25 de janeiro de 2008

X - Me contem uma boa piada, por favor!!!

Ando precisando dar umas boas risadas. Aliás, risadas não, o que eu preciso mesmo é de uma boa gargalhada, daquelas retumbantes...uma daquelas que massageia as vísceras e desopila o fígado. Por favor, não me poupem da graça e bom humor de vocês, porque ando muito necessitada dessa injeção de ânimo. Até porque acredito que rir é o melhor remédio. Pra tudo...
A passagem de ano, e o início de um novo, geralmente nos influi no sentido pensar em uma vida nova, novas chances, novos sonhos, novas oportunidades...sei lá, a gente sempre espera alguma coisa nova...ou eu pelo menos costumo ser assim. Janeiro sempre tem sido pra mim o mês de tomar novas decisões, de assumir novos sentimentos, de me reabastecer de um novo gás, pra alimentar meus sonhos.
Apesar de todos os problemas que perduram ano após ano, janeiro sempre foi pra mim o mês da esperança. No ano passado, por exemplo, foi quando abracei o Paisagismo com força total, e comecei a desenvolver meu primeiro trabalho. Um trabalho amador, mas enfim, nem por isso irrelevante. Ao contrário, os resultados dessa experiência contribuíram muito pra retomada da minha auto-estima, tão abalada por falta de trabalho na minha profissão de jornalista.
Esse ano de 2008, entretanto, me dá a desagradável sensação de ter começado ao contrario, de ter começado pelo fim. Com exceção da agradável reunião de aniversário da Nice Pinheiro no Uau, Su, no dia 11 – quando tive oportunidade de rever amigos e conhecer gente super interessante, principalmente da área do jornalismo, da qual sinto tanta saudades – por mais que eu revolva a minha memória, não me lembro de mais nada que tenha sido realmente gratificante...nem no sentido do novo, nem do antigo.
Senão, vejamos: mal refeitos dos festejos do reveillon, recebemos pela testa a notícia de que nosso presidente, mais uma vez, desmentia pelo gesto aquilo que garantira pela palavra, de que odeia pacotes e de que não promoveria um. Não preciso entrar em detalhes do pacote que veio, porque quem se dá ao trabalho de ler essa coluna, com certeza sabe do que se trata. Segundo um leitor de jornal, na sessão de cartas, devemos perdoar nosso presidente, a tal MP não é um pacote, é uma embrulhada...Até que valeu uma risada...
No mais, além das enchentes típicas do verão, que afetam principalmente as populações mais pobres, sem que as autoridades tomem medidas efetivas pra evita-las; dos incêndios em hospitais, deixando pacientes em estado gravíssimo ao relento (e qual foi a personalidade pública que esteve lá...); da ameaça de epidemia de dengue, que não apenas não foi debelada, como volta a cada ano mais resistente (vítima de dengue é como vítima de assalto, a gente sempre conhece alguém que já passou por isso...); enfim, pra coroar tudo isso, agora temos também um janeiro de febre-amarela. E um ministro que nega tudo, enquanto a doença se espalha e não tem vacina pra todo mundo.
Não vou nem entrar no capítulo das decepções pessoais, porque se fosse enumera-las, o meu pobre leitor ia acabar chorando comigo, ao invés de se concentrar em me alegrar um pouco, que é do que ando precisando mais...Em compensação também recebi memoráveis demonstrações de amizade, o que acaba nos dando força pra superar tudo. Se meus amigos não me contaram ainda a piada que preciso pra dar a tal boa gargalhada, pelo menos me cumularam com grande compreensão, carinho e solidariedade, massageando meu coração.
Por outro lado, meu computador, tipo assim meu ´alter-ego´ informático, vem me atribulando ao extremo, e isso desde o ano passado. Além das amebas e bactérias da vida pessoal, não paro de sofrer por conta dos tais vírus virtuais. Tive que reinstalar o Windows, oportunidade em que perdi uma grande quantidade do meu trabalho desenvolvido nos últimos meses, desde crônicas inéditas, até uma boa parte do texto do que seria meu próximo livro, e um monte de pesquisas com o mesmo fim...foi tudo deletado de repente, num simples click de tecla...é mole....
Fico pensando se isso não é apenas uma impressão minha...que o mundo é lindo, todo mundo está feliz...só eu é que consegui conjugar meu mapa astral, com um inferno atrasado e outro adiantado, tudo culminando no mesmo momento...sei lá...até pode ser...só consigo constatar, porque a interrogação sumiu do meu teclado...será que só me resta ler jornal diário com suas tragédias, ou me refugio nas páginas de humor...
Tenho tido algum consolo na leitura de gente interessante que anda escrevendo por aí. Descobri há alguns meses, lendo a Folha numa assinatura promocional, o cronista José Simão, que se intitula o Esculhambador-Geral da República, no país da Piada Pronta, que é exatamente onde vivemos. Não vou transcrever o texto dele, porque não tenho recursos pra pagar os direitos autorais, mas apenas á título de recomendação de leitura, vou repassar alguns exemplos desse humor escrachado, mas muuuuuuuuuuito engraçado:
- Em igreja evangélica, tudo é ex. ex-gay, ex-presidiário, ex-travesti, ex-viciado.
- O mesmo mosquito pica pra dengue e pra febre amarela: é mosquito total flex.
- Esta vai ser a próxima declaração do ministro Temporão: brasileiro é hipocondríaco, não pode ver uma fila que vai entrando...
- Curriculo do mosquito: pico pra dengue, pico pra febre amarela, sei cantar o Hino Nacional e quero entrar pro ´Big Brother´...
Não vou exagerar, porque não estou aqui pra me entender com o sr. Copyright, é só uma pequena dica de leitura engraçada, que eu sei que ando precisando, quem sabe vocês também, né...Estou pesquisando tudo o que é engraçado na minha pequena biblioteca. Acho que vou me atracar com os volumes do Folclore Político, do saudoso Sebastião Nery, quando mais não seja pra comparar as piadas do passado (anos 50 a 80), tão ingênuas, diante da barra pesada que se vê hoje.
Ando dolorida, no fígado, no baço, nos rins, no coração. Meio como se tivesse levado uma surra. Pode ser apenas teimosia e idiotice de pessoa que vai envelhecendo, mas não consigo encarar, sem criticar, esse estado de coisas...a nossa política transformada num simples balcão de compra e venda (de consciências, inclusive); conviver com pessoas que desaprenderam a dizer ´obrigado´ e ´por favor´; com pessoas que aparecem sem avisar, e que quando avisam, não aparecem...
Sou defensora do riso e da alegria. Gosto de ser assim, e de partilhar isso com os que me cercam – inclusive com meus gatos. Não quero, eu me recuso a entrar no clube dos pessimistas. E é por isso que peço a ajuda de vocês: uma piadinha, por favor!!!!!
Célia Borges