28 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL - Afinal, o que podemos esperar de 2009?

O ano de 2008 começou mal para boa parte dos brasileiros, na rasteira de pacotes econômicos tão mais maldosos quanto insistentemente desmentidos anteriormente. E não se pode dizer que esteja terminando melhor do que começou, com o fantasma de uma grande crise econômica mundial, e a ameaça de desemprego em escala global. Isso, em proporções que ainda não foram devidamente avaliadas.
Mas, o que torna a questão ainda mais assustadora para nós, brasileiros, é observar a forma irresponsável pela qual a questão está sendo abordada entre nós, e conduzida pelas autoridades (in)competentes, que tentam, desde o início, passar à população a falsa idéia de que isso não vai nos afetar. Ou que não vai nos afetar muito. E enquanto uma tsunami econômica vai se formando mundo afora, continuam querendo nos engabelar com a imagem de que vamos ter apenas uma “marolinha”.
Nossos “gênios” econômicos trafegam na contramão das tendências internacionais, mantendo juros altos (e que ainda ficaram mais altos nas últimas semanas para o consumidor, diante da retração do crédito) e incentivando a “gastança” como recurso para contornar, ou até mesmo minimizar os efeitos da crise.
E já que, apesar da iminência da crise, a arrecadação de impostos no país continua em alta, as autoridades do Executivo e do Legislativo, sempre contando com a cumplicidade do Judiciário, estão aí, prontas para dar aumentos à várias faixas do funcionalismo público, e criar mais alguns milhares de cargos de vereador. Decidiram “enfiar o pé na jaca”, pois afinal, quem vai pagar a conta, não importa quão cara ela fique, seremos nós, os eternos e conformados pagadores de todos os impostos.
Não é preciso nem ser economista, com mestrado e doutorado, para perceber que essa política econômica não pode dar certo. Qualquer dona de casa, com razoável domínio das finanças domésticas, é capaz de prever que, diante de uma situação imprevisível, o aconselhável é ter cautela, adiar os gastos que não sejam indispensáveis, e estar preparada para as eventuais dificuldades.
Em sã consciência, ela não vai desfalcar sua poupança (se tiver) para trocar de carro numa hora dessas, só para socorrer as montadoras de automóveis e garantir o emprego dos metalúrgicos do ABC. Até a mais ingênua das donas de casa vai dar boas risadas diante desse raciocínio sem lógica.
O que se pode ver é que essas autoridades não tem nenhum compromisso com a realidade – e aliás, são muito poucas as autoridades no Brasil que ainda tem esse compromisso. O projeto de poder dos seus atuais detentores precisa seguir à “toque de caixa”, garantindo a continuidade política e administrativa, seja através das megalomaníacas obras do PAC, seja mantendo a Dívida Interna em níveis estratosféricos, ou ainda por uma política externa desastrosa, que de calote em calote, vai levando reservas econômicas produzidas pelos impostos que pagamos.
Mas dizem que Deus é brasileiro, e onde é que isso vai dar, só ELE sabe. A nós, só cabe perceber que “o mar não está pra peixe”, menos ainda para peixinhos pequenos como nós. E tratar de cuidar das nossas vidas, com o discernimento que nos resta, já que não está mesmo ao nosso alcance mudar as consciências dos especuladores internacionais, de corporações que só visam o lucro financeiro, de governantes e demais autoridades que, antes de pensar no bem estar da coletividade, estão mais preocupados em garantir suas próprias, reles e transitórias mordomias.
Afinal, o que podemos esperar de 2009? Que vai ser um ano difícil, com certeza! Mas que não precisa ser, necessariamente, pior do que os demais que já vivemos. Vamos precisar, talvez, ser mais solidários, mais compreensivos, mais generosos. Por que o clima, assim como os governos, não parece disposto a aliviar a nossa “barra”. Vamos ter temporais e enchentes, vamos ter secas e miséria. Vamos perder amigos, e possivelmente, ganharemos novos e familiares habitantes para esse planeta. Vamos sofrer alguma coisa, com certeza... mas vai passar. Afinal, o importante é que estamos vivos. E que ainda teremos mais uma chance de “ser humanos”...
Célia Borges

