11 de janeiro de 2009

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Mudanças climáticas são um desafio para jardineiros e paisagistas




As mudanças climáticas que enfrentamos, a cada ano de forma mais acentuada, têm efeitos ainda não devidamente avaliados, sobre todas as formas de vida. Mas as plantas, como organismos dos mais sensíveis ao ambiente, podem ser as primeiras a reagir de formas inesperadas como resultado dessa influência, seja pelas mudanças em seus ciclos, seja pelo comprometimento da sua sobrevivência de, desde um exemplar, até uma espécie inteira.
As florações fora de época, antecipadas ou atrasadas, a incidência de certas pragas e o aparecimento de espécies invasoras que põem em risco aquilo que se cultiva, são alguns dos sintomas dessas mudanças climáticas, e que já estamos experimentando desde há alguns anos. Mais recentemente, longos períodos de estiagem, seguidos de longos períodos de chuvas torrenciais, como temos observado nas regiões sul e sudeste, também vêm afetando o comportamento das plantas, especialmente as espécies mais sensíveis, e com grandes exigências de adaptabilidade.
Se as grandes culturas contam com o trabalho de engenheiros agrônomos e outros profissionais, e dispõem de amplos recursos técnicos para enfrentar esse tipo de problema, os jardineiros e paisagistas amadores ficam, por assim dizer, entregues à própria sorte, diante de problemas novos e inesperados, com os quais não estão habituados a lidar.
Algumas mudanças são sutis e demoradas, como aquelas resultantes do aquecimento global, com o aumento da temperatura e o degelo das calotas polares. Outras podem ser percebidas, e afetam as nossas plantas de forma mais imediata, como é o caso do excesso de chuvas, que encharca o solo a ponto de, literalmente, afogar certas espécies que não suportem umidade tão intensa. Tão nociva quanto o excesso de água, pode ser a estiagem prolongada, que promove o ressecamento das raízes das mesmas árvores que a chuva torrencial e a ventania vão arrancar na próxima estação.
Afinal, tudo está interligado, e é preciso estarmos atentos à saúde das nossas plantas, tanto nas estações secas quanto nas chuvosas, provendo-as daquilo que falta, sendo regas mais constantes ou sistemas de drenagem... e valendo também algumas medidas compensatórias, como coberturas provisórias, mistura de areia e outros elementos que tornam a terra mais leve e drenável, e até a mudança das plantas de lugar, quando estão em vasos.
A grande complicação de toda essa situação é que ainda não existem soluções prontas. Tudo é novo, e a ciência não consegue evoluir com a mesma rapidez da ocorrência desses novos fenômenos, senão emitindo previsões que nem sempre correspondem ou se concretizam. Por isso é que, jardineiros e paisagistas, literalmente abandonados à própria sorte do ponto de vista climático, têm que fazer nos nossos dias, da sua sensibilidade e observação a rota do seu trabalho.
Alguns conceitos, entretanto, podem ser sempre levados em consideração, tanto para amadores quanto para profissionais: 1) Quanto maior a cobertura vegetal de uma área, menores as chances de enchente, já que a absorção da água da chuva pelo solo é tão melhor quanto mais vegetais houver na área, sendo que as grandes árvores são ainda o melhor “filtro” de chuva para qualquer local, mas pelo menos um gramado já cumpre bem essa finalidade; 2) Sistemas de drenagem e irrigação são cada vez mais indispensáveis, se o objetivo é evitar que a seca ou o alagamento venham a comprometer sua paisagem. Existem sistemas desde os mais simples aos mais sofisticados, e investir neles pode ser uma boa garantia contra dores de cabeça no futuro; 3) Mesmo que isso signifique uma reforma no seu jardim, é importante prover as espécies de sua preferência dentro das novas exigências climáticas, respeitando as necessidades de mais ou menos umidade, de mais ou menos luz e calor, e estando atentos à forma como elas reagem à essas novas circunstâncias.
Não poder contar com a ajuda de manuais para resolver nossos problemas com as plantas, tem suas desvantagens e vantagens. As primeiras são óbvias. As segundas, são aquelas que nos desafiam a observar, avaliar, julgar e agir por nós mesmos. Vai dar um pouco mais de trabalho, mas os resultados podem ser muito interessantes.
Célia Borges

IMAGENS DE ITATIAIA – O novo prefeito vai ter muito trabalho para “por a casa em ordem”

