18 de abril de 2008

ARTE, ARTISTAS E EXPOSIÇÕES V - Eila: tapeceira finlandesa com inspiração tropical


As tapeçarias de Eila são uma importante referência artística de Penedo. Mesmo sem contar atualmente com o grande público que já teve nas décadas de 60 e 70, e que levaram seus trabalhos a um grande número de prédios públicos, empresas e residências, galerias de arte e museus, ela mantém, com mais de 90 anos, uma legião de admiradores. A exuberância de seus desenhos e a intensidade de suas cores fazem dela quase uma unanimidade: é difícil visitar sua galeria e sair de lá sem se apaixonar por algum dos trabalhos expostos.

Nascida em Tampere, na Finlândia, Eila Ampula veio para o Brasil em 1916, com 13 anos, no grupo pioneiro de Toivo Uuskallio, que fundou a colônia do Penedo. As visões do novo país, cujo intenso colorido contrastava tanto com os tons cinzentos da paisagem escandinava, causaram forte impressão na adolescente, que não sabia, entretanto, como manifesta-la.

O casamento e os anos difíceis que os colonos finlandeses tiveram que enfrentar nos anos 30 e 40 não deram a ela muitas oportunidades de expressar sua sensibilidade artística. Só por volta dos anos 50 é que Eila, evocando a alegria que encontrava nos desenhos da infância, começou a pintar à óleo, incentivada pelos amigos.

Em poucos anos seu trabalho ganhou prestígio, de forma que à partir de 1958 ela passou a dedicar-se integralmente à pintura, realizando algumas exposições individuais. Inquieta, e em busca de materiais diferentes, chegou a usar placas de concreto, sobre as quais aplicava relevos de cimento, concluindo com a aplicação de tinta. Mas sentia que ainda não tinha encontrado o caminho.

Foi nos anos 60 que, buscando novamente inspiração na infância, redescobriu o tear manual usado pelos finlandeses na confecção de agasalhos de inverno. Em 1964 encomendou seu primeiro tear e iniciou suas experiências. Estudando materiais e aperfeiçoando a técnica, a artista foi encontrando ao mesmo tempo uma afinidade cada vez maior com temas brasileiros, embora sua galeria revele trabalhos com motivos os mais variados. Mas são a selva, com seus bichos e plantas, os índios, os pescadores, caboclos e todos os tipos que se enquadrem numa perspectiva de colorido intenso, os preferidos da artista e do publico.

A originalidade e a beleza das tapeçarias de Eila tiveram reconhecimento quase imediato, e já em 65 ela fazia uma exposição dos primeiros trabalhos na Casa da Suíça, no Rio. No ano seguinte foram quatro exposições, duas coletivas – no Ibeu e no Salão de Artes Religiosas de Londrina, Paraná, onde recebeu menção especial – e duas individuais – na Usis, em Salvador, e na Igreja dos Marinheiros Escandinavos, no Rio.

Em 1967 o número de exposições sobre para cinco, sendo quatro individuais – na Embaixada Americana no Rio, na Universidade do Ceará, na Galeria Domus e outra em Vitória – e uma coletiva, no Museu de Arte Moderna de Salvador. Nessas andanças pelo país, ela foi recolhendo novas impressões sobre os tipos e paisagens brasileiras, e assim enriquecendo seu acervo de temas.

E quanto mais mergulhava na exploração dos motivos tropicais, maior o sucesso de suas tapeçarias, testemunhado pela quantidade delas que se encontram em prédios públicos e empresas, nas revistas de decoração e residências famosas, e até nos cenários das novelas de TV. As exposições também continuaram em alta, com mais três em 68, no MAM-Rio (em comemoração aos 50 anos de independência da Finlândia), na Galeria Montmartre Jorge, também no Rio, e na Wenner Gren Center, em Estocolmo, na Suécia, sua primeira internacional.

Em 69 fez apenas uma individual na Galeria Portal, em São Paulo, mas esse relativo descanso foi compensado por nada menos que seis exposições em 1970, das quais cinco individuais, em Resende, Rio (2), São Paulo e Ceará, e uma coletiva no pavilhão do Brasil da Expo-70, em Osaka, no Japão. De tão forte identificação com o Brasil são suas imagens, que em 71 foi convidada a participar da exposição itinerante Brasil Convida, sob o patrocínio do Itamaraty e da Varig por diversos países.

Nos vinte anos seguintes, até o início da década de 90, Eila manteve intensa atividade, com exposições pelo Brasil, principalmente no Rio, São Paulo, Brasília, Bahia, Ceará, Minas e Paraná. No exterior expôs mais três vezes, na Finlândia (em 76 e 82) e no Springsville Museum of Art, em Utah, EUA (1979). Na década de 80, como reflexo de sua inteligência inquieta, passou a idealizar suas novas obras através de um computador. Nos últimos dois anos, depois de completar 90, Eila vem reduzindo sua atividade, e as visitas à sua galeria devem ser agendadas através das agencias turísticas de Penedo.

Célia Borges

Um comentário:

Anônimo disse...

Vai tomar no cu! Caralho, porra, duas rolas no seu cu, arrombada! Puta. Meretriz. Toma no teu cu. Fede à bosta! Caralho, porra, buceta. Cu de criança! Cu de menina nova!