28 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL - Afinal, o que podemos esperar de 2009?

O ano de 2008 começou mal para boa parte dos brasileiros, na rasteira de pacotes econômicos tão mais maldosos quanto insistentemente desmentidos anteriormente. E não se pode dizer que esteja terminando melhor do que começou, com o fantasma de uma grande crise econômica mundial, e a ameaça de desemprego em escala global. Isso, em proporções que ainda não foram devidamente avaliadas.
Mas, o que torna a questão ainda mais assustadora para nós, brasileiros, é observar a forma irresponsável pela qual a questão está sendo abordada entre nós, e conduzida pelas autoridades (in)competentes, que tentam, desde o início, passar à população a falsa idéia de que isso não vai nos afetar. Ou que não vai nos afetar muito. E enquanto uma tsunami econômica vai se formando mundo afora, continuam querendo nos engabelar com a imagem de que vamos ter apenas uma “marolinha”.
Nossos “gênios” econômicos trafegam na contramão das tendências internacionais, mantendo juros altos (e que ainda ficaram mais altos nas últimas semanas para o consumidor, diante da retração do crédito) e incentivando a “gastança” como recurso para contornar, ou até mesmo minimizar os efeitos da crise.
E já que, apesar da iminência da crise, a arrecadação de impostos no país continua em alta, as autoridades do Executivo e do Legislativo, sempre contando com a cumplicidade do Judiciário, estão aí, prontas para dar aumentos à várias faixas do funcionalismo público, e criar mais alguns milhares de cargos de vereador. Decidiram “enfiar o pé na jaca”, pois afinal, quem vai pagar a conta, não importa quão cara ela fique, seremos nós, os eternos e conformados pagadores de todos os impostos.
Não é preciso nem ser economista, com mestrado e doutorado, para perceber que essa política econômica não pode dar certo. Qualquer dona de casa, com razoável domínio das finanças domésticas, é capaz de prever que, diante de uma situação imprevisível, o aconselhável é ter cautela, adiar os gastos que não sejam indispensáveis, e estar preparada para as eventuais dificuldades.
Em sã consciência, ela não vai desfalcar sua poupança (se tiver) para trocar de carro numa hora dessas, só para socorrer as montadoras de automóveis e garantir o emprego dos metalúrgicos do ABC. Até a mais ingênua das donas de casa vai dar boas risadas diante desse raciocínio sem lógica.
O que se pode ver é que essas autoridades não tem nenhum compromisso com a realidade – e aliás, são muito poucas as autoridades no Brasil que ainda tem esse compromisso. O projeto de poder dos seus atuais detentores precisa seguir à “toque de caixa”, garantindo a continuidade política e administrativa, seja através das megalomaníacas obras do PAC, seja mantendo a Dívida Interna em níveis estratosféricos, ou ainda por uma política externa desastrosa, que de calote em calote, vai levando reservas econômicas produzidas pelos impostos que pagamos.
Mas dizem que Deus é brasileiro, e onde é que isso vai dar, só ELE sabe. A nós, só cabe perceber que “o mar não está pra peixe”, menos ainda para peixinhos pequenos como nós. E tratar de cuidar das nossas vidas, com o discernimento que nos resta, já que não está mesmo ao nosso alcance mudar as consciências dos especuladores internacionais, de corporações que só visam o lucro financeiro, de governantes e demais autoridades que, antes de pensar no bem estar da coletividade, estão mais preocupados em garantir suas próprias, reles e transitórias mordomias.
Afinal, o que podemos esperar de 2009? Que vai ser um ano difícil, com certeza! Mas que não precisa ser, necessariamente, pior do que os demais que já vivemos. Vamos precisar, talvez, ser mais solidários, mais compreensivos, mais generosos. Por que o clima, assim como os governos, não parece disposto a aliviar a nossa “barra”. Vamos ter temporais e enchentes, vamos ter secas e miséria. Vamos perder amigos, e possivelmente, ganharemos novos e familiares habitantes para esse planeta. Vamos sofrer alguma coisa, com certeza... mas vai passar. Afinal, o importante é que estamos vivos. E que ainda teremos mais uma chance de “ser humanos”...
Célia Borges

17 de dezembro de 2008

CENTENÁRIO DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAIA RESGATA A HISTÓRIA DOS IMIGRANTES






O centenário do Núcleo Colonial do Itatiaia, na data da chegada ao Brasil do primeiro grupo de imigrantes europeus que vieram ocupá-lo, foi comemorada neste sábado, dia 13 de dezembro, com evento no Auditório do Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon, reunindo descendentes de colonos, moradores da região e convidados. Entre os presentes esteve o prefeito eleito do município, Luis Carlos Ypê, que compareceu com a esposa, Maria Elisa, e um grupo de auxiliares.
O encontro foi promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia, com apoio da Academia Itatiaiense de História, e constou de palestras, exibição de fotografias, e do lançamento de uma coleção de cartões postais retratando flagrantes da vida desses pioneiros, nas primeiras décadas de existência do Núcleo.
Após as palavras de boas vindas da administração do hotel, a programação foi iniciada com pronunciamento da presidente da AAI, Leila Heizer, seguida da presidente da ACIDHIS, Alda Bernardes. A jornalista Célia Borges fez palestra sobre a história dos 100 Anos do Núcleo, e logo após, a Secretária Geral da AAI, Maria Teresa de Mehr, discorreu sobre a recuperação da mata do Itatiaia, demonstrada com exibição de fotos, durante a ocupação da região pelos imigrantes.
A parte oficial da programação foi encerrada com a emocionante apresentação do Diretor Cultural da AAI, Igold Knock, que emocionou a platéia ao divulgar uma gravação muito rara, de 1951, em oportunidade que entrevistou um dos mais interessantes personagens da história da região, o empresário Josef Simon, fundador do Hotel Simon. Na gravação, além de seus comentários sobre as lembranças da Alemanha, sua terra natal, e da paixão por Itatiaia, ele canta canções da infância, com letras adaptadas para elogiar a terra que adotou.
No tempo destinado à manifestação do público, falou o advogado Jacir Martins, destacando a importância do conhecimento da história do Núcleo como fator de mobilização da comunidade. As canções gravadas de Josef Simon incentivaram mãe e filha, Maria Alina e Aline Rabelo Rocha, a apresentarem as canções criadas pela primeira, criadas para exaltar a alegria de viver em Itatiaia.
Além dos já citados, participaram também como convidadas oficiais a Coordenadora de Pesquisa da AEDB, professora Nilza Macário, e a vice-presidente da ACIDHIS, professora Angela Maria da Silva Campos. Como mestre de cerimônias, e também representando a ACIDHIS, atuou a jornalista e professora Anamaria Dile. Também compareceram o Secretário da ACIDHIS, Carlos Lima, e o Secretário Municipal de Administração, Edson de Souza. O evento foi encerrado com um coquetel para os participantes.
Célia Borges

