar que os moradores da área do parque não são invasores, e suas propriedades já existiam antes da criação do Parque. E é mais importante lembrar ainda que não foram eles os responsáveis por qualquer tipo de agressão ao meio ambiente, e que ao contrário, documentos e fotos nos mostram que foram pioneiros e incansáveis, no trabalho de restaurar e preservar.
O esforço para restabelecer as verdadeiras circunstâncias históricas, que esclareçam a população e as autoridades sobre o Parque Nacional do Itatiaia, são indispensáveis para ilustrar esse debate, onde estão sendo colocadas em questão não apenas os direitos de alguns cidadãos, mas os interesses de toda uma comunidade. Os hotéis situados na área do parque são de propriedade de algumas pessoas, mas garantem os empregos de muitas outras. Assim como seus restaurantes e outros negócios. O turismo é uma atividade que envolve todo o município, e o Parque Nacional do Itatiaia ainda é o nosso maior patrimônio turístico, além de ambiental. Tudo o que diz respeito ao Parque Nacional é de grande interesse, não apenas dos moradores do nosso município, mas para toda a população da região das Agulhas Negras.
Gostaria de lembrar que esse esforço, para a realização desse Ciclo de Debates e Eventos, envolve não apenas a Prefeitura e a AAI, mas também outras entidades da sociedade organizada, como a Associação dos Hoteleiros do Parque, a Federação das Associações de Moradores, a Aciati, além de outras entidades comunitárias, empresariais, turísticas e ambientais do município e da região, que estarão participando dos nossos próximos encontros.
Célia Borges