17 de dezembro de 2008

CENTENÁRIO DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAIA RESGATA A HISTÓRIA DOS IMIGRANTES






O centenário do Núcleo Colonial do Itatiaia, na data da chegada ao Brasil do primeiro grupo de imigrantes europeus que vieram ocupá-lo, foi comemorada neste sábado, dia 13 de dezembro, com evento no Auditório do Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon, reunindo descendentes de colonos, moradores da região e convidados. Entre os presentes esteve o prefeito eleito do município, Luis Carlos Ypê, que compareceu com a esposa, Maria Elisa, e um grupo de auxiliares.
O encontro foi promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia, com apoio da Academia Itatiaiense de História, e constou de palestras, exibição de fotografias, e do lançamento de uma coleção de cartões postais retratando flagrantes da vida desses pioneiros, nas primeiras décadas de existência do Núcleo.
Após as palavras de boas vindas da administração do hotel, a programação foi iniciada com pronunciamento da presidente da AAI, Leila Heizer, seguida da presidente da ACIDHIS, Alda Bernardes. A jornalista Célia Borges fez palestra sobre a história dos 100 Anos do Núcleo, e logo após, a Secretária Geral da AAI, Maria Teresa de Mehr, discorreu sobre a recuperação da mata do Itatiaia, demonstrada com exibição de fotos, durante a ocupação da região pelos imigrantes.
A parte oficial da programação foi encerrada com a emocionante apresentação do Diretor Cultural da AAI, Igold Knock, que emocionou a platéia ao divulgar uma gravação muito rara, de 1951, em oportunidade que entrevistou um dos mais interessantes personagens da história da região, o empresário Josef Simon, fundador do Hotel Simon. Na gravação, além de seus comentários sobre as lembranças da Alemanha, sua terra natal, e da paixão por Itatiaia, ele canta canções da infância, com letras adaptadas para elogiar a terra que adotou.
No tempo destinado à manifestação do público, falou o advogado Jacir Martins, destacando a importância do conhecimento da história do Núcleo como fator de mobilização da comunidade. As canções gravadas de Josef Simon incentivaram mãe e filha, Maria Alina e Aline Rabelo Rocha, a apresentarem as canções criadas pela primeira, criadas para exaltar a alegria de viver em Itatiaia.
Além dos já citados, participaram também como convidadas oficiais a Coordenadora de Pesquisa da AEDB, professora Nilza Macário, e a vice-presidente da ACIDHIS, professora Angela Maria da Silva Campos. Como mestre de cerimônias, e também representando a ACIDHIS, atuou a jornalista e professora Anamaria Dile. Também compareceram o Secretário da ACIDHIS, Carlos Lima, e o Secretário Municipal de Administração, Edson de Souza. O evento foi encerrado com um coquetel para os participantes.
Célia Borges