Ano Novo, Prefeito Novo!!! É boa a hora para a população do município renovar suas esperanças de que alguma coisa vai mudar. E as expectativas são animadoras. A cerimônia de abertura do ano administrativo, no dia 5 de janeiro, na sede da Prefeitura Municipal, foi uma boa oportunidade de demonstrar que se inaugura uma nova fase. Até, pelo simples fato de haver uma cerimônia.
A marca da nova administração pode ser sentida nos mínimos detalhes, até pelo fato da programação ter sido cumprida pontualmente. De ter obedecido fielmente as regras do cerimonial. E de reunir, e apresentar ao público presente, a equipe de governo. Além de proporcionar momentos de grande civismo e emoção. Afinal, temos uma autoridade atenta à “liturgia” do cargo, demonstrando respeito por seu próprio papel, como também pelos funcionários e pela população.
Melhor que isso é saber que temos um prefeito que chega ao trabalho ao mesmo tempo, ou até antes, do que maioria dos funcionários. A primeira semana do prefeito Luis Carlos foi exemplar, não apenas pelo número de horas, mas também pelo intenso ritmo de trabalho. Se a equipe corresponder, se o funcionalismo se adaptar, e se a população colaborar, temos tudo para ter uma administração à altura das potencialidades do município.
Sim, porque é bom termos consciência de que, sozinho, o prefeito, por melhor que seja, não vai conseguir realizar muita coisa. O sucesso do atual governo municipal será tão grande, quanto melhores forem os desempenhos dos seus diversos setores, e tanto quanto puderem atuar harmonicamente, colaborando entre si, e jamais comprometendo o conjunto.
Mas à população também cabe fazer a sua parte. O cidadão deve ter consciência dos seus direitos, e lutar por eles, mas não pode deixar de ter consciência também dos seus deveres, e agir de acordo com eles em benefício da comunidade. E me ocorre destacar essa condição, como resultado daquilo que venho observando nas minhas caminhadas diárias pelas ruas do Penedo, de como muitos moradores se aproveitam da desorganização do poder público para usar ruas e praças como lixeiras.
Nas postagens anteriores sobre o assunto, critiquei o desmazelo e a sujeira nessas mesmas ruas e praças. Apesar de me contestar, pude observar que a administração anterior até andou recolhendo uma parte desse lixo. Mas, para minha surpresa, em poucos dias, os mesmos locais estavam novamente atulhados do chamado “lixo verde”, revelando que existe o hábito de transgredir, talvez até mesmo por falta de uma opção legítima para descarregar esses resíduos.
Enfim, é um problema. E exige solução. E essa solução pode ser negociada, entre o poder público e o cidadão. Em primeiro lugar, a prefeitura precisa fiscalizar e multar quem usa as ruas como lixeira. E principalmente quem descarrega entulho de obras, o que é bem mais fácil, porque geralmente a obra está próxima. Existem serviços apropriados para o recolhimento do entulho, inclusive com o aluguel da caçamba. É inadmissível que o cidadão se faça de desentendido e comprometa toda a vizinhança.
A questão do lixo verde, entretanto, é um pouco mais complicada, pois esse lixo é produzido por quase a totalidade das residências e hotéis, num tal volume que frequentemente se torna impossível absorve-lo. Seria o caso de, através das associações de moradores, se propor locais pré-determinados para que ele possa depositado e depois recolhido, ou uma rotina de recolhimento do lixo verde, que possa atender às necessidades da comunidade. Estudar formas de reciclar esse lixo também seria uma boa notícia...
Já foi bastante animador encontrar, nessa primeira semana útil do ano, funcionários da prefeitura capinando e aparando grama em largos e calçadas do Penedo. Agora é preciso por a cabeça pra funcionar, e mãos à obra, no sentido de que nós, cidadãos, precisamos e podemos fazer a nossa parte, ainda que seja dar opiniões e sugestões para que a administração pública possa fazer melhor a parte dela.
O prefeito Luis Carlos vai ter muito trabalho para “por a casa em ordem”, nesses primeiros meses, e por tudo o que mostrou nesses primeiros dias, merece nosso crédito de confiança. Se seu exemplo for seguido pelos secretários municipais, e funcionários de todos os níveis, em breve poderemos ver a diferença que faz uma administração presente, ao contrário de tantas outras administrações ausentes que passaram pelo município. Ao cidadão, resta fazer a sua parte e torcer...
Célia Borges