15 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL – Os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos nesse mês de dezembro, e o assunto ganhou páginas e mais páginas da imprensa internacional. E também na nacional. Em ambos os casos as avaliações chegam a conclusões iguais: apesar de alguns avanços ocorridos sob sua influência, ela continua sendo amplamente desrespeitada, quando não absolutamente descumprida.
Produto dos traumas provocados pela II Guerra Mundial, com sua longa lista de atrocidades, ela foi proclamada pela Assembléia Geral da ONU em dezembro de 1948, resultado do esforço dos três primeiros anos de existência daquele organismo. Seu objetivo era estabelecer direitos universais para todos os povos, independente de raça, cor, gênero ou credo religioso.
Entre os avanços por ela proporcionados, destaca-se o fato de ter passado a ser uma relevante fonte de inspiração para as Constituições de diversos países, e assim abrindo caminho para melhores condições de vida de muitas populações. Seus princípios também servem de base para a atuação de diversos órgãos internacionais, inclusive e principalmente a própria Organização das Nações Unidas.
Do ponto de vista teórico, ela é uma sólida base para orientar essas entidades, no julgamento de conflitos. Já do ponto de vista prático, o que se vê é um longo caminho ainda por trilhar... A começar pelo seu princípio mais básico, que é aquele que prevê a igualdade entre todas as pessoas, o que se vê é que a Declaração é ainda, e apenas, uma utopia.
Só uma educação sólida e humanista parece poder conduzir o ser humano a compreender a questão da igualdade, e a tentar viver segundo sua inspiração. Mas o que se vê pelo mundo é que falta muito em educação, e mais ainda em humanismo. Pior ainda é o que acontece em alguns países, como o Brasil, onde as políticas publicas andam na contramão do conceito de igualdade, esmerando-se em criar cada vez mais privilégios e distinções entre sua população.
A luta pela igualdade, em sua forma teórica, encontra-se isolada nos nichos intelectuais, nos meios universitários, e em algumas outras poucas instituições. O povo, em si, ignorante de seus direitos, alimenta, pela aceitação pacífica da prática clientelista e das esmolas pecuniárias, o processo de injustiça social. Não tem nem consciência de quanto a educação que lhe é negada faz falta.
A questão dos Direitos Humanos é muito mais ampla e complexa que o simples “dar comida a quem tem fome”. É preciso, sim, dar comida a quem tem fome. Mas dar apenas comida, e continuar negando educação, é condenar o faminto à indigência. É garantir que ele nunca terá oportunidade de sustentar-se por seus próprios meios, é negar-lhe cidadania. É tirar a oportunidade dos seus filhos... é, enfim, covardia e barbarie!!! Mas quem é que disse que nós somos realmente civilizados?
O estilo populista predominante no Brasil, de conceder privilégios como forma de compensar injustiças, só contribui para aprofundar mais as eventuais diferenças, é nadar contra a corrente da igualdade. O que está em questão não é a origem racial (já que em princípio, somos todos brasileiros), a cor da pele, o credo religioso ou a opção sexual. Tudo isso é só um disfarce, para não se encarar a questão principal, que é a do desnível econômico, produto do desemprego, da falta de qualificação profissional, da falta de oportunidade de trabalho.
Com educação, saúde, justiça, certamente haveria mais igualdade para negros e brancos, pardos e amarelos, católicos ou evangélicos, budistas e espíritas, heterossexuais e gays... Não seriam necessários quotas e outros privilégios, que no fundo são apenas armadilhas políticas, que não vão nos levar a nada. A não ser, é claro, à perpetuação da desigualdade e das injustiças. E da negação dos Direitos Humanos, tanto para os privilegiados, quando para os eventualmente prejudicados por essas medidas.
O que move o mundo, nos nossos dias, é a remuneração do capital. O trabalho e as condições de sobrevivência do ser humano são assuntos de importância secundária. Portanto, no cerne de qualquer questão de igualdade e de Direitos Humanos está a questão econômica, e tentar minimizar esse fato é simples hipocrisia. Difícil é explicar isso para quem está com fome!!! Esses, tomam como inimigo o privilegiado mais próximo, que é aquele que tem o que comer. Enquanto aqueles que trabalham para perpetuar sua fome... esses o provo aprova, e ainda vota neles.
Sem educação não há solução. Enquanto o poder estiver na mão de tiranos estúpidos (mesmo aqueles alçados ao poder por eleição) que só se preocupam em se perpetuar no poder, em manter e alimentar privilégios, e com suas vaidades pessoais, não vai haver esperança de mudanças, na direção de maior igualdade. Tiramos estúpidos, aliás, como os Bush, porque a estupidez não é privilégio nosso...
Sem muito o que comemorar, espero que os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pelo menos, sirvam de inspiração para essa minoria de idealistas, humanistas, ambientalistas, filósofos, professores, e demais pessoas que não desistiram do “projeto humano” (ver educador Paulo Freire), a continuar na sua luta.
Célia Borges

13 de dezembro de 2008

100 ANOS DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAYA – Cartões postais retratam a vida dos imigrantes



O lançamento de uma coleção de cartões postais, retratando a vida dos imigrantes nas primeiras décadas, marcou ontem as comemorações do centenário do Núcleo Colonial do Itatiaia, em evento realizado no Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon. O evento, promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia, com apoio da Academia Itatiaiense de História, contou com a presença de descendentes dos colonos, outros moradores da área do Parque Nacional e convidados.
Na oportunidade, foram apresentadas palestras sobre a história do Núcleo, a recuperação da mata sob a influência dos imigrantes, com apresentação de fotos – pela Secretária Geral da AAI, Maria Teresa de Mehr – e ainda uma apresentação gravada pelo Diretor Cultural da AAI, Igold Knock, de uma entrevista com Josef Simon, em 1951, cantando as músicas que adaptou, exaltando a vida em Itatiaia.
As anfitriãs do evento foram a presidente da AAI, Leila Heizer, e a presidente da ACIDHIS, Alda Bernardes de Faria e Silva. Entre os presentes, a Coordenadora de Pesquisa da AEDB, Nilza Macário, a vice-presidente da ACIDHIS, Angela Maria da Silva Campos, o Secretário da Academia, Carlos Lima, o Secretário Municipal de Administração Edson de Souza, os empresários Haroldo Simon e Dora Andrade, e o fotógrafo Paulo Zikan. A mestre de cerimônias do evento foi a jornalista e professora Anamaria Dile. Também prestigiou a comemoração o prefeito eleito do município, Luis Carlos Ypê, que compareceu com a esposa Elisa e auxiliares.
Os cartões postais, lançados na oportunidade, foram distribuídos entre os convidados, e suas coleções serão colocadas à venda, em locais a serem oportunamente divulgados. A comemoração dos 100 Anos do Núcleo Colonial deverá contar também com a publicação de um livro, ainda em preparo, destinado a resgatar a história desses imigrantes, assim como divulgar uma parte do rico acervo fotográfico que existe sobre o assunto.
Célia Borges

11 de dezembro de 2008

EVENTO COMEMORA OS 100 ANOS DO NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAYA

Os 100 anos de existência do Núcleo Colonial do Itatiaia, ou Itatiaya como escrito nos documentos originais, serão comemorados neste sábado, dia 13 de dezembro, em evento promovido pela Associação dos Amigos do Itatiaia e pela Academia Itatiaiense de História, no auditório do Itatiaia Park Hotel, antigo Hotel Simon, no Parque Nacional do Itatiaia.
A programação, com início previsto para as 16 horas, começará com uma confraternização entre os convidados, seguida de palestra sobre os aspectos históricos do centenário, e de uma exposição de fotos, com comentários da bióloga Paula Vergne, sobre “A História de uma Recuperação Florestal”. O evento será encerrado com um coquetel.
A primeira leva de imigrantes europeus, convidados pelo governo brasileiro para adquirirem terras nessa região, tanto nos núcleos do Itatiaia quanto no de Visconde de Mauá, chegou à Resende no dia 14 de dezembro de 1908. Eram 20 famílias, com pouco mais de cem pessoas, com a predominância de suíços, que chegaram no navio Cap Verde, desembarcando no porto do Rio de Janeiro e sendo imediatamente encaminhadas ao seu destino no país.
A criação dos dois núcleos coloniais promoveu a mais significativa vinda de imigrantes europeus para essa região, ao longo de mais de uma década. O primeiro passo foi dado em abril de 1908, quando o governo do Estado do Rio de Janeiro, representando a União, propôs ao Comendador Henrique Irineu de Souza a compra dos 48 mil hectares de terra de suas fazendas no maciço do Itatiaia, herdadas do pai, o Visconde de Mauá.
O negócio foi fechado rápidamente, e no dia 4 de junho do mesmo ano foi lavrada a escritura de compra pelo governo federal. O Núcleo Colonial do Itatiaya recebeu predominantemente famílias imigrantes alemãs, suíças e austríacas, havendo também imigrantes de outras nacionalidades, como italianos, espanhóis e belgas.
O propósito era a produção de frutas européias, cereais, tubérculos, e a criação de pequenos animais, além de gado de clima temperado. Apesar desse objetivo não ter sido alcançado, não se pode dizer que a iniciativa tenha sido um fracasso, pois criou a tendência de atrair estrangeiros de diversas nacionalidades, inclusive cientistas, e desenvolvendo atividades econômicas menos agressivas ao meio ambiente, e revelando na região o seu potencial como atração turística.
Célia Borges

6 de dezembro de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Ferramentas e cuidados na manutenção de jardins