15 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL – Os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos nesse mês de dezembro, e o assunto ganhou páginas e mais páginas da imprensa internacional. E também na nacional. Em ambos os casos as avaliações chegam a conclusões iguais: apesar de alguns avanços ocorridos sob sua influência, ela continua sendo amplamente desrespeitada, quando não absolutamente descumprida.
Produto dos traumas provocados pela II Guerra Mundial, com sua longa lista de atrocidades, ela foi proclamada pela Assembléia Geral da ONU em dezembro de 1948, resultado do esforço dos três primeiros anos de existência daquele organismo. Seu objetivo era estabelecer direitos universais para todos os povos, independente de raça, cor, gênero ou credo religioso.
Entre os avanços por ela proporcionados, destaca-se o fato de ter passado a ser uma relevante fonte de inspiração para as Constituições de diversos países, e assim abrindo caminho para melhores condições de vida de muitas populações. Seus princípios também servem de base para a atuação de diversos órgãos internacionais, inclusive e principalmente a própria Organização das Nações Unidas.
Do ponto de vista teórico, ela é uma sólida base para orientar essas entidades, no julgamento de conflitos. Já do ponto de vista prático, o que se vê é um longo caminho ainda por trilhar... A começar pelo seu princípio mais básico, que é aquele que prevê a igualdade entre todas as pessoas, o que se vê é que a Declaração é ainda, e apenas, uma utopia.
Só uma educação sólida e humanista parece poder conduzir o ser humano a compreender a questão da igualdade, e a tentar viver segundo sua inspiração. Mas o que se vê pelo mundo é que falta muito em educação, e mais ainda em humanismo. Pior ainda é o que acontece em alguns países, como o Brasil, onde as políticas publicas andam na contramão do conceito de igualdade, esmerando-se em criar cada vez mais privilégios e distinções entre sua população.
A luta pela igualdade, em sua forma teórica, encontra-se isolada nos nichos intelectuais, nos meios universitários, e em algumas outras poucas instituições. O povo, em si, ignorante de seus direitos, alimenta, pela aceitação pacífica da prática clientelista e das esmolas pecuniárias, o processo de injustiça social. Não tem nem consciência de quanto a educação que lhe é negada faz falta.
A questão dos Direitos Humanos é muito mais ampla e complexa que o simples “dar comida a quem tem fome”. É preciso, sim, dar comida a quem tem fome. Mas dar apenas comida, e continuar negando educação, é condenar o faminto à indigência. É garantir que ele nunca terá oportunidade de sustentar-se por seus próprios meios, é negar-lhe cidadania. É tirar a oportunidade dos seus filhos... é, enfim, covardia e barbarie!!! Mas quem é que disse que nós somos realmente civilizados?
O estilo populista predominante no Brasil, de conceder privilégios como forma de compensar injustiças, só contribui para aprofundar mais as eventuais diferenças, é nadar contra a corrente da igualdade. O que está em questão não é a origem racial (já que em princípio, somos todos brasileiros), a cor da pele, o credo religioso ou a opção sexual. Tudo isso é só um disfarce, para não se encarar a questão principal, que é a do desnível econômico, produto do desemprego, da falta de qualificação profissional, da falta de oportunidade de trabalho.
Com educação, saúde, justiça, certamente haveria mais igualdade para negros e brancos, pardos e amarelos, católicos ou evangélicos, budistas e espíritas, heterossexuais e gays... Não seriam necessários quotas e outros privilégios, que no fundo são apenas armadilhas políticas, que não vão nos levar a nada. A não ser, é claro, à perpetuação da desigualdade e das injustiças. E da negação dos Direitos Humanos, tanto para os privilegiados, quando para os eventualmente prejudicados por essas medidas.
O que move o mundo, nos nossos dias, é a remuneração do capital. O trabalho e as condições de sobrevivência do ser humano são assuntos de importância secundária. Portanto, no cerne de qualquer questão de igualdade e de Direitos Humanos está a questão econômica, e tentar minimizar esse fato é simples hipocrisia. Difícil é explicar isso para quem está com fome!!! Esses, tomam como inimigo o privilegiado mais próximo, que é aquele que tem o que comer. Enquanto aqueles que trabalham para perpetuar sua fome... esses o provo aprova, e ainda vota neles.
Sem educação não há solução. Enquanto o poder estiver na mão de tiranos estúpidos (mesmo aqueles alçados ao poder por eleição) que só se preocupam em se perpetuar no poder, em manter e alimentar privilégios, e com suas vaidades pessoais, não vai haver esperança de mudanças, na direção de maior igualdade. Tiramos estúpidos, aliás, como os Bush, porque a estupidez não é privilégio nosso...
Sem muito o que comemorar, espero que os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo menos, sirvam de inspiração para essa minoria de idealistas, humanistas, ambientalistas, filósofos, professores, e demais pessoas que não desistiram do “projeto humano” (ver educador Paulo Freire), a continuar na sua luta.
Célia Borges

