25 de junho de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM XVIII – Hibiscos e Malvaviscos: “malváceas” oferecem extraordinária variedade de tamanhos e cores de flores o ano inteiro


Os hibiscos (“Hibiscus rosa-sinensis”) fazem parte da família das “malváceas”, e apesar de nativos da Ásia Tropical, flores típicas do Tahiti e símbolos do Havaí, são das famílias “estrangeiras” mais bem adaptadas aos vários climas brasileiros. Além da grande variedade de cores existentes na natureza, essas espécies originaram outros milhares de variedades hibridas, através de grande número de instituições dedicadas ao seu cultivo.

Vegetal cheio de peculiaridades, suas belas, exuberantes e coloridas flores vivem apenas um dia, mas se multiplicam ininterruptamente, podendo apresentar a planta florida o ano inteiro, desde que mantida nas condições ideais. Que, aliás, nem são tão difíceis assim de atender. Típica de clima tropical, ela suporta quase todas as condições de subtropical, sendo que o frio intenso poderá comprometer a floração nesses períodos.

A versatilidade dessas plantas, do ponto de vista paisagístico, é admirável, porque podem sobreviver desde em vasos médios, em ambientes pequenos (e existem até inúmeras espécies adaptadas para essa finalidade), como compor bosques floridos e cercas vivas. As possibilidades de combinações cromáticas podem ser também infinitas, já que as cores vão desde o branco, aos mais variados tons de rosas e vermelhos, passando pelos amarelos e alaranjados.

A variedade branca é a “Hibiscus rosa-sinensis Albus”, que ao contrário das coloridas, que podem chegar à 5m de altura, é de porte um pouco menor. Existem também as “variegatas” de várias cores, que têm folhas manchadas de branco-amarelado, entre o verde. As “Hibiscus Syriacus” caracterizam-se pelas flores dobradas, que podem ir do branco ao lilás, inclusive com tipos bicolores.

No capítulo das hibridas, poucos tipos apresentam variedades tão extraordinárias quanto os “Hibiscus rosa-sinensis hybrid”, tipos gigantes cujas flores podem chegar a inacreditáveis 24cm de diâmetro, e colorações dos tons mais deslumbrantes, com pétalas simples ou dobradas, de cores únicas ou compostas. Na característica oposta temos os mini-hibiscos, ou “Hibiscus rosa-sinensis Nana”, miniaturas com menor variedade de cores, mas nem por isso menos interessantes, e que podem ser cultivadas em vasos ou canteiros pequenos, suportando ao contrário das demais, que exigem sol pleno, ambientes à meia sombra.

Os malvaviscos também fazem parte da família das “malváceas”, mas pertencem ao tipo “Malvaviscus arbóreos mexicanius”. Como o próprio nome diz, são exclusivamente dos tipos “arbustos” e nativos do México, ao contrário dos anteriores. Seu porte pode chegar até 4,5 metros, e não são conhecidos sub-tipos ou híbridos. Como seu parente hibisco, é perfeitamente adaptada a quase todos os climas do Brasil, com a vantagem sobre seu parente botânico de suportar temperaturas um pouco mais baixas.

Além do tipo comum, acima citado, com flores de vermelho intenso, que ao contrário do hibisco, permanecem fechadas e pendentes, e folhas verdes, há também os tipos “Rósea”, muito lindo, igual ao anterior mas com delicadas flores de rosa claro, e o “variegata”, com flores vermelhas, mas folhas salpicadas de tons de verde mais claros. Muito utilizados como cercas vivas, eles se prestam também para múltiplos usos paisagísticos, inclusive, e principalmente, em lugares em que se pretenda atrair muitos beija-flores.

Tanto os hibiscos quanto os malvaviscos são espécies bastante resistentes, exigindo um mínimo de cuidados. A maioria prefere bastante sol – com exceção dos mini, como já citados, que se adaptam à meia sombra – e um solo poroso (com 25 a 30% de material como areia de rio ou substitutos). A adubação, dependendo do nível de adaptação, pode ser de seis em seis meses, ou até uma vez por ano. Na natureza não é preciso preocupar-se tanto com as regas, mas onde há pouca umidade, elas podem ocorrer semanalmente.

Célia Borges