Paisagistas e jardineiros, mesmo amadores, precisam reunir uma boa quantidade de conhecimentos para se desempenhar bem o trabalho a que se propõem. Além dos aspectos culturais e estéticos, como a história e os estilos de jardins, existem uma infinidade de condições e exigências técnicas, como a posição do terreno com relação ao sol, os ângulos de inclinação, a composição do terreno, a umidade e etc...
Os conhecimentos botânicos também são indispensáveis... mais do que isso, básicos, primordiais. São informações que exigem boa base teórica, mas que certamente só vão chegar próximas às nossas necessidades, através da prática. O reino vegetal é uma espécie de terra mágica dentro do nosso universo, e nem sempre as plantas reagem de acordo com os nossos planos e expectativas. Plantas de sombra se adaptam ao sol, e vice-versa. Plantas tropicais vicejam em serras frias. Mas nem é bom contar com isso, porque esse tipo de milagre nem sempre acontece...
Qualquer que seja nosso projeto, como paisagistas, ou apenas como jardineiros trabalhando na manutenção de jardins, é importante também estarmos atentos a alguns aspectos de ordem prática. Além de dominar todos os conhecimentos acima, é preciso saber os caminhos para se chegar ao resultado desejado, que ferramentas usar, e até mesmo como usa-las, porque disso também dependerá o sucesso da empreitada.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de projetar, planejar, comprar implementos e partir para o plantio, é aconselhável conhecer a qualidade da terra onde se vai trabalhar, e fazer as correções necessárias com relação ao PH exigido pelas espécies para ali destinadas. Para grandes áreas o ideal é fazer testes mais completos, e a Emater de sua região poderá orienta-lo. Para pequenas áreas, testes do tipo comprado em lojas especializadas podem ser suficientes. Nessas mesmas lojas existem os produtos indicados para a correção do solo de acordo com as necessidades, como NPK, farinha de ossos, torta de mamona e outros.
FERRAMENTAS PARA O PLANTIO – A preparação do solo, dependendo das condições do terreno, podem exigir ferramental mais pesado, como enxadões, e até picaretas, nos casos em que o terreno esteja excessivamente endurecido. Esse trabalho deve ser feito por profissionais habituados ao uso dessas ferramentas, que além de pesadas, podem ser perigosas para quem não possui prática em seu manuseio. Para o restante do processo, existem “kits” de ferramentas de vários tamanhos, desde aquelas pequenas, apenas para vasos, até as maiores, para canteiros e outros terrenos. Também é comum você não encontrar a ferramenta adequada para o que precisa, momentos em que a criatividade e a improvisação podem fazer grande diferença. Esbanje-as, porque você vai precisar delas...
A terra revolvida deve ser limpa de restos de outras plantas e mato, e ter a superfície peneirada, para eliminar os torrões que podem dificultar o desenvolvimento das novas mudas. Em seguida é a hora da adubação e correção do solo, que pode exigir alguns dias de descanso até o plantio (de acordo com a orientação na embalagem dos produtos). As covas devem ser abertas de acordo com o tamanho da muda e a expectativa de crescimento, sendo que quanto maior a planta, maior deve ser também a abertura onde ela será abrigada, facilitando a expansão das raízes desde o início.
As regas, em seguida ao plantio, devem ser mais freqüentes e intensas, até que se sinta que a planta mostra sinais de reação, geralmente com algum broto novo. À partir daí, pode receber a umidade indicada para a sua espécie. Manter o terreno livre de mato nas primeiras semanas também pode ser de considerável ajuda para que a planta cresça saudável, sem concorrência para os nutrientes de que tanto necessita.
FERRAMENTAS PARA A PODA – Existem ferramentas de poda dos mais variados tipos e formatos, adaptadas para cada necessidade. As tesouras de poda compõem uma grande família, desde as mínimas, parecidas com alicates de unha, indicadas para os bonsais, até as maiores e mais afiadas, indicadas para trepadeiras de galhos mais grossos, como os buganvilles. Os podões também existem em grande variedade, para aparar recortes na grama, para cercas vivas, e até para galhos mais altos de árvores, do tipo que deve ser adaptado à ponta de um cabo. E os serrotes de poda, em formato semicircular, para galhos mais grossos, de qualquer tipo de planta.
É importante comprar a ferramenta adequada para o trabalho a que se propõe, não apenas pelo conforto em sua utilização, como também pelos resultados. Faquinhas e facões, trinchas e pincéis, chaves de fenda e outros utilitários do dia a dia, vão acabar fazendo parte do arsenal do jardineiro, que vai encontrar sempre novos desafios no trato com as plantas e os terrenos. O meu, por exemplo, reúne alguns objetos estranhos, como uma espátula de bolo, um pincel de tinta para cabelos... enfim...
CUIDADOS COM O JARDINEIRO – Boas ferramentas devem estar sempre limpas e afiadas. A limpeza deve ter uma escova macia ou estopa, depois de serem lavadas com bastante água e sabão (ou detergente), e completada com óleo vegetal nas engrenagens. Se for possível mante-las protegidas, envolvidas em algum tipo de tecido (quanto mais poroso melhor) elas estarão sempre prontas para o uso. Já a questão de afiar, eu prefiro levar em um profissional, mas existem recursos domésticos para isso.
O manuseio das ferramentas, entretanto, exige cuidados. A própria prática da jardinagem exige cuidados, sendo recomendado sempre o uso de botas e luvas, e em muitos casos, como as podas, inclusive, óculos de proteção vendidos em lojas de material de construção. As luvas podem ser escolhidas de acordo com a tarefa, sendo que as mais curtas não restrigem tanto os movimentos e são mais maleáveis quanto a destreza dos dedos. Mas as mais longas, geralmente de camurça, são necessárias quando se trabalha com plantas com espinhos, ou em locais onde haja risco de animais peçonhentos. Nesses casos é indicado inclusive o uso de chapéu com tela.
Ao usar qualquer ferramenta, é importante avaliar os riscos que ela impõe, tratando-se de evita-los. Proteger o corpo com mais roupas ao entrar em locais de risco, usar repelentes e procurar todo o tipo de defesa preventiva, pode fazer grande diferença na história do seu jardim. Palavra de quem já quase decepou o dedo num serrote de poda, já estacionou num formigueiro, e voltou pra casa cheia de carrapatos, depois de um dia de trabalho de campo.
Célia Borges

3 de dezembro de 2008

ALDEIA GLOBAL – Por que é que os bancos, além de tanto lucro, ainda precisam humilhar clientes e usuários?


Os bancos só abrem às onze. Nem sempre pontualmente. Enquanto a maioria das atividades comerciais e industriais iniciam sua jornada às sete, às oito, às nove, e os mais retardatários como os centros comerciais (que também fecham mais tarde) às dez... os bancos, esses, só abrem às onze. E fecham às quatro, quando todas as demais atividades econômicas ainda estão “à pleno vapor”.

Com expediente tão restrito, era de se esperar um pronto e eficiente atendimento. Mas quem é cliente e usuário de agências bancárias, sabe que não é essa a realidade. As filas, por exemplo, deveriam ser inexistentes, ou pelo menos, bem menores. Mas a maioria das agencias bancárias funciona quase sempre com um, dois, ou no máximo três guichês, sendo um para atendimento prioritário. Os banqueiros decidiram, há tempo, economizar em pessoal (Aliás, esse deve ser um dos motivos por que lucram tanto!!!). E o cliente? Que se dane!!! E que perca o seu tempo!!!

Mas pior do que as filas é a dificuldade em se ter acesso às próprias agências. As tais portas giratórias não vão impedir assaltantes de agir, mas vá lá, poderiam servir para dificultar o acesso de pessoas suspeitas. Mas daí a tratar cada cidadão como um suspeito vai um largo passo. Entretanto, é o que acontece na maioria das agências bancárias, pelo menos nas que eu conheço, sendo a “bendita” porta giratória uma espécie de fator de intimidação aos clientes e usuários. Tipo assim: “ponha-se no seu lugar!!! Você aqui é um nada!!! E pode até ser um bandido!!!

Algumas situações chegam a ser emblemáticas quanto ao desrespeito pelo cidadão, como as que acontecem diariamente na entrada da agencia Resende da Caixa Econômica Federal, onde todos, rigorosamente todos os que precisam ter acesso à agencia, precisam deixar pelo menos alguns de seus pertences numa espécie de caixa coletiva, para terem direito a usufruir do seu direito de ir e vir.

“A porta automática detectou objeto de metal” e pronto. Travou. Trate de expor o conteúdo de suas bolsas e bolsos, senão, não entra. As poucas exceções parecem ser os correntistas regulares e conhecidos na agência, e que já entram cumprimentando os guardas. Mas isso é fácil. Na agência em que tenho conta, também sou conhecida, nunca me travam a porta, e me cumprimentam com a maior civilidade.

Só mesmo os ingênuos ou desligados (além dos muito mal informados) iriam acreditar que a tal porta não rola se tiver metal. Exigem que ofereçamos nossos objetos no altar de uma tecnologia obsoleta ou pelo menos ineficiente, já que passamos com relógios, anéis, cordões, pulseiras, fivelas de cinto, etc, etc, etc..., sem que a tal porta nos importune, já que deixamos alguma oferenda na caixinha da autoridade.

Eu me limito a oferecer um dos meus três celulares (desculpem o exagero!!! São os ossos do ofício!!!), as chaves e os óculos. Depois disso, me deixam passar. Se fosse tirar tudo de dentro da bolsa que tenha metal, teria que deixar tudo o que está lá dentro, inclusive as moedinhas.

A trava da porta é acionada ao bel prazer do guarda de plantão, e esse pessoal parece ter tido aula de sadismo na sua formação profissional. Travam a porta para pessoas tão óbviamente alheias à qualquer tipo de violência, gente simples, idosos, que se tudo não fosse tão revoltante, chegaria a ser cômico. E não sendo cômico, é, pelo menos ridículo. Um retrato típico de como o país e suas instituições tratam o cidadão.

Um exemplo disso é o que acontece frequentemente com uma amiga minha, uma jovem de 70 anos, porque não aparenta a idade, mas ainda assim está longe de aparentar algum risco para a segurança de qualquer banco. Respeitada e cumprimentada naquela onde tem conta, é sistematicamente barrada na porta da outra agencia, do Itaú, no Manejo (Resende). Como só usa essa em situações de urgência, justamente quando tem pressa, já vi minha amiga chegar às lágrimas, depois de deixar seus pertences e continuar enfrentando a porta travada.