13 de dezembro de 2008

100 ANOS DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAYA – Cartões postais retratam a vida dos imigrantes



O lançamento de uma coleção de cartões postais, retratando a vida dos imigrantes nas primeiras décadas, marcou ontem as comemorações do centenário do Núcleo Colonial do Itatiaia, em evento realizado no Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon. O evento, promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia, com apoio da Academia Itatiaiense de História, contou com a presença de descendentes dos colonos, outros moradores da área do Parque Nacional e convidados.
Na oportunidade, foram apresentadas palestras sobre a história do Núcleo, a recuperação da mata sob a influência dos imigrantes, com apresentação de fotos – pela Secretária Geral da AAI, Maria Teresa de Mehr – e ainda uma apresentação gravada pelo Diretor Cultural da AAI, Igold Knock, de uma entrevista com Josef Simon, em 1951, cantando as músicas que adaptou, exaltando a vida em Itatiaia.
As anfitriãs do evento foram a presidente da AAI, Leila Heizer, e a presidente da ACIDHIS, Alda Bernardes de Faria e Silva. Entre os presentes, a Coordenadora de Pesquisa da AEDB, Nilza Macário, a vice-presidente da ACIDHIS, Angela Maria da Silva Campos, o Secretário da Academia, Carlos Lima, o Secretário Municipal de Administração Edson de Souza, os empresários Haroldo Simon e Dora Andrade, e o fotógrafo Paulo Zikan. A mestre de cerimônias do evento foi a jornalista e professora Anamaria Dile. Também prestigiou a comemoração o prefeito eleito do município, Luis Carlos Ypê, que compareceu com a esposa Elisa e auxiliares.
Os cartões postais, lançados na oportunidade, foram distribuídos entre os convidados, e suas coleções serão colocadas à venda, em locais a serem oportunamente divulgados. A comemoração dos 100 Anos do Núcleo Colonial deverá contar também com a publicação de um livro, ainda em preparo, destinado a resgatar a história desses imigrantes, assim como divulgar uma parte do rico acervo fotográfico que existe sobre o assunto.
Célia Borges

11 de dezembro de 2008

EVENTO COMEMORA OS 100 ANOS DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAYA

Os 100 anos de existência do Núcleo Colonial do Itatiaia, ou Itatiaya como escrito nos documentos originais, serão comemorados neste sábado, dia 13 de dezembro, em evento promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia e pela Academia Itatiaiense de História, no auditório do Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon, no Parque Nacional do Itatiaia.
A programação, com início previsto para as 16 horas, começará com uma confraternização entre os convidados, seguida de palestra sobre os aspectos históricos do centenário, e de uma exposição de fotos, com comentários da bióloga Paula Vergne, sobre “A História de uma Recuperação Florestal”. O evento será encerrado com um coquetel.
A primeira leva de imigrantes europeus, convidados pelo governo brasileiro para adquirirem terras nessa região, tanto nos núcleos do Itatiaia quanto no de Visconde de Mauá, chegou à Resende no dia 14 de dezembro de 1908. Eram 20 famílias, com pouco mais de cem pessoas, com a predominância de suíços, que chegaram no navio Cap Verde, desembarcando no porto do Rio de Janeiro e sendo imediatamente encaminhadas ao seu destino no país.
A criação dos dois núcleos coloniais promoveu a mais significativa vinda de imigrantes europeus para essa região, ao longo de mais de uma década. O primeiro passo foi dado em abril de 1908, quando o governo do Estado do Rio de Janeiro, representando a União, propôs ao Comendador Henrique Irineu de Souza a compra dos 48 mil hectares de terra de suas fazendas no maciço do Itatiaia, herdadas do pai, o Visconde de Mauá.
O negócio foi fechado rápidamente, e no dia 4 de junho do mesmo ano foi lavrada a escritura de compra pelo governo federal. O Núcleo Colonial do Itatiaya recebeu predominantemente famílias imigrantes alemãs, suíças e austríacas, havendo também imigrantes de outras nacionalidades, como italianos, espanhóis e belgas.
O propósito era a produção de frutas européias, cereais, tubérculos, e a criação de pequenos animais, além de gado de clima temperado. Apesar desse objetivo não ter sido alcançado, não se pode dizer que a iniciativa tenha sido um fracasso, pois criou a tendência de atrair estrangeiros de diversas nacionalidades, inclusive cientistas, e desenvolvendo atividades econômicas menos agressivas ao meio ambiente, e revelando na região o seu potencial como atração turística.
Célia Borges

