25 de abril de 2010

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Clima seco exige cuidados especiais com plantas de vasos e canteiros


As mudanças climáticas que temos observado, com fases de chuvas excessivas alternadas com períodos de seca, exigem de nós atenções especiais com as plantas de vasos e canteiros, onde a umidade precisa ser controlada para lhes garantir a sobrevivência. Nas últimas semanas enfrentamos períodos de pouca umidade do ar – quando o normal é 60%, temos tido nas grandes cidades, como Rio e São Paulo, índices menos do que 30% - que afeta nossa saúde e também as necessidades dos vegetais.
Nessa época do ano, meados do outono, já é normal reduzir-se a freqüência das regas, pois que o clima geralmente mais frio reduz a evaporação. Mas, se a temperatura permanece alta como agora, e a unidade relativa do ar em índices tão baixos, é preciso que adaptemos nossos conceitos, para oferecer às plantas aquilo que elas precisam: água, muita água, e na medida do que for necessário, e que só pode ser medido pela observação.
As regas de outono costumam ser satisfatórias numa freqüência de duas à três vezes por semana, mas nas atuais circunstâncias, essa quantidade deve ser aumentada para dia sim dia não, dependendo da planta e do tamanho da vaso. Recipientes menos – vasos, jardineiras ou canteiros – tendem a perder a umidade mais rapidamente, daí a necessidade de maior freqüência nas regas durante os períodos de clima seco. As chuvas, mesmo que não caiam diretamente sobre as plantas, umidecem o ar, reduzindo a necessidade das regas.
As plantas mais exigentes com a água são aquelas que precisam mais atenção nessas circunstâncias, devendo-se sempre estar atento às condições de umidade nos vasos. Como manter os pratinhos cheios de água pode atrair insetos e promover a multiplicação de mosquitos como o da dengue, o ideal é colocar pedriscos nos espaços vazios, e só então encher de água, o que ajuda a manter a umidade de forma saudável.
Outro recurso para manter a umidade é cobrir os espaços vazios de vasos e canteiros com alguns tipos de cobertura, como casca de pinus, palha de arroz ou milho, argila expandida ou outros materiais, como pedriscos coloridos, inclusive alguns muito decorativos. Cobrindo-se os espaços de terra dessa maneira, também contribuímos para manter a umidade por mais tempo.
Vivemos num tempo em que os ciclos climáticos estão em transformação, então é recomendável que consultemos os manuais de paisagismo e jardinagem, mas dando desconto sobre as situações que podemos observar, diariamente em nossos próprios jardins e quintais. As orientações que eles trazem podem ser válidas, mas nada vai substituir a sensibilidade de cada um, ao cuidar de suas plantas.
Célia Borges

PAISGISMO E JARDINAGEM – Flor de maio, a estrela do outono


Entre as florações de outono, uma das que merece mais destaque entre nós é a Flor de Maio. Essa cactácea típica da Mata Atlântica da região sudeste do Brasil, é uma das poucas floradas de outono nativa do nosso país. E há poucas que se comparem a ela em exuberância, abundância e colorido.
A principal característica dessa magnífica espécie, Schlumbergera truncata, são justamente as suas exóticas flores, que podem atingir até 10 cm, numa variedade de cores que vai do branco ao vermelho intenso, passando por uma infinidade de tons amarelados, róseos, e algumas com encantadoras misturas dessas cores.
Planta de sombra ou meia sombra, a Flor de Maio pode ser cultivada em vasos, jardineiras suspensas, em placas de xaxim ou fibra de coco, ou ainda, por ser uma epífita como as orquídeas, em troncos de árvores e arbustos. Suas folhas, que são uma sequencia de artículos suculentos, achatados, pendentes e sem espinhos, podem atingir até 60 cm. As flores nascem nas extremidades de cada folha, voltadas para cima, como um chuveiro de pétalas coloridas.
O efeito de uma Flor de Maio florida é de rara beleza. A florada começa no início de maio, o que lhe deu o nome popular, mas pode se estender até o final de julho, e agora, com as mudanças climáticas, mantendo-se ocasionalmente até meados de agosto. Para manter-se saudável durante todo o ano, a planta precisa de terra rica em matéria orgânica, mas permeável (20% de areia de rio ou material semelhante na mistura de terra) e exigindo umidade constante, mas jamais excessiva, para não apodrecer as raízes.
A Flor de Maio também tem um atrativo adicional, que é a de ser muito procurada pelos beija-flores. Outra característica dessa planta é a facilidade de reprodução, bastando, depois da florada, que sejam retiradas de cada galho, os três artículos finais, espetando-se a extremidade interna na terra. Em algumas semanas dá-se o enraizamento, podendo ser a mudinha transplantada para outro local. Com tratamento adequado, a planta pode estar pronta para florir na próxima estação. Mesmo nos intervalos entre as florações, a Flor de Maio oferece uma folhagem interessante, adequada à decoração dos mais variados ambientes.
Célia Borges