Eu mesma já passei por isso, nessa mesma agencia. A porta travou para mim três vezes (no dia 21/10/2008), mesmo depois de eu ter deixado quase todos os meus pertences. Quando reclamei, a gerente veio até a porta de forma arrogante, exigindo que eu mostrasse meu cartão do banco para permitir o meu acesso. Já dentro da agência, fui novamente abordada por ela, que fez questão de ver meu cartão em suas próprias mãos, como se tivesse autoridade para me penalizar por “mau comportamento”. E eu ainda tenho conta nesse banco!!! Pasmem!!!

O que me assusta é que esse comportamento autoritário das instituições bancárias, e outras de ordem financeira, está cada vez mais fundo e abrangente. Não somos bem atendidos, não temos autonomia e autoridade sobre nossos próprios recursos (já que os bancos limitam valor de saques e outras operações) e, depois de proporcionar os mais estratosféricos lucros bancários do planeta, ainda somos humilhados pelo simples fato de querer entrar numa agencia bancária. Geralmente, aliás, para pagar alguma conta, deixando lá nosso rico e suado dinheirinho.

O lucro e a prosperidade dos bancos deveriam fazer com que nos recebessem com tapete vermelho e cafezinho. Mas é mais fácil nos intimidar, corroer nossa auto-estima, minar nosso sentido de cidadania. Assim fica mais fácil de nos imporem taxas e tarifas cada vez mais exorbitantes (ótima matéria sobre o assunto no jornal O Globo, do dia 1/12/2008 – Tarifas bancárias padronizadas e até 329% mais caras em seis meses). E se não abrirmos o olho, qualquer dia vão nos cobrar até para entrar na agencia bancária.

Célia Borges

1 de dezembro de 2008

IMAGENS DE ITATIAIA: lixo e desmazelo pelas ruas de Penedo

Penedo é uma das regiões turísticas mais procuradas de Itatiaia, e também uma das mais populosas do município. Essas circunstâncias, entretanto, parecem não sensibilizar muito as autoridades, que têm deixado ao abandono algumas áreas de Penedo, como o Jardim Martinelli, cujas ruas estão tomadas pelo lixo.
A impressão que se tem ao transitar pelo Jardim Martinelli é de total ausência do poder público, o que vai transformando a imagem de um bairro tão promissor num retrato desalentador de desmazelo. Como antiga moradora, que acompanhou o processo de emancipação, posso testemunhar (inclusive por meio de fotos e publicações), que os esforços urbanísticos no local não foram muito além do que foi feito no primeiro governo municipal, do prefeito Luis Carlos de Aquino, além de calçar mais algumas ruas. Até o pouco mobiliário existente, como os pontos de ônibus, vêm daquela época. E muito do que se degradou, desde então, não teve manutenção ou foi substituído.
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Leonardo da Vinci: a praça virou depósito de entulhos
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Logo na entrada do bairro, em frente ao maior colégio municipal de Penedo, o Dom Ottorino Zanon, existe um estacionamento atrás do ponto de ônibus, onde estacionam os ônibus escolares. Ele serve como um desagradável cartão de visitas para quem chega, com os fundos tomados pelo mato, muito lixo abandonado, e o terreno esburacado onde é quase impossível transitar em dias de chuva.
O serviço de coleta de lixo se limita a recolher os dejetos domésticos, enquanto o restante fica abandonado junto aos terrenos baldios, formando pilhas cada vez maiores, já que seu recolhimento parece não estar sendo feito há muito tempo.
.Montes de lixo se acumulam em vários pontos da Av. Penedo // Na Av. Dr. Arnaldo Marzotto, lixo como "cartão de visitas"
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Na carona do pouco caso do poder público, alguns moradores aproveitam para acrescentar entulhos de suas obras, assim como restos de materiais de construção, em locais próximos de onde já há montanhas de lixo, contribuindo para criar uma imagem ainda mais desoladora das ruas do bairro.
O terreno onde deveria existir uma praça, a Leonardo da Vinci, é um dos mais afetados, pois além do lixo e das pilhas de entulhos, ainda se acumula mato alto, evidenciado a falta de trato e manutenção. Nas imediações estão localizadas várias pousadas e hotéis, cujos hóspedes, não duvido, devem ficar escandalizados com tanto descaso, sujeira e abandono.
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Av. Dr. Arnaldo Marzotto, próximo ao Dom Ottorino Zanon
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Não vou discorrer aqui sobre como isso deve afetar os negócios turísticos e imobiliários, porque acho que todas as partes envolvidas e responsáveis por essa situação devem ter consciência disso. Só resta torcer para que o próximo prefeito, que é um empresário do ramo turístico, tenha mais sensibilidade para com as necessidades e carências de infra-estrutura do município, lembrando que ruas calçadas e limpas são incentivo à educação e mostram respeito pelo cidadão.
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Praça Leonardo da Vinci: abandono e lixo // Entulhos de obras onde deveria ser uma praça

14 de outubro de 2008

CARTA AO FUTURO PREFEITO – Em defesa da Cultura!!!!

Prezado Dr. Rechuan,
O senhor mal se refez das emoções da vitória, e eis que estamos nós aqui, querendo “meter o bedelho” no seu mandato, ainda nem iniciado. Não repare. E até desculpe a precipitação – eu prefiro considerar uma antecipação... O que me move são os rumos sempre incertos da frequentemente esquecida “política cultural” do nosso município. Porque Cultura nunca é prioridade. Nem municipal, nem estadual nem federal. E em Resende, pode-se dizer que ela está há anos luz abaixo das suas possibilidades.
Sei que muitos vão discordar do que lhe escrevo. Podem até nos passar uma longa lista dos eventos realizados nos últimos anos. O Museu (MAM), apesar de pessimamente instalado, continua cumprindo sua finalidade, e realizando suas exposições. A Casa da Cultura também promove seus eventos, e o Teatro de Bolso (teatro com muito boa vontade, diga-se lá!!!) monta de vez em quando alguma peça ou espetáculo. Não vou dizer que é cultura “pra inglês ver”, porque os ingleses valorizam demais a sua cultura, ao contrário de nós mesmos.
Temos um Festival de Teatro, que acontece de vez em quando, mas lava a alma. E só. Mesmo assim, com as maiores dificuldades. Não existe um engajamento real do poder público em torno das atividades culturais. Na “era do marqueting político”, essas iniciativas são ótimas para enfeitar imagens, mas quando o evento acaba, a situação da área cultural continua igual. Sem apoio e sem recursos.
O empobrecimento da cultura, em Resende, é lamentável sob todos os aspectos. Somos hoje o pálido fantasma de um passado glorioso. Até os anos 90 o município ainda teve uma vida cultural à altura da sua história. Havia teatros com atividade regular (como o da AMAN e o Senac), havia o Boca de Cena, havia a Companhia das Artes. Exposições e lançamentos de livros eram bem mais freqüentes que hoje. E havia uma muito maior e melhor divulgação de tudo isso.
Não acho que cultura seja só isso. Mas nós, que estávamos presentes naquela tão efervescente vida cultural, tínhamos olhos para o futuro, e acreditávamos que dali todas as formas de arte iriam conquistar o “grande público”, que iram se popularizar. Investimos muitos sonhos e energias (Menção especial para Celina, Vivi, Dudu e os demais animadores culturais da época). Havia muitas possibilidades. As comemorações dos 200 Anos, por exemplo, poderiam ter sido uma excelente oportunidade para resgatar a história e alimentar a auto-estima dos munícipes. Mas pra que gastar dinheiro com isso, não é mesmo? Como tudo o que diz respeito à cultura, essa oportunidade única passou ao largo do conhecimento da maioria da população.
Cultura é coisa que dá trabalho!!! Cultura é ação e ao mesmo tempo preservação da memória. Cultura é o resgate dos conhecimentos do passado, e a preparação da nossa identidade no futuro. Não é nem questão de muito dinheiro, é questão de muita vontade. É o caso por exemplo da recuperação dos arquivos históricos do município, que estão se deteriorando nas precárias instalações da Casa da Cultura. A microfilmagem e acondicionamento dos documentos custa, no total, tanto quanto um automóvel de preço médio, cerca de R$ 50 mil. É um valor irrisório, diante do seu significado. Mas nenhuma autoridade municipal dos últimos anos considerou que valesse à pena o investimento. É mais fácil gastar isso em medidas populistas, do interesse apenas de uma minoria.
Porque cultura, senhor futuro prefeito, é assunto do interesse de todos. Cultura é um ingrediente sutil, mas de um valor que faz grande diferença na vida do cidadão e da comunidade. Cultura é música, teatro, cinema, literatura. Cultura é museu e biblioteca. Cultura é conhecimento e acesso à Cidadania. E Resende tem um grande potencial cultural, de Claudionor Rosa à Marcos Esch, da Academia de História à ong Oito Deitado, de tantas mais pessoas e iniciativas que é impossível citar nessa carta.
A Saúde, a Educação, a Segurança, as Finanças, tudo isso é importante e de caráter prioritário para qualquer administração, e qualquer cidadão consciente tem que reconhecer isso. Mas o que eu quero lhe pedir, e tenho certeza de que não estou sozinha nessa solicitação, é de que não se esqueça da Cultura. Que não faça como outros prefeitos, deixando-a por conta de pessoas que não são do setor, não têm conhecimentos, nem estão interessadas em desenvolver trabalhos sérios nessa área.
O animador cultural, por definição, não estará lhe solicitando um emprego público. Ele terá um projeto, frequentemente interessante, eventualmente viável, e que trará dividendos sociais muito maiores do que o custo do investimento. Abrir espaço para o desenvolvimento de novas idéias, apoiar eventos populares, ampliar o acesso do público às atividades artisticas e esportivas, tudo isso é trabalhar pela cultura. E se eu conheço bem essa cidade, posso garantir que não vai faltar gente séria e dedicada, disposta a lhe ajudar!!!
Célia Borges