6 de dezembro de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Ferramentas e cuidados na manutenção de jardins




Paisagistas e jardineiros, mesmo amadores, precisam reunir uma boa quantidade de conhecimentos para se desempenhar bem o trabalho a que se propõem. Além dos aspectos culturais e estéticos, como a história e os estilos de jardins, existem uma infinidade de condições e exigências técnicas, como a posição do terreno com relação ao sol, os ângulos de inclinação, a composição do terreno, a umidade e etc...
Os conhecimentos botânicos também são indispensáveis... mais do que isso, básicos, primordiais. São informações que exigem boa base teórica, mas que certamente só vão chegar próximas às nossas necessidades, através da prática. O reino vegetal é uma espécie de terra mágica dentro do nosso universo, e nem sempre as plantas reagem de acordo com os nossos planos e expectativas. Plantas de sombra se adaptam ao sol, e vice-versa. Plantas tropicais vicejam em serras frias. Mas nem é bom contar com isso, porque esse tipo de milagre nem sempre acontece...
Qualquer que seja nosso projeto, como paisagistas, ou apenas como jardineiros trabalhando na manutenção de jardins, é importante também estarmos atentos a alguns aspectos de ordem prática. Além de dominar todos os conhecimentos acima, é preciso saber os caminhos para se chegar ao resultado desejado, que ferramentas usar, e até mesmo como usa-las, porque disso também dependerá o sucesso da empreitada.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de projetar, planejar, comprar implementos e partir para o plantio, é aconselhável conhecer a qualidade da terra onde se vai trabalhar, e fazer as correções necessárias com relação ao PH exigido pelas espécies para ali destinadas. Para grandes áreas o ideal é fazer testes mais completos, e a Emater de sua região poderá orienta-lo. Para pequenas áreas, testes do tipo comprado em lojas especializadas podem ser suficientes. Nessas mesmas lojas existem os produtos indicados para a correção do solo de acordo com as necessidades, como NPK, farinha de ossos, torta de mamona e outros.
FERRAMENTAS PARA O PLANTIO – A preparação do solo, dependendo das condições do terreno, podem exigir ferramental mais pesado, como enxadões, e até picaretas, nos casos em que o terreno esteja excessivamente endurecido. Esse trabalho deve ser feito por profissionais habituados ao uso dessas ferramentas, que além de pesadas, podem ser perigosas para quem não possui prática em seu manuseio. Para o restante do processo, existem “kits” de ferramentas de vários tamanhos, desde aquelas pequenas, apenas para vasos, até as maiores, para canteiros e outros terrenos. Também é comum você não encontrar a ferramenta adequada para o que precisa, momentos em que a criatividade e a improvisação podem fazer grande diferença. Esbanje-as, porque você vai precisar delas...
A terra revolvida deve ser limpa de restos de outras plantas e mato, e ter a superfície peneirada, para eliminar os torrões que podem dificultar o desenvolvimento das novas mudas. Em seguida é a hora da adubação e correção do solo, que pode exigir alguns dias de descanso até o plantio (de acordo com a orientação na embalagem dos produtos). As covas devem ser abertas de acordo com o tamanho da muda e a expectativa de crescimento, sendo que quanto maior a planta, maior deve ser também a abertura onde ela será abrigada, facilitando a expansão das raízes desde o início.
