29 de julho de 2010

ROBERTO MAGALHÃES NO MAM/RESENDE




Um artista cuja obra é sinônimo da liberdade de criar. Essa é a definição mais freqüente, entre críticos e admiradores, para o trabalho de Roberto Magalhães, que expõe seus desenhos, à partir dessa sexta-feira, dia 30 de julho, no Museu de Arte Moderna de Resende. A mostra, que faz parte das comemorações dos 60 anos do MAM/Resende, será aberta às 19 horas, e na oportunidade haverá também o lançamento do livro “Eu Estou Sempre com Você”, da escritora Elizabeth Cabral, esposa do artista, e sessão de autógrafos do próprio Roberto Magalhães para o livro que leva seu nome, lançado no ano passado, e onde está publicada uma síntese da sua obra.
Laureado na IV Bienal de Paris, em 1966, Roberto Magalhães, que nasceu em 1940, e se revelou um artista precoce, teve sua primeira exposição individual aos 22 anos, na Galeria Macunaíma, do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1965, participou da revolucionária exposição Opinião 65, no MAM/RJ, ao lado de três outros ícones da arte brasileira, Antonio Dias, Rubens Gerchman e Carlos Vergara, num movimento de vanguarda que transformou a ordem estética então vigente.
Além da Bienal, em 66 Roberto Magalhães foi premiado também no XVI Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, por uma série de xilogravuras. Após morar dois anos em Paris, na volta ao Brasil atravessa período de busca espiritual, que se revela numa série de desenhos de inspiração esotérica. Nas décadas seguintes, seguiu criando com liberdade e além dos limites das técnicas, projetando seus temas fantásticos e visionários, através do traço original e único.
Em 50 anos de atividade profissional, Roberto Magalhães realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, e suas obras encontram-se no acervo de museus e coleções particulares. Uma seleção desses trabalhos compõe o livro ROBERTO MAGALHÃES, da editora Portfolio Brasil, estará à venda, e poderá ser adquirido com autógrafo, na abertura da exposição ROBERTO MAGALHÃES EM RESENDE.
A exposição de Roberto Magalhães chega ao MAM/Resende como um presente especial, no ano em que nosso Museu comemora seus 60 anos. A presença desse artista, de renome internacional, é incentivo e ponto de partida para novas metas. Com essa exposição, o MAM/Resende procura difundir as tendências e questões da arte contemporânea, buscando ampliar e diversificar seu público, e valorizando a cultura no município e na região.
Célia Borges