UFRJ DEBATE ENDIVIDAMENTO NESTA SEXTA (17/10)

A Ouvidoria Geral da UFRJ estará promovendo, nesta sexta-feira, dia 17, o seminário “Endividamento & Cidadania: A questão do superendividamento”, reunindo especialistas, professores e estudantes com o objetivo de “construir alternativas viáveis e fundamentadas juridicamente para minimizar o cenário de superindividamento dos brasileiros”.
O evento será realizado no auditório do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, na Av. Athos da Silveira Ramos, 274, Campus do Fundão. Quem quiser poderá se inscrever até quarta-feira (15/10) pelo e.mail ouvidoria@ufrj.gov.br com participação gratuita.
O seminário visa educar encontrar mecanismos para educar a população para o crédito e o consumo, e a universidade vai apresentar pesquisas e propostas sobre o tema, noções sobre direitos e deveres ligados a serviços financeiros e regras de contratos de crédito. Segundo a Ouvidoria, ele foi motivado pelo crescente número de demandas sobre o assunto, como exclusão bancária, cláusulas abusivas e publicidade enganosa.
Entre os convidados para o debate estão a professora Cláudia Marques, da UFRGS, a defensora pública da União Daniela Jacques e o diretor do DPDC do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita. (Segundo matéria O Globo de 12/10)
Célia Borges

12 de outubro de 2008

LIVROS – “O Planalto do Itatiaia” de Helton Perillo Ferreira Leite




Uma das melhores surpresas do ano em termos de livros sobre a região é o recém lançado Planalto do Itatiaia – Região das Agulhas Negras, do Engenheiro Agrônomo Helton Perillo Ferreira Leite. Montanhista, e ex-alpinista, o autor não se limitou apenas a mostrar alguns dos mais exuberantes aspectos da mata, como discorre sobre geologia, flora, fauna, clima e preservação.
A obra, impressa em papel reciclado, contem 130 fotos e mapas coloridos, além de 234 páginas de texto, onde Helton Perillo compõe um verdadeiro guia para estudiosos e visitantes, com a descrição das trilhas, orientação sobre mapas, ensino do uso da bússola e do GPS. O conteúdo apresenta também informações históricas sobre o Parque Nacional, e um roteiro de informações sobre unidades de conservação.
O aspecto didático do livro não o torna enfadonho. Ao contrário, a seqüência de informações contribui para facilitar a compreensão e torna-lo ainda mais interessante. Há apresentação e comentários sobre a identificação de novas espécies, e a descrição detalhada da maior parte dos acidentes geográficos, trazendo informações inéditas sobre esses e outros aspectos, torna-o atrativo até mesmo para quem já conhece a região.
Filho de um engenheiro agrônomo e de uma professora de geografia a artista plástica, Helton Perillo atribui à família sua inspiração na luta pela divulgação e preservação da natureza. Ele esclarece ainda: “O Parque do Itatiaia é muito extenso, e tem uma ecologia muito complexa. Neste trabalho, limitei-me a descrever o planalto, foco maior dos meus interesses e região menos conhecida do público”.
Sobre o livro, o autor diz ainda: “Alem das minhas impressões pessoais, tentei traduzir a essência de algumas teses acadêmicas. De algumas, muito específicas, retirei poucos esclarecimentos. De outras, mais amplas e focadas em aspectos menos herméticos, aproveitei muito. Para completar, incluí experiências próprias e até umas páginas de memórias do alpinismo brasileiro, bem como algumas “dicas”
práticas. O texto pretende ser simples e conciso. As fotos, o mais natural possível. O livro tenta abordar apenas o essencial, o imprescindível. Itatiaia é muito mais amplo.”
Célia Borges

10 de outubro de 2008

ELEIÇÕES – Que tal aproveitar a virada e passar a cobrar mais dos vereadores eleitos?

O despertar dos eleitores - e a virada na escolha dos novos prefeitos de Resende e Itatiaia - é um fato político digno de análises mais especializadas. Não é o meu caso, já que escrevo como jornalista, mas também, e principalmente, como cidadã. Torci intimamente, e fiquei satisfeita com os resultados. Mas também acho que ainda é cedo para comemorações exageradas, já que não é justo nem razoável esperar que os novos prefeitos sejam, sozinhos, os salvadores dos nossos municípios. Nem os únicos responsáveis pelas melhorias nas nossas condições de vida.
A administração pública municipal, para ser competente e eficiente, depende muito do desempenho do Poder Legislativo, ou seja, das Câmaras e dos vereadores. Os dois governos municipais atuais se caracterizam por uma estreita – e por isso mesmo, para o cidadão, possivelmente incômoda e inconveniente – aliança entre Executivo e Legislativo. Juntos, eles fazem o que querem, mesmo que à revelia dos interesses da população. E gastam o nosso suado dinheirinho, naquilo que lhes interessa.
Não vou entrar nos méritos dos absurdos que nos assolam, como os de desperdícios de recursos públicos, porque isso é assunto para uma grande reportagem, que eu mesma gostaria de fazer. Nem vou entrar nos méritos dos nomes escolhidos para a próxima vereança, porque isso também merece uma análise à parte. O fato é que elegemos um grupo de cidadãos como nossos representantes, e a obrigação principal deles é exatamente essa: a de nos representar.
Isso deveria significar também que a nossa opinião – e a nossa responsabilidade como cidadãos – não acaba no momento em que depositamos nossos votos na urna, ou quando conferimos a relação daqueles que foram efetivamente eleitos. Tendo ou não votado nos que se elegeram, é preciso, é necessário, é indispensável, que continuemos a exercer nossos direitos, cobrando deles uma representação à altura da nossa confiança.
O produto do trabalho dos nossos vereadores, nos últimos anos, avaliado em conjunto, fica abaixo de medíocre. As poucas iniciativas relevantes, do ponto de vista do interesse da comunidade a que deveriam servir, geralmente são pobres, mal feitas, e sem continuidade. Ao invés de exercerem suas verdadeiras responsabilidades, acham que dando uma esmolinha ou outra do seu farto orçamento para a cultura, para o atendimento social ou para o esporte, é suficiente para “lavar” as suas consciências.
Essa política “da idade da pedra”, essa ótica clientelista, precisa ser modificada, ao custo de ficarmos marcando passo indefinidamente. Não elegemos vereadores para ficarem discutindo nomes de ruas. Não elegemos vereadores para ficarem apenas negociando seus interesses pessoais a troco de voto para os projetos do Executivo. Não elegemos vereadores para encerrar as sessões legislativas com 15 ou 20 minutos, por falta de presença ou por falta de assunto.
Enquanto as prefeituras estão prestes a passar por uma renovação, nas Câmaras Municipais a continuidade está mais ou menos garantida, com a reeleição de uma boa parte dos vereadores (menos em Resende, mais em Itatiaia). O que significa que, para mudar alguma coisa, o cidadão vai ter que continuar na sua luta. Freqüentar as sessões, por exemplo, é uma boa sugestão para nos mantermos informados sobre o que eles fazem, e principalmente, sobre o que eles não fazem e deveriam estar fazendo.
A pressão pode funcionar muito bem quando está em votação alguma proposta de interesse coletivo. A presença de público, geralmente tão rara, pode influir em decisões cruciais sobre a nossa vida. E dificulta a cumplicidade entre os poderes. Estamos acostumados a deixar tudo passar ao largo, como se não nos dissesse respeito. Mas é assim que os políticos que tanto detestamos, encontram espaço para fazer suas tramóias. E a única forma de atuarmos efetivamente é participando de todas as etapas daquilo que diz respeito à nossa cidadania.
Se não lutarmos pelos nossos interesses à nível municipal, quem vai nos representar à nível estadual e federal? Por isso é que eu acho que, mesmo a contragosto, deveríamos nos revezar em plantões nos plenários das Câmaras, em dias de sessão. Deveríamos criticar o que consideramos errado, cobrar resultados em todos os níveis da administração, fazer valer nossos direitos constitucionais...
Se nós continuarmos sendo cidadãos acomodados, desinteressados do que fazem aqueles que nos representam, vamos acabar não tendo nem mesmo de quem, nem a quem reclamar...
Célia Borges

7 de outubro de 2008

ELEIÇÕES: Milagre!!! Milagre!!! Parece que dessa vez o eleitor acordou!!!!