As regas, em seguida ao plantio, devem ser mais freqüentes e intensas, até que se sinta que a planta mostra sinais de reação, geralmente com algum broto novo. À partir daí, pode receber a umidade indicada para a sua espécie. Manter o terreno livre de mato nas primeiras semanas também pode ser de considerável ajuda para que a planta cresça saudável, sem concorrência para os nutrientes de que tanto necessita.
FERRAMENTAS PARA A PODA – Existem ferramentas de poda dos mais variados tipos e formatos, adaptadas para cada necessidade. As tesouras de poda compõem uma grande família, desde as mínimas, parecidas com alicates de unha, indicadas para os bonsais, até as maiores e mais afiadas, indicadas para trepadeiras de galhos mais grossos, como os buganvilles. Os podões também existem em grande variedade, para aparar recortes na grama, para cercas vivas, e até para galhos mais altos de árvores, do tipo que deve ser adaptado à ponta de um cabo. E os serrotes de poda, em formato semicircular, para galhos mais grossos, de qualquer tipo de planta.
É importante comprar a ferramenta adequada para o trabalho a que se propõe, não apenas pelo conforto em sua utilização, como também pelos resultados. Faquinhas e facões, trinchas e pincéis, chaves de fenda e outros utilitários do dia a dia, vão acabar fazendo parte do arsenal do jardineiro, que vai encontrar sempre novos desafios no trato com as plantas e os terrenos. O meu, por exemplo, reúne alguns objetos estranhos, como uma espátula de bolo, um pincel de tinta para cabelos... enfim...
CUIDADOS COM O JARDINEIRO – Boas ferramentas devem estar sempre limpas e afiadas. A limpeza deve ter uma escova macia ou estopa, depois de serem lavadas com bastante água e sabão (ou detergente), e completada com óleo vegetal nas engrenagens. Se for possível mante-las protegidas, envolvidas em algum tipo de tecido (quanto mais poroso melhor) elas estarão sempre prontas para o uso. Já a questão de afiar, eu prefiro levar em um profissional, mas existem recursos domésticos para isso.
O manuseio das ferramentas, entretanto, exige cuidados. A própria prática da jardinagem exige cuidados, sendo recomendado sempre o uso de botas e luvas, e em muitos casos, como as podas, inclusive, óculos de proteção vendidos em lojas de material de construção. As luvas podem ser escolhidas de acordo com a tarefa, sendo que as mais curtas não restrigem tanto os movimentos e são mais maleáveis quanto a destreza dos dedos. Mas as mais longas, geralmente de camurça, são necessárias quando se trabalha com plantas com espinhos, ou em locais onde haja risco de animais peçonhentos. Nesses casos é indicado inclusive o uso de chapéu com tela.
Ao usar qualquer ferramenta, é importante avaliar os riscos que ela impõe, tratando-se de evita-los. Proteger o corpo com mais roupas ao entrar em locais de risco, usar repelentes e procurar todo o tipo de defesa preventiva, pode fazer grande diferença na história do seu jardim. Palavra de quem já quase decepou o dedo num serrote de poda, já estacionou num formigueiro, e voltou pra casa cheia de carrapatos, depois de um dia de trabalho de campo.
Célia Borges

