30 de junho de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Frutíferas também podem ser cultivadas em pequenos espaços


As árvores frutíferas costumam nos trazer à memória amplos pomares, cheios de espécies variadas. E a maioria das casas de antigamente não deixava de ter, pelo menos, sua amoreira, sua goiabeira, jabuticabeiras ou mangueiras, cujas lembranças nos remetem aos tempos de infância. Mas a vida moderna restringiu os espaços das habitações, e atualmente as frutíferas vão rareando nos ambientes urbanos. O que é uma pena, porque a falta delas também leva embora os cantos dos pássaros e a presença de insetos, tão indispensáveis para a auto-regulação do meio ambiente.

Mas o fato de dispor de um espaço pequeno não significa que não se possa ter uma frutífera. Uma ou mais... Até mesmo um pequeno canteiro pode abrigar, pelo menos uma árvore frutífera. Tudo é possível, desde que se trabalhe com bom senso. É preciso observar, em primeiro lugar, o porte da planta, escolhendo arbustos e árvores de acordo com o espaço em potencial que ela precisará ao se desenvolver. É essencial também se informar sobre as possibilidades de crescimento das raízes, para que elas não se transformem num problema, destruindo paredes, pisos ou muros.

Há entretanto grande quantidade de frutíferas, de tamanhos e potencialidades de crescimentos de raízes os mais variados, criando infinitas possibilidades de cultivo em pequenos espaços. À partir de 2m2, e tomando essa dimensão por base, é possível plantar, por exemplo, cítricos de pequeno porte, como limoeiros e laranjeiras anãs. Os mamoeiros também são uma interessante opção, não apenas pela facilidade de reprodução e cultivo, mas também pelo fato de poder compor o recanto com outras espécies, já que exige pouco espaço para a raiz e vai se desenvolver com a folhagem acima da espécie companheira. Os coqueiros, dependendo do clima, também podem ser cultivados com o mesmo propósito paisagístico.

Outras espécies interessantes para espaços reduzidos são as “trepadeiras”, como os vários tipos de maracujás, kiwis e parreiras, plantados à 1m de muros e calçadas, e que podem compor interessantes ambientes, de acordo com o formato de tutores e treliças por onde forem orientados. Elas podem preencher paredes, criar arcos decorativos ou despencar sobre muros, criando efeitos encantadores e atraindo a fauna. Em jardineiras, bacias de cerâmica ou canteiros altos,é possível também cultivar abacaxis com sucesso, em locais de climas quentes, e morangos, nas áreas mais frias.

As frutíferas de médio porte, como os demais cítricos, caquizeiros, goiabeiras, jabutibeiras, pitangueiras, macieiras, acerolas, romanzeiras e outras, vão exigir um espaço maior, à partir, pelo menos de 4m2, plantados com distância de pelo menos 1,5 m de paredes, calçadas e muros. Nesses casos, as podas de formação podem ser mais freqüentes do que o geralmente indicado, a cada três meses, evitando que os galhos tomem dimensões maiores do que as desejadas, criando excessivo sombreamento, que é prejudicial inclusive para a própria planta.

As árvores de porte maior, como as mangueiras, abacateiros, caramboleiras e amoreiras vão exigir espaço maior, mas podem ser também as “donas” de um delicioso quintal de uma árvore só, desde que se disponha de pelo menos uns dez metros quadrados de área livre para elas. Outras espécies intermediárias podem ser adaptadas, desde que para espaços um pouco menos, de seis ou oito metros quadrados, e que a freqüência das podas impeça um crescimento excessivo.

O espaço oferecido às raízes deve ser respeitado proporcionalmente, com relação ao tamanho da árvore ou arbusto (parte superior ou externa). Raízes muito pequenas para vegetais que crescem demais podem faze-los tombar durante uma ventania. Em muitos casos, espaço restrito para o crescimento das raízes podem limitar proporcionalmente o crescimento da planta, o que no caso é até desejável. Além das podas, é indicada também uma adubação mais freqüente, pelo menos a cada seis meses, já que o espaço pequeno também reduz a possibilidade de nutrientes. No caso de poucas espécies, o controle de pragas pode ser feito através de inseticidas de jardim.

Atualmente, muitas lojas especializadas em mudas, especialmente as de grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo, já oferecem mudas de frutíferas tratadas para adaptação em pequenos espaços, e inclusive em vasos. O jardineiro mais ousado também poderá tentar fazer uma adaptação de frutífera em vaso por sua própria conta, com possibilidades de sucesso. O importante é escolher mudas de boa procedência (as mudas baratinhas, vendidas em caminhões, nem sempre são garantia de planta sadia) e plantar com os cuidados necessários.

As frutíferas vão sempre preferir sol o mais intenso possível, e irrigação de média para intensa. Algumas espécies, como a jabuticabeira, exigem bastante água para florir e frutificar. Mas com algum cuidado e dedicação, o seu cultivo de frutífera em pequeno espaço pode ser muito bem sucedido, rendendo boas histórias sobre o uso de frutos tão especialmente conseguidos. E sobre os pássaros, borboletas...

Célia Borges

2 comentários:

Priscilla Paggiaro disse...

Oi Célia, tudo bom? Fiz um comentário lá no meu blog a partir deste post, muito interessante estes conselhos amiga, adorei!

Unknown disse...

Gostaria de saber se Alamanda pode ser plantada colado ao muro?