Os resultados das eleições municipais em Resende e Itatiaia não deveriam ser tão surpreendentes à luz da razão, porque afinal, parece que se elegeram os melhores candidatos. Mas, considerando o panorama político que vinha se desenrolando na última década, não seria exagero dizer que eles foram, realmente, uma surpresa. Surpresa principalmente para os candidatos derrotados, que acreditaram que continuar fazendo uso da máquina administrativa para obter votos seria garantia suficiente para a vitória e a continuidade no poder.
Embora não tenha tido oportunidade de acompanhar de perto, acredito que a apuração em Resende tenha sido das mais emocionantes, disputada urna a urna, e com o resultado indefinido até o último momento. Não sei se, em algum momento, a turma da situação chegou a comemorar vitória, mas não duvido. Apesar dos sintomas das últimas semanas, parece que o atual prefeito não acreditava que fosse perder. Havia a perspectiva de uma margem apertada. Mas perder?!?!?! Até sem bola de cristal sou capaz de jurar que eles não esperavam por isso.
Pelos ecos da comemoração, parece que nem o prefeito eleito e sua equipe esperavam por essa. O foguetório que costuma marcar a conclusão do pleito, dessa vez foi tímido. A chuva, aliás torrencial, não contribuiu para reunir multidões, e parece até ter acalmado os ânimos dos descontentes. A vitória apertada da oposição parece ter criado uma espécie de anti-climax. A notícia, se não ganhou o troar dos alto-falantes, correu pela cidade na base do boca-a-boca. Correu como rastilho do pólvora. Na segunda-feira pela manhã todos já sabiam, mas muitos ainda tinham dificuldades em acreditar. Como eu mesma!!!! Sinceramente, essa vitória pra mim teve gosto de milagre...
A polarização entre os dois principais candidatos foi indiscutível, e consumiu mais de 90% dos votos válidos, sendo que a votação dos demais candidatos foi irrelevante. Juntos, os dois outros candidatos – Stagi e Esch - não chegaram a 5% do total dos votos apurados. E tudo estaria dentro do previsível, se não fosse a virada promovida por pouco mais de 1000 eleitores. O que significa, afinal, que cada pequeno votinho fez uma grande diferença...
Enfim, é assim que se exerce a DEMOCRACIA. A opinião popular, dessa vez, prevaleceu sobre os interesses pessoais. Foi por pouco... mas foi. Por pouco é melhor do que por nada. O eleitor parece estar dando um basta à era da acomodação, à era do voto útil... O cidadão resolveu arriscar. Se dessa vez não acertar, pelo menos não estará incorrendo na repetição do erro. É melhor arriscar num erro novo, do que se continuar insistindo nos erros antigos.
A voz do eleitor resendense mostrou ao prefeito que não adianta mais ficar três anos ausente, e aparecer para mostrar trabalho no último ano antes da eleição. O povo já não está tão fácil de enganar. Também não adianta promover embelezamento de última hora na cidade, na ilusão de que vai continuar a enganar o eleitor desavisado. Aquela politicazinha mesquinha de antigamente, dessa vez não deu resultado. A avaliação popular mostrou que chega de politicagem, de empreguismo, e de acomodação por parte das autoridades.
Com relação à Itatiaia, a surpresa não foi tão grande, mas ainda assim foi considerável. As pesquisas, formais e informais, já mostravam o crescimento do candidato Luis Carlos Ypê, que aliás, na eleição anterior, ficou em segundo, depois de fazer “suar a camisa” do atual prefeito, que ganhou por margem relativamente pequena, naquela oportunidade. Dessa vez a administração medíocre, o nepotismo, e outras mazelas da atual administração parecem ter sido decisivas na opinião do eleitor itatiaiense, que optou pela renovação.
Os futuros prefeitos dos nossos dois municípios são políticos estreantes, sem mandatos anteriores, e vão ter a oportunidade de mostrar que a renovação, na política, é importante, senão indispensável. O eleitorado da região demonstrou uma surpreendente vitalidade, apostando nessa renovação. Vamos esperar que ambos estejam à altura da confiança que neles foi depositada. A responsabilidade de mudar os velhos hábitos da política, de concessão aos interesses econômicos em detrimento dos sociais, do pouco caso com a educação e cultura, com a saúde e com a segurança...
O eleitor, dessa vez, já fez a sua parte. Agora vamos esperar que nossos prefeitos eleitos façam as deles. Só nos resta torcer para que dessa vez a escolha tenha sido acertada. Afinal, o sucesso deles será o nosso sucesso também...
Célia Borges

22 de setembro de 2008

ACADEMIA ITATIAIENSE PROMOVE EXPOSIÇÃO DE ARTES

A Academia Itatiaiense de História está promovendo, entre os dias 25 à 27 de setembro, a sua já tradicional exposição de artes, que acontece sempre na época da primavera. A mostra, dessa vez com tema livre, reune dez artistas do município, e ficará na Galeria do Centro Comercial de Itatiaia 1, entre 9 e 17 horas.
Os artistas participantes da X Expoita são Maria Consuelo Rosa, Dagmar de Resende, Elizabeth Pereira Adão, Maria Helena Guimarães, Dulce de Barcelos Gjorup, Rosa Maria Cotrim de Barcellos, Luiz Felipe de Lima, Odete Alvarenga, Maria do Carmo Silva e Adilson Luiz da Silva.
A realização da exposição mostra o esforço da presidente da entidade, professora Alda Bernardes de Faria e Silva, no sentido de incentivar a cultura e promover as manifestações de arte no município. A professora Alda vem se desdobrando também para concretizar a instalação do Museu do Café de Itatiaia, para o qual a prefeitura está desapropriando uma antiga casa junto à Praça Mariana Rocha Leão.
Célia Borges

19 de setembro de 2008

DEFESA DO CONSUMIDOR – Como enlouquecer, tentando transferir uma linha telefônica