3 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL – Por que é que os bancos, além de tanto lucro, ainda precisam humilhar clientes e usuários?


Os bancos só abrem às onze. Nem sempre pontualmente. Enquanto a maioria das atividades comerciais e industriais iniciam sua jornada às sete, às oito, às nove, e os mais retardatários como os centros comerciais (que também fecham mais tarde) às dez... os bancos, esses, só abrem às onze. E fecham às quatro, quando todas as demais atividades econômicas ainda estão “à pleno vapor”.

Com expediente tão restrito, era de se esperar um pronto e eficiente atendimento. Mas quem é cliente e usuário de agências bancárias, sabe que não é essa a realidade. As filas, por exemplo, deveriam ser inexistentes, ou pelo menos, bem menores. Mas a maioria das agencias bancárias funciona quase sempre com um, dois, ou no máximo três guichês, sendo um para atendimento prioritário. Os banqueiros decidiram, há tempo, economizar em pessoal (Aliás, esse deve ser um dos motivos por que lucram tanto!!!). E o cliente? Que se dane!!! E que perca o seu tempo!!!

Mas pior do que as filas é a dificuldade em se ter acesso às próprias agências. As tais portas giratórias não vão impedir assaltantes de agir, mas vá lá, poderiam servir para dificultar o acesso de pessoas suspeitas. Mas daí a tratar cada cidadão como um suspeito vai um largo passo. Entretanto, é o que acontece na maioria das agências bancárias, pelo menos nas que eu conheço, sendo a “bendita” porta giratória uma espécie de fator de intimidação aos clientes e usuários. Tipo assim: “ponha-se no seu lugar!!! Você aqui é um nada!!! E pode até ser um bandido!!!

Algumas situações chegam a ser emblemáticas quanto ao desrespeito pelo cidadão, como as que acontecem diariamente na entrada da agencia Resende da Caixa Econômica Federal, onde todos, rigorosamente todos os que precisam ter acesso à agencia, precisam deixar pelo menos alguns de seus pertences numa espécie de caixa coletiva, para terem direito a usufruir do seu direito de ir e vir.

“A porta automática detectou objeto de metal” e pronto. Travou. Trate de expor o conteúdo de suas bolsas e bolsos, senão, não entra. As poucas exceções parecem ser os correntistas regulares e conhecidos na agência, e que já entram cumprimentando os guardas. Mas isso é fácil. Na agência em que tenho conta, também sou conhecida, nunca me travam a porta, e me cumprimentam com a maior civilidade.

Só mesmo os ingênuos ou desligados (além dos muito mal informados) iriam acreditar que a tal porta não rola se tiver metal. Exigem que ofereçamos nossos objetos no altar de uma tecnologia obsoleta ou pelo menos ineficiente, já que passamos com relógios, anéis, cordões, pulseiras, fivelas de cinto, etc, etc, etc..., sem que a tal porta nos importune, já que deixamos alguma oferenda na caixinha da autoridade.

Eu me limito a oferecer um dos meus três celulares (desculpem o exagero!!! São os ossos do ofício!!!), as chaves e os óculos. Depois disso, me deixam passar. Se fosse tirar tudo de dentro da bolsa que tenha metal, teria que deixar tudo o que está lá dentro, inclusive as moedinhas.

A trava da porta é acionada ao bel prazer do guarda de plantão, e esse pessoal parece ter tido aula de sadismo na sua formação profissional. Travam a porta para pessoas tão óbviamente alheias à qualquer tipo de violência, gente simples, idosos, que se tudo não fosse tão revoltante, chegaria a ser cômico. E não sendo cômico, é, pelo menos ridículo. Um retrato típico de como o país e suas instituições tratam o cidadão.

Um exemplo disso é o que acontece frequentemente com uma amiga minha, uma jovem de 70 anos, porque não aparenta a idade, mas ainda assim está longe de aparentar algum risco para a segurança de qualquer banco. Respeitada e cumprimentada naquela onde tem conta, é sistematicamente barrada na porta da outra agencia, do Itaú, no Manejo (Resende). Como só usa essa em situações de urgência, justamente quando tem pressa, já vi minha amiga chegar às lágrimas, depois de deixar seus pertences e continuar enfrentando a porta travada.

Eu mesma já passei por isso, nessa mesma agencia. A porta travou para mim três vezes (no dia 21/10/2008), mesmo depois de eu ter deixado quase todos os meus pertences. Quando reclamei, a gerente veio até a porta de forma arrogante, exigindo que eu mostrasse meu cartão do banco para permitir o meu acesso. Já dentro da agência, fui novamente abordada por ela, que fez questão de ver meu cartão em suas próprias mãos, como se tivesse autoridade para me penalizar por “mau comportamento”. E eu ainda tenho conta nesse banco!!! Pasmem!!!

O que me assusta é que esse comportamento autoritário das instituições bancárias, e outras de ordem financeira, está cada vez mais fundo e abrangente. Não somos bem atendidos, não temos autonomia e autoridade sobre nossos próprios recursos (já que os bancos limitam valor de saques e outras operações) e, depois de proporcionar os mais estratosféricos lucros bancários do planeta, ainda somos humilhados pelo simples fato de querer entrar numa agencia bancária. Geralmente, aliás, para pagar alguma conta, deixando lá nosso rico e suado dinheirinho.

