17 de maio de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM XIV – Faça do seu jardim uma obra de arte


O trabalho do paisagista é, mais do que ciência e técnica, o trabalho de um artista, como um pintor principalmente. A natureza é uma paleta com quantidade de cores infinita, as cores são as plantas e demais elementos, o espaço em que se trabalha é uma tela em três dimensões, e as mãos que executam o projeto são, por assim dizer, verdadeiros pincéis.

A sensibilidade, e a capacidade de visualizar e projetar sua imaginação, são as mesmas exigidas ao pintor e ao paisagista. A diferença fundamental é que, enquanto o pintor pode planejar sua obra e executa-la até ser um produto acabado, o paisagista trabalha sob uma perspectiva dinâmica, tendo que projetar sua obra considerando os aspectos que irá tomar nos próximos 2, 3, 5, 10, 20 anos, ou mais.

Essa observação é tão mais significativa na medida em que são maiores os espaços em que se trabalha. O profissional que projeta um parque público, com árvores frondosas, precisará considerar o efeito do crescimento das plantas para 30 anos, mas quem tem um pequeno jardim interno, ou apenas alguns canteiros na frente da casa, com possibilidades de substituições e adaptações mais freqüentes, pode trabalhar com prazos menores, entre dois e cinco anos.

Nesses ou em quaisquer outros casos – como jardins externos residenciais das mais variadas dimensões, prédios públicos e particulares, condomínios e shoppings – é importante que o planejamento leve em consideração o periodo de tempo para o qual foi destinado. Não considerar a perspectiva de crescimento das plantas pode fazer com que um belo projeto se transforme, em pouco tempo, num verdadeiro desastre.

Esse pode ser o principal, mas não o único cuidado ao planejar um jardim capaz de sobreviver ao tempo e manter suas características. A escolha das espécies adequadas, levando-se em conta as necessidades do clima, a quantidade de sol, umidade, resistência ao vento e qualidade do solo, também é indispensável. Se alguém ousar plantar cactus num canteiro de shopping sombreado e abafado, está condenado ao fracasso. Algo assim como querer cultivar bromélias no Pólo Norte.

O toque pessoal, representado pelo bom gosto e bom senso de cada um na escolha das plantas, no colorido folhas e das flores, além de outros aspectos que só a prática ensina, é que faz a diferença, expressando características mais ou menos artísticas a cada espaço. A oportunidade de projetar sua personalidade num jardim é sempre um desafio agradável, e que costuma trazer ao jardineiro, mesmo amador, momentos de alegria e prazer. Alguns conhecimentos, entretanto, podem ser aliados da sua criatividade, como é o caso do domínio no uso e escolha das cores. Onde aliás, o paisagista precisa se revelar um pintor.

O conhecimento e uso do disco cromático é um importante aliado para qualquer artista, o que não significa que você precise respeitar regras para a sua aplicação, mesmo porque não existem regras pré-estabelecidas quando se trata de criatividade. O disco é apenas um guia para facilitar a sua compreensão de como funciona a combinação de cores, como se utilizar melhor das possibilidades de contrastes, e até de como neutralizar aspectos que se precise esconder.

O aprendizado sobre o uso das cores não é assunto que se esgote num pequeno texto como esse, e aliás é alvo de estudos que estão longe de terminar, cada artista desenvolvendo-o à seu modo. Básico é observar na ilustração anexa o desdobramento das cores primárias e secundárias. São as misturas das primárias que geram as secundárias. No último disco estão as tonalidades que oferecem mais contrastes entre si, podendo ser observado também como as cores próximas se neutralizam umas às outras.

A forma como usar esse conhecimento depende do objetivo de cada um, de obter ambientes mais frios ou mais quentes, maiores ou menores contrastes, ampliar ou reduzir perspectivas. Ele pode ser útil desde uma simples maquiagem, até na escolha de roupas ou objetos de decoração, nas artes plásticas e..no paisagismo, onde aliás é imprescindível. Existem obras inteiras discorrendo sobre o assunto, mas nada substitui o seu gosto pessoal...

Célia Borges

3 comentários:

Priscilla Paggiaro disse...

Célia, bom dia! Conheci seu blog e não pararei mais de visitá-lo. Também sou jornalista e adoro a Natureza e consequentemente o Paisagismo. Fiquei feliz de econtrar uma profissional como você, com um perfil tão próximo ao meu. Parabéns pelo blog e quando puder visite o meu também!
http://ppguti.blogspot.com/
Beijos!

Luana Sampaio disse...

Célia, boa tarde,eu faço parte de uma ONG, e nos estamos planejando uma visita em junho a um abrigo de crianças aguardando adoção. E como o local e um sítio, estamos querendo fazer uma horta, para ajudar na alimentação das crianças também estamos querendo fazer alguma coisa, na entrada da instituição.
Se puder nos dar umas dicas de como conseguir doações de mudas de hortaliças e plantas. E também gostaria de saber qual tipo de planta é a mais indicada pro sol do Rio, pra plantarmos na entrada da instituição. Caso possa ajudar!

Meu email: luanadamaceno@gmail.com

Bjs!!!!!!

gustavoc couto disse...

estive em penedo na semana santa amei muitas pousadas eu trabalho na area de paisagismo e jardinagem se gostaria muito entra em contato sobre trabalho em resende e penedo

Grato Gustavo Couto

contatos:gustavocouto2006@hotmail.com