20 de janeiro de 2009

PAISAGISMO E JARDINAGEM – Flores para interiores




O cultivo de plantas em interiores é sempre um desafio, cujas dificuldades crescem na medida em que os espaços são menores e menos providos de luminosidade. Mais difícil ainda quando se dá predileção às flores, já que na maioria das espécies o colorido depende muito da quantidade de luz. Mas, como na natureza nada é impossível, e experiências anteriores mostram resultados animadores, encarar esse desafio pode ser um grande prazer e diversão, para quem quer trazer um pouco de natureza para dentro da sua casa, por menor que ela seja.
Algumas espécies, de tão satisfatoriamente adaptadas, já se transformaram em “cartas marcadas” na decoração de interiores, como o Lírio da Paz (Spathiphyllum cannaefolium), também conhecido popularmente como “antúrio branco”, que apresenta também a variedade gigante (Spathiphyllum wallisii). Alem da exuberante folhagem e das flores brancas e lindas, ele sobrevive bem em locais sombreados, mas precisam, como a maioria dos demais vegetais, de alguma luz, sob o risco de murcharem e melarem definitivamente. Além disso, são típicos do clima tropical e sub-tropical, e sobrevivem à quase tudo, menos ao frio intenso.
Em seguida, entre as mais populares floridas para interior, estão as Violetas Africanas (Saintpaulia ionantha), grande grupo que reúne uma infinidade de hibridas, com variedades de tamanhos, formatos e cores, tanto das folhas, quase sempre aveludadas, quando das flores, que vão do branco ao violeta mais intenso, passando por rosados e vermelhos. Extremamente adaptável, e dotadas de um sistema de reprodução fácil, pelo enraizamento das folhas, elas são um recurso decorativo dos mais acessíveis, apresentando apenas alguns caprichos, como as anteriores, de exigir o máximo de luminosidade indireta, e de não suportar muito frio.
Outra família com grande variedade de formatos e tamanhos de folhas e flores, e com boas possibilidades de adaptação aos ambientes internos, são as Begônias (nome científico e popular), já que a maioria delas prefere a meia-sombra. As espécies originais, muitas nativas do Brasil, outras de outros pontos da América do Sul, apesar de muito resistentes, também não toleram frio. Entretanto, há grande variedade de hibridos produzidos nos EUA e na Europa (especialmente na Holanda) com maiores possibilidades de sobrevivencia em temperaturas mais baixas. É importante observar o tipo a ser cultivado, porque também há begônias que exigem clima tropical e sol pleno.
Antúrios (anthurium andraenunm) também oferecem boas possibilidades, pois além de serem apropriados para meia sombra, existem em dezenas de variedades, obtidas por melhoramentos genéticos, oferecendo folhagens e florações abundantes e exuberantes, dos mais variados tamanhos e cores. Como os Lírios da Paz, podem ser cultivadas em canteiros (maciços) ou em vasos, exigindo sempre um grupo de mudas. É preciso observar se a espécie escolhida é apropriada ao ambiente, já que alguns chegam a crescer mais de um metro de altura. Típicos de clima tropical ou sub, não toleram frio.
Outras plantas floridas apropriadas para ambientes internos são as Gloxínias (Gloxínia sylvatica e outras): as Prímulas, originárias da China, com várias cores e tamanhos: as Petúnias (essas melhores para vasos e jardineiras suspensas, com o máximo de insolação possível); as Campainhas (Sinningea speciosa); os Amores Perfeitos (da família das violetas, violas variadas); e as Quaresmeiras rasteiras (Schizocentrum elegans), mais apropriada para vasos em que possa ficar pendente.
A maioria dessas espécies floridas, apesar de não suportar frio intenso, podem ser cultivadas em locais mais frios, desde que protegidas das temperaturas excessivamente baixas, seja por se manterem janelas fechadas, seja por se adotar algum tipo de aquecimento interno, que as proteja das condições adversas. Como a maioria das minhas referências diz respeito aos climas brasileiros, do sudeste, quem reside em muito frios deve fazer suas próprias pesquisas, em floriculturas e vizinhanças, estudando assim as espécies mais adequadas à sua situação.
Célia Borges

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