O lucro e a prosperidade dos bancos deveriam fazer com que nos recebessem com tapete vermelho e cafezinho. Mas é mais fácil nos intimidar, corroer nossa auto-estima, minar nosso sentido de cidadania. Assim fica mais fácil de nos imporem taxas e tarifas cada vez mais exorbitantes (ótima matéria sobre o assunto no jornal O Globo, do dia 1/12/2008 – Tarifas bancárias padronizadas e até 329% mais caras em seis meses). E se não abrirmos o olho, qualquer dia vão nos cobrar até para entrar na agencia bancária.

Célia Borges

1 de dezembro de 2008

IMAGENS DE ITATIAIA: lixo e desmazelo pelas ruas de Penedo

Penedo é uma das regiões turísticas mais procuradas de Itatiaia, e também uma das mais populosas do município. Essas circunstâncias, entretanto, parecem não sensibilizar muito as autoridades, que têm deixado ao abandono algumas áreas de Penedo, como o Jardim Martinelli, cujas ruas estão tomadas pelo lixo.
A impressão que se tem ao transitar pelo Jardim Martinelli é de total ausência do poder público, o que vai transformando a imagem de um bairro tão promissor num retrato desalentador de desmazelo. Como antiga moradora, que acompanhou o processo de emancipação, posso testemunhar (inclusive por meio de fotos e publicações), que os esforços urbanísticos no local não foram muito além do que foi feito no primeiro governo municipal, do prefeito Luis Carlos de Aquino, além de calçar mais algumas ruas. Até o pouco mobiliário existente, como os pontos de ônibus, vêm daquela época. E muito do que se degradou, desde então, não teve manutenção ou foi substituído.
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Leonardo da Vinci: a praça virou depósito de entulhos
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Logo na entrada do bairro, em frente ao maior colégio municipal de Penedo, o Dom Ottorino Zanon, existe um estacionamento atrás do ponto de ônibus, onde estacionam os ônibus escolares. Ele serve como um desagradável cartão de visitas para quem chega, com os fundos tomados pelo mato, muito lixo abandonado, e o terreno esburacado onde é quase impossível transitar em dias de chuva.
O serviço de coleta de lixo se limita a recolher os dejetos domésticos, enquanto o restante fica abandonado junto aos terrenos baldios, formando pilhas cada vez maiores, já que seu recolhimento parece não estar sendo feito há muito tempo.
.Montes de lixo se acumulam em vários pontos da Av. Penedo // Na Av. Dr. Arnaldo Marzotto, lixo como "cartão de visitas"
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Na carona do pouco caso do poder público, alguns moradores aproveitam para acrescentar entulhos de suas obras, assim como restos de materiais de construção, em locais próximos de onde já há montanhas de lixo, contribuindo para criar uma imagem ainda mais desoladora das ruas do bairro.
O terreno onde deveria existir uma praça, a Leonardo da Vinci, é um dos mais afetados, pois além do lixo e das pilhas de entulhos, ainda se acumula mato alto, evidenciado a falta de trato e manutenção. Nas imediações estão localizadas várias pousadas e hotéis, cujos hóspedes, não duvido, devem ficar escandalizados com tanto descaso, sujeira e abandono.
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Av. Dr. Arnaldo Marzotto, próximo ao Dom Ottorino Zanon
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Não vou discorrer aqui sobre como isso deve afetar os negócios turísticos e imobiliários, porque acho que todas as partes envolvidas e responsáveis por essa situação devem ter consciência disso. Só resta torcer para que o próximo prefeito, que é um empresário do ramo turístico, tenha mais sensibilidade para com as necessidades e carências de infra-estrutura do município, lembrando que ruas calçadas e limpas são incentivo à educação e mostram respeito pelo cidadão.
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Praça Leonardo da Vinci: abandono e lixo // Entulhos de obras onde deveria ser uma praça