As empresas de telefonia, no Brasil, sempre foram campeãs de reclamações por parte dos consumidores. Mas com o advento da telefonia celular, o aumento da concorrência, mudanças de donos das companhias e outras circunstâncias, era de se esperar que esse panorama tivesse mudado. O que se constata, entretanto, é que quanto mais tecnologia, piores os serviços. E maiores os problemas e dificuldades do consumidor.
A minha novela é um bom exemplo disso: o caso é que vou me mudar, em cerca de duas semanas, e para não deixar tudo para a última hora, resolvi consultar a empresa de telefonia fixa da nossa área, para saber da disponibilidade de uma linha no meu novo endereço. Isso no dia 15/09. Precisava, antes de mais nada, de informação. Se ainda não é cliente, digite um; ou disque pausadamente o número do telefone para o qual deseja serviço. Quando ligo para o número do famigerado SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), primeiro tenho que digitar o número da minha linha atual. Até aí, tudo bem...
Se quer isso, disque tal, se quer aquilo, disque aquilooutro... E segue a ladainha com dúzias de opções que não te interessam, até que finalmente você consegue “falar com um dos nossos atendentes”. A voz, atenciosa, e com carregado sotaque nordestino, me explica que precisa transferir a ligação para o setor encarregado de mudança de endereço. E me joga de novo na ladainha do disque isso, disque aquilo. Quatro opções que não atendem ao que eu quero – um pedido de informações – e apenas a última oferecendo mudança de endereço, mas imediata. Não quero mudança imediata, quero me informar, consultar, programar...
Mas enfim, como só me oferecem isso, resolvo arriscar. Outra simpática atendente nordestina, e depois de ouvir minhas dúvidas e pedido de informação, se oferece para fazer uma simulação do local onde vou morar. Nooooossa!!! Finalmente, acho que vou conseguir o que queria!!! Mas a moça volta dizendo que não conseguiu localizar o logradouro!?!?!?! Me pergunta se conheço outra pessoa residente na mesma rua que já tenha telefone, para ela usar como referência. Mas eu não sei!!! Ainda nem me mudei!!! Agradeci a atenção, prometi me informar melhor e desliguei. Desisti!!! No momento, pelo menos!!!
No dia seguinte, inquieta ante a possibilidade de não ter linha telefônica no meu novo endereço, resolvi consultar o catálogo telefônico regional. Outra cilada!!! Vou morar ao lado de um colégio, e é licito esperar que o colégio tenha telefone. Mas a lista, ao contrário daquelas de antigamente, tão pesadas, chega a ser anoréxica. Na forma e no conteúdo. O município de Itatiaia se encontra resumido em menos de duas páginas, e não há um único telefone daquele colégio, nem de qualquer outro!!!!! Mesmo assim consigo localizar dois números de telefone na mesma rua... Enfim, renovam-se as esperanças, e eu decido tentar novamente.
Dia 16/09, e eu recomeço a minha maratona para garantir uma linha telefônica no meu novo endereço. Ligo pro SAC, digito a linha atual, e para encurtar caminho, vou logo para Mudança de Endereço, mesmo correndo o risco com a condição imediata que me é imposta, mas na expectativa de obter uma nova simulação. Sou atendida por um simpático Tiago, ainda com sotaque carregado do nordeste, a quem explico todos os passos anteriores, inclusive a localização de duas linhas telefônicas na minha rua. E solicito uma simulação, para ver se há disponibilidade de mais uma linha.
Dessa vez, a resposta foi rápida, e o jovem retorna confirmando a existência de linha disponível. Pergunta se quero a transferência imediata, e repito a situação, de que só vou me mudar no dia primeiro de outubro, e que portanto, antes disso, não haverá morador no local para a instalação da linha. Ele me diz que não tem problema, que pode programar a instalação à partir do dia que eu quiser. Mas insisto que não posso cancelar a linha atual por enquanto, porque justamente por me achar em mudança, vou necessitar muito dela. Meu interlocutor garante que não há problema, e que a linha antiga só será desligada ao mesmo tempo, ou logo após a nova ser instalada.
Fiquei feliz. Após alguma demora, consegui saber inclusive qual seria o número do meu novo telefone, o que facilitaria a etapa de transição. Insisti nas datas e prazos, e após tudo respondido à contento, não contive a minha curiosidade de perguntar: de onde é que você está falando? E o atendente responde, após certa hesitação: de Fortaleza. Pra quebrar o gelo, elogiei a cidade, da qual, aliás gosto mesmo muito. E me despedi, agradecida, certa de que havia conseguido resolver pelo menos um item na minha lista de providências para a mudança. No fundo, também procurava justificar a dificuldade daqueles funcionários que, de lá de Fortaleza, não poderiam entender mesmo muito bem a geografia do interior do Rio de Janeiro.
Mas minha alegria durou pouco. Algumas horas depois, ao tentar fazer uma ligação, descubro que meu telefone está mudo. Liguei pelo celular – felizmente também tenho um da mesma companhia do fixo – para o SAC, e quando pedem o número da linha para a qual quero serviço, digito o da linha atual. Resposta: “Este telefone encontra-se desativado”. Ligo de novo, digitando o número do futuro telefone. Toca, toca, e ninguém atende. É claro, o silêncio do outro lado parece dizer: “Essa linha ainda não foi instalada”. Muda e queda, tento não arrancar os cabelos, enquanto penso num solução para esse impasse: para a companhia telefônica, entrei no limbo; misteriosamente, deixei de existir!!! Cansada demais para reagir, decidi deixar passar mais um dia...
Acordo no dia 17, sem poder cumprimentar minha afilhada pelo aniversário – ela mora em BH, e ligação de celular para interurbano fixo é cara demais!!! – e pensando numa solução para o meu problema. Resolvo apelar para os amigos. Um me atende pelo celular, muito bravo, dizendo que meu telefone bloqueou o dele. Que ligou pra mim na véspera, e que além de eu não ter atendido, depois disso o telefone dele ficou mudo. Arrepio na espinha, começo a suspeitar de que essa situação é produto das “artes do além”. Mas como não sou de “dar bola” para maus espíritos, resolvi levar meus direitos de cidadã ao pé da letra, e liguei para a Anatel.
O número está na conta, a ligação é gratuita. Você precisa passar antes por uma sabatina para se identificar, precisa dizer seu problema sinteticamente, senão o atendente não te entende (desculpem a cacofonia!!!), e depois de muitas explicações e retificações, ele te informa que a reclamada tem CINCO dias para se manifestar. Enquanto isso, você fica sem telefone, e que se dane. Felizmente, uma amiga minha intercedeu ao mesmo tempo, e dando o número do telefone dela para o serviço (e correndo, sabe Deus que riscos!!!) pediu socorro para mim.
Com duas reclamações ao mesmo tempo, sendo uma da Anatel, tive o privilégio de receber uma ligação no dia 18, na qual outra simpaticíssima criatura me explicou a seqüência de mal entendidos, que culminaram no desligamento do meu telefone. O tão simpático Tiago, de Fortaleza, esqueceu de digitar um campo no seu relatório... enfim, a nova simpática me afirmou que ia cancelar o pedido de mudança de endereço, que ia tentar religar a minha linha em 24 horas (já se passaram 30, e nada!!), e que quando faltarem dois ou três dias para a mudança, aí sim eu devo pedir a transferência de endereço. Sem garantia de quantos dias vão levar para concretizar o serviço...
Enfim, para garantir um telefone, consegui ficar sem nenhum... quer dizer, tenho três celulares, mas sempre tem um sem bateria, outro sem crédito, e outro segurando o resto da barra, inclusive agora do fixo que não funciona....
Deixo maiores comentários para a próxima crônica. Agora, confesso, estou cansada demais...
Célia Borges

14 de setembro de 2008

JARDINAGEM E PAISAGISMO XXI – Olha a Primavera chegando aí, gente!!!! Ainda estamos no inverno, mas nem parece. Desde meados de agosto entramos, por




Ainda estamos no inverno, mas nem parece. Desde meados de agosto entramos, por assim dizer, na meia-estação. O clima do planeta está mudando, e não há meteorologia que nos proteja!!! Por isso, nunca é demais ficarmos atentos, adaptando as providências necessárias ao sucesso do jardim aos novos tempos. Antecipar um aumento na freqüência das regas é medida urgente, para enfrentar a evaporação inesperada, que pode comprometer vasos, canteiros e jardins.

Apesar da Primavera apressadinha, ainda é tempo para as podas de formação e para adubar as plantas. As que já floriram, entretanto, devem seguir seu ciclo, sem maiores manejos. É importante, entretanto, observar a ocorrência de pragas, tomando as providencias adequadas para extermina-las, antes que se propaguem para outras (Há três postagens anteriores, sobre métodos naturais de combate aos inimigos dos vegetais, nessa série) .

A exuberância da natureza vem se manifestando antes da época esperada, não só na flora, mas na fauna, com a passarada encantando nossos amanheceres e finais de tarde. E a nossa cidade – Resende – ainda que tão mal-tratada do ponto de vista ambiental, mostra sua pujança e capacidade de recuperação na florações dos ipês amarelos e nas copas vermelhas dos mulungus.

Linda cidade essa nossa, cuja beleza resiste à tudo, produzindo inesquecíveis cartões postais às margens do nosso Rio Paraíba do Sul... e também nas ruas sombreadas da região do Manejo – Vila Julieta, Alvorada, Liberdade... – cujo maior patrimônio de suas casas simples, são seus jardins majestosamente floridos...

Célia Borges

18 de agosto de 2008

FOTOS - Posse de Gustavo Praça na Academia Itatiaiense de História






No último sábado, 16 de agosto, a Academia Itatiaiense de História deu posse ao jornalista Gustavo Praça de Carvalho, editor dos jornais Ponte Velha e Nariz da India, e autor dos livros Capinando o Rio e Caravelas do Apocalipse.

11 de agosto de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Arvores típicas de Resende: Guapuruvu, Mulungu, Sibipiruna e o misterioso Timburibá...






Algumas árvores nativas do Brasil, tiveram origem ou ocorreram intensamente em áreas do vale do Rio Paraíba do Sul, caracterizando a paisagem dessas regiões. Apesar do ciclo do café, muitos exemplares dessas espécies foram poupados do desmatamento, ou reproduzidos, no Médio Vale, devido à grande beleza e imponência, sendo encontrados ainda em grande quantidade principalmente na região serrana. Na área urbana, entretanto, elas podem ser vistas cada vez mais raramente.

Das quatro espécies citadas, apenas o Mulungu (Erythrina Mulungu) é indicado para jardins e quintais. Característica do clima tropical, pode chegar até 14 metros de altura. É árvore espinhenta, cujas flores aparecem no final do inverno - quando ela está sem folhas - num tom de vermelho vivo, que proporciona um lido espetáculo. Muito indicada no paisagismo, inclusive de áreas públicas, exerce grande atrativo para a fauna, tendo suas flores visitadas por beija-flores, periquitos, papagaios e outras aves, para se alimentarem do seu néctar.

A mais típica da região entre todas é o Guapuruvu (Schizolobium parahyba), como o próprio nome científico indica. Como anterior, apresenta flores de beleza exuberante, só que amarelas, que também aparecem em meados do inverno, na forma de espigas longas, com numerosas flores pequeninas. Pode alcançar até 30 metros de altura, e não é recomendada para proximidades de residências ou estacionamentos, porque seus galhos se quebram fácilmente ao vento, podendo provocar acidentes. Em parques e áreas amplas é muito recomendada pelo aspecto estético.