15 de julho de 2010

ITATIAIA – Os 100 anos do “seu” José Narciso da Silva




Neste domingo, dia 18 de julho, uma grande família de Itatiaia vai estar em festa: filhos, netos, bisnetos e trinetos, somando quase 150 pessoas, vão festejar os 100 anos de José Narciso da Silva, pessoa muito popular e querida no município.
Mas a comemoração do centenário do “seu” Zé da Silva, como é mais conhecido, começa nessa sexta-feira, dia 16, com um café da manhã promovido pelo Clube da Terceira Idade, organizado pela Secretaria Municipal da Ação Social, e com o apoio de diversas pessoas, empresas e entidades do município.
A homenagem se justifica, não só porque “seu” Zé da Silva é o cidadão mais idoso de Itatiaia, inclusive segundo os registros oficiais, mas pela quantidade de amigos e admiradores que ele cultiva, e pelo exemplo de disposição e vitalidade que ele continua dando, todos os dias. No domingo, em casa, ele vai comemorar a data cercado da família e dos amigos mais chegados. Em casa e na rua em frente, porque a casa é pequena pra tanta gente.
Nascido em Santana dos Tocos – distrito de Resende inundado para a construção da Represa de Funil - filho de índios, “seu” Zé da Silva vive em Itatiaia desde meados da década de 1930, tendo passado a maior parte de sua vida trabalhando para o Parque Nacional do Itatiaia.
Saudável, alegre e bem disposto, ele não aparenta nem de longe os seus bem vividos 100 anos. É difícil encontrá-lo em casa, pois seu maior prazer é dar longas caminhadas, percorrendo as ruas dos bairros próximos à Vila Pinheiro, onde mora, sempre pronto para “um dedo de prosa” com algum dos seus muitos amigos.
Conhecedor como poucos dos segredos das plantas – que aprendeu andando pela mata com o pai, ainda na infância - atende aos pedidos de uma grande clientela dos remédios que prepara com elas, e que, segundo ele, já ensinou a muito “doutor” do Parque Nacional.
Antes de se radicar em Itatiaia, ele passou alguns anos da adolescência no Rio de Janeiro, adotado informalmente por um oficial de Marinha amigo de seu pai e morando na Ilha do Governador. Por influência dessa família, engajou-se naquela força, tendo passado alguns anos embarcado, quando teve oportunidade de conhecer diversos países. Após dar baixa, procurou trabalho no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde ficou alguns anos, até ser enviado para Itatiaia, para trabalhar na Reserva Biológica então existente.
“Seu” José Narciso conta com orgulho, que comandou a abertura de trilhas e picadas mata adentro, quando o Parque Nacional do Itatiaia ainda nem existia. E que teve o privilégio de conhecer o presidente Getúlio Vargas pessoalmente. Para ele, “um homem muito bom”, pelo que fez pelos direitos do trabalhador. Direitos que só beneficiaram “seu” José Narciso parcialmente, porque depois de mais de 50 anos de serviços, só depois de muita luta para comprová-los – devido à falta de registros e à informalidade do serviço público federal nas unidades de preservação - é que ganhou uma aposentadoria de cerca de dois salários mínimos por mês. Sem casa própria, ele mora com uma de suas filhas.
Entre as histórias que gosta de contar, uma das prediletas é a do seu casamento com Lourdes Benedita da Silva, que como ele era de Santana dos Tocos, e com quem ele casou sem ter sequer o tempo de namorar. Conheceu ela num baile – ele não sabia dançar e ela era a única sem par – e depois de uns rodopios, fez brincadeira com um parente da moça, dizendo que lhe pagava um litro de cachaça se fosse ao pai dela pedir à mão em casamento. Ao contrário do que esperava, o pedido foi feito e o pai da moça aceitou. E ele, “palavra de homem”, não podia voltar atrás. Casou com ela e nunca se arrependeu. Viveram juntos por 49 anos, dez meses e dezesseis dias, sendo que pouco antes de completar as bodas de ouro, ela morreu dançando em seus braços.
Nos seus 100 anos, depois de dois casamentos e 28 filhos – dos quais dezesseis próprios e doze adotados, e entre todos, quatro já falecidos – “seu” José Narciso é um verdadeiro de ídolo dessa grande família, que já conta com 123 pessoas entre netos e bisnetos, e seis trinetos, sendo que o mais novo tem pouco mais de quatro meses. Sobre suas incansáveis caminhadas, diz que não gosta de parar, “para não enferrujar”. Quando se pergunta o segredo da sua longevidade, ele diz que teve a sorte de poder viver na mata, que ele tanto ama. E quem foram seus amigos nesses anos? E ele diz: “todo mundo. Sou amigo de todos”.
Célia Borges

6 de julho de 2010

SANTA CASA DE RESENDE EM BUSCA DE PADRINHOS




A Santa Casa de Misericórdia de Resende precisa de apoio, e com essa finalidade, no próximo dia 12 de julho, às 19 horas, no auditório Maria Joaquina Esteves, da Associação Educacional Dom Bosco, acontecerá a apresentação do projeto Padrinhos da Santa Casa, criado com o apoio da AEDB, para captação dos recursos necessários à reforma de parte de suas instalações. A finalidade do projeto é melhorar as condições físicas do hospital, tendo em vista aumentar sua arrecadação, para diminuir o déficit financeiro, que hoje gira em torno de R$ 4 milhões.
O projeto é uma iniciativa da provedoria da Santa Casa apoiada pela diretoria da AEDB, tendo como organizadoras a vice-provedora Carmem Lúcia de Souza Pereira e a coordenadora do curso de Economia da AEDB, professora Renata Monteiro Porto. Na primeira etapa do projeto, o objetivo é arrecadar recursos financeiros para reformar dez quartos diferenciados – aqueles com melhor infra-estrutura, que podem gerar receita para a Santa Casa, através de internação particular ou por plano de saúde, daqueles pacientes que podem pagar
- “A meta é aumentar a receita da Santa Casa, com a prestação de serviços diferenciados a um público que possui condições de pagamento e que utiliza uma parte das instalações do hospital, as quais se encontram, atualmente, em condições precárias de funcionamento” – explica a economista e professora Renata Porto.
Segundo nota da Assessoria de Imprensa da AEDB, a proposta do projeto “Padrinhos da Santa Casa” é que um membro da sociedade, pessoa física ou jurídica, adote um dos quartos diferenciados, assumindo os custos de sua reforma. “O padrinho terá seu nome inscrito numa placa a ser afixada no quarto que ele apadrinhar financeiramente”, acrescenta a professora Renata.
Na apresentação do projeto, dia 12 de julho, na AEDB, os convidados presentes tomarão conhecimento das condições dos quartos a serem reformados e conhecerão, também, o orçamento da reforma. O que se pretende é sensibilizar a comunidade quanto aos problemas sociais e financeiros da Santa Casa de Resende e mobilizá-la para colaborar na busca de soluções. “Esse tipo de iniciativa através da interação entre a instituição e a sociedade salvou outras Santas Casas de vários municípios”, conclui Renata Porto, uma das organizadoras do projeto, representando a AEDB.

Célia Borges