Semelhante, e por isso às vezes confundida com o Guapuruvu, é a Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), diversa entretanto pelo porte (no máximo 16 metros) e pela maior densidade da folhagem. As flores são amarelas, pequenas e reunidas em formato de espiga, e também surgem em meados do inverno. Seu cultivo é recomendado em praças, parques e ruas, desde que longe da fiação elétrica, e também em jardins de grande porte. Característica de clima tropical, tem grande adaptação quanto às condições de solo.

O Timburibá (Enterolobium contortisiliquum) é considerado, do ponto de vista histórico, a árvore símbolo de Resende, tendo dado nome a um jornal, tema de inúmeras poesias, e da lenda mais popular do município. Mas, do ponto de vista botânico, o Timburibá é um mistério. Registros históricos dão conta da existência de um exemplar muito famoso, existente no bairro Alto dos Passos, nas proximidades do cemitério, mas este teria tombado durante uma tempestade, há cerca de cem anos atrás. Desde então, quanto mais famoso, mais misterioso. Ninguém mais que se saiba na cidade, parece conhecer a existência de outro. Mas continuo contando com a ajuda de amigos historiadores, paisagistas, botânicos e outros, para esclarecer-lo. Enfim, procura-se um Timburibá!!!!

As três primeiras espécies citadas estão em plena floração, que se estenderão pela primavera, e ainda embelezando a cidade com os exemplares que ainda restam, como que numa homenagem pelo aniversário, comemorado em setembro. Cada vez mais raras, me atrevo a sugerir ao pessoal que vai planejar jardins para as grandes industrias que vêm chegando, e até para as próximas áreas públicas a serem criadas, o resgate dessas espécies, tão típicas e tão lindas. E seria uma pena que se extinguissem, como parece que aconteceu com a nossa árvore-símbolo.

Célia Borges

9 de agosto de 2008

ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE – Fórmula ecológica para matar ratos

O uso de produtos tóxicos no combate aos ratos põe em risco a saúde de seres humanos e animais domésticos, podendo inclusive ser fatal, assim como é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Mas a falta de controle pode ser igualmente perigosa, de forma que a busca de soluções alternativas é sempre uma boa noticia. Sobre essa que apresento abaixo, embora não tenha tido possibilidade de comprovar, recebi de pessoa integra, através da internet. Mas é simples e barata, de forma que compensa experimentar.

Todo o custo é o de uma simples xícara de feijão cru, que não deve ser lavado, levado ao liquidificador ou multiprocessador, e triturado até virar uma farofinha, mas sem chegar totalmente ao pó. Coloque em montinhos, pequenas porções nos cantos onde há ocorrência desses roedores, como perto de portas e janelas, atrás de geladeiras, fogões e demais locais que julgar conveniente.

O rato não consegue digerir o feijão cru, que nesse estado contém substâncias para as quais se organismo não está preparando, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Assim, além de não apresentar riscos para pessoas ou animais que entrem em contato, o próprio raticida não apresenta riscos para seres humanos e outros animais, que conseguem digerir o feijão, mesmo cru.

A fórmula não tem qualquer tipo de contra-indicação, e quem tiver interesse em se informar melhor à respeito pode consultar o Site da Universidade Federal de Pelotas.

Célia Borges

6 de agosto de 2008

SAÚDE – Alimentos que são úteis na prevenção do câncer



Estudos científicos que vêm sendo divulgados recentemente, em revistas e pela internet, dão conta de que o brócolis é alimento eficiente na prevenção ao câncer de próstata. A fonte principal dessas matérias é uma pesquisa feita por cientistas britânicos, do Instituto de Pesquisas sobre Alimentos de Norwich, que teriam constatado que o consumo regular desse vegetal provoca modificações na atividade de certos genes, associados ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Não tenho como comprovar a veracidade científica desse estudo em particular, mas o fato é que, se verdadeiro, vem coroar cerca de 100 anos de pesquisas (ou mais) sobre o assunto, à partir do tratado médico de W.R. Willians, publicado em 1908, que concluía: “a incidência de câncer está relacionada à nutrição”. Ali era defendida a tese de que componentes naturais e sintéticos podem, tanto inibir como promover o processo carcinogênico.

As propriedades protetoras dos alimentos foram pesquisadas, testadas e descritas em milhares de trabalhos científicos desde então. Os efeitos de alimentos, conservantes, corantes e novos produtos incorporados à vida moderna, tem sido alvo de estudos à exaustão.

Os resultados positivos e recorrentes de alguns alimentos parecem confirmar sua eficiência, a tal ponto que estão presentes nos mais variados tipos de dietas e recomendações nutricionais, tanto para pessoas doentes quanto para as que querem apenas se manter saudaveis. Uma boa alimentação pode não impedir a ocorrência da doença, mas dará ao organismo melhores condições para preveni-la, enfrenta-la e combate-la.

Brócolis e vegetais de folhas verde escuras – Os alimentos chamados crucíferos, como brócolis, couve, couve-flor, couve de bruxelas, agrião e repolho, contem altos índices de indóis e beta-caroteno, associados à prevenção do câncer de cólon. Estudos recentes citados acima fazem referência à eficiência, especialmente do brócolis, na prevenção do câncer de próstata. Os crucíferos também são indicados na prevenção do câncer de mama. O brócolis, especialmente, é uma fonte concentrada de vitamina A, ferro e cálcio, úteis em todas as idades.

Alho e azeite – Juntos ou separados, são considerados excelentes aliados para uma boa saúde. O alho contém sulfetos alílicos, apontados como contribuintes na redução do risco de câncer gástrico. Conhecido e usado na medicina primitiva, tanto dos povos egípcios como hindus e gregos, é agente anti-séptico, tônico, estimulante, depurativo, emoliente e anti-térmico. Sua indicação mais freqüente diz respeito à boca e aparelho digestivo, devido ao seu poder estimulante das mucosas e anti-séptico geral, contribuindo para aumentar o apetite, regular a digestão e combater os mais variados problemas intestinais. A associação do alho com o azeite potencializa seus efeitos, já que este é indicado como auxiliar no combate à hipertensão, ao colesterol alto e ao câncer das vias digestivas.

Aveia – Assim como outros alimentos ricos em fibras (trigo e arroz integrais, e demais cereais e grãos), a aveia é um dos alimentos mais recomendados para a saúde do aparelho digestivo, e para uma eficiente função intestinal, agindo como preventiva em todo o tipo de doenças desses sistemas. Também reduz a absorção de glicose entre os diabéticos, e é excelente pelo valor nutritivo, com alta taxa de proteínas (16.12%), a taxa mineral mais elevada do grupo de cereais, vitaminas B, fósforo e ferro. Muito indicada para crianças em fase de crescimento, é também alimento reconstituinte em pós-operatórios e no combate à anemia.

Frutas cítricas – A indicação da laranja e demais frutas cítricas nos mais variados tipos de dieta parece constituir uma unanimidade. Ricas em vitamina C, podem ser consumidas das formas mais variadas (sucos, molhos, geléias e como ingredientes para diversos pratos e bebidas). Mas a forma mais apropriada para se beneficiar de todo o seu valor nutritivo é ao natural, ingerindo-se as fibras. Como poderosos antioxidantes, são indicadas na prevenção do câncer e outras doenças degenerativas, assim como para evitar doenças cardiovasculares, pois reduzem a viscosidade sanguinea. As indicações atingem quase todas as áreas da saúde, onde a vitamina C tenha efeito positivo. O limão apresenta algumas indicações assessórias, pelo forte efeito bactericida e antisépctico, sendo eficiente auxiliar no tratamento de gripes, resfriados, amigdalites e problemas da boca. Sua associação com o mel pode potencializar os efeitos.

Soja – A soja e seus derivados, ricos em isoflavona, são conhecidos como proteção contra o câncer de mama, onde é conhecida sua atuação no controle do estrogênio, e o de próstata. A principal indicação, entretanto, diz respeito à redução dos sintomas desagradáveis da menopausa, além da prevenção de doenças cardíacas e do controle do colesterol. Pelo alto teor de proteínas, a soja pode substituir com vantagem o leite e a carne de origem animal, sendo processada das mais variadas formas para consumo alimentar (óleo, leite, farinha, lecitina e proteína concentrada). Por seu valor nutritivo, é indicada em casos de desnutrição.

Muitos outros alimentos, como as raízes, o tomate e as frutas, principalmente as vermelhas, são ricos em componentes benéficos à uma boa nutrição, prevenindo ou ajudando a controlar doenças. Voltaremos ao assunto numa próxima postagem. O importante é ter em mente a questão do equilíbrio, variando tanto quanto possível as cores e sabores. Por melhor e mais rico que seja um alimento, nunca deve ser consumido com exclusividade. Quanto mais colorido o prato, mais nutritivo e mais apetitoso.

Célia Borges