Cultivar um bonsai não é tarefa fácil, como já vimos nos textos anteriores. É trabalho e dedicação para, no mínimo, 15 anos... geralmente muito mais do que isso. Por outro lado os bonsais estão na moda, e assim é fácil encontrar árvores em miniatura em floriculturas, feiras, e até
O preço de um bonsai verdadeiro varia de acordo com o tipo de planta, o aspecto estético, a idade e a origem. Uma árvore brasileira adaptada, com 15 anos, pode custar entre R$ 400,00 e R$ 500,00, enquanto um pinheiro negro (japonês) com mais de 80 anos de idade, pode ultrapassar os R$ 30 mil. Entre um e outro, há uma enorme variedade de opções, sendo que o comprador deverá estar sempre atento quanto às condições exigidas pela sua planta, e se terá condições de atende-las. Comprar uma árvore que gosta de sol e condições externas, e coloca-la em ambiente fechado e sombreado, é caminho certo para o prejuízo.
É importante observar que, entre verdadeiros e falsos, existem também os pré-bonsais, miniaturas mais novas, na faixa entre 3 e 10 anos, vendidas em bandejas ou vasos de plásticos, em condições para o plantio definitivo. São adquiridas geralmente por quem já tem alguma prática, e que se dispõe à trabalhar o formato do seu bonsai desde a origem, e vão exigir do jardineiro um acompanhamento intensivo, tanto em termos de poda, quando da adubação e localização em situação ideal.
O bonsai verdadeiro pode ser reconhecido da seguinte forma: 1) verifique se a arvore está firme no vaso e se as raizes apresentam aparência saudável; 2) as folhas devem estar firmes, e não devem cair ao simples toque, além de não apresentarem vestígios de pragas; 3) vasos plásticos e bandejas indicam a condição de pré-bonsais, e as orientações de seu cultivo devem ser exigidas do vendedor; 4) o comerciante deve apresentar todas as informações sobre a planta (uma espécie de pedigree), indicando as características da espécie, procedência, tipo de adubo necessário e demais recomendações de manutenção, além de atendimento pós-venda.
Se o seu objetivo é comprar um bonsai autêntico, pense nele como quem compra uma jóia. Desconfie de preços muito baixos, observe as condições acima, e principalmente não acredite se lhe prometerem que sua planta poderá sobreviver na sombra, porque mesmo aqueles que não exigem sol pleno e abundante, necessitam pelo menos de intensa claridade. O bom senso e o bom gosto também são relevantes, e optar pelo espécime mais bonito e de aparência mais saudável é direito do colecionador.
O jardineiro que gosta de desafios, pode ser arriscar num pré-bonsai. Desde que não se esqueça da dedicação e atenção exigidas. Nesse caso, e no de quem quer um bonsai autêntico, e recomendável estudar um pouco o assunto, seja através de sites especializados da internet, ou de manuais que se encontram facilmente no mercado. Conhecer a história, os formatos e significados, e demais aspectos botânicos e culturais desse cultivo, é um estudo não apenas útil, mas muito interessante.
Há, finalmente, os jardineiros mais corajosos, e que dispõem de menores recursos financeiros (entre os quais, inclusive, eu me incluo), que podem decidir cultivar os chamados “falsos” bonsais. Apesar do adjetivo pejorativo, o fato de serem considerados falsos não significa que não tenham seu valor.
Eles são justamente aqueles que encontramos em qualquer floricultura, feira ou supermercado, e que podemos dividir entre imitações, e os falsos bonsais “assumidos”. As imitações são as mais perigosas, pois é difícil avaliar suas reais condições. Mas tanto elas, quanto os bonsais assumidamente falsos, podem ser cultivados, na base da tentativa, erros e acertos. Uma planta é sempre uma planta, e vale o investimento. É difícil avaliar essas situações, porque sem maiores informações sobre idade e procedência, cada caso é um caso. A receita, nesse caso, é atenção, amor e dedicação, e ver até onde sua plantinha pode chegar.
Alguns falsos bonsais, entretanto, podem dar ao jardineiro tanto prazer quanto um verdadeiro, sendo que alguns deles são inclusive mais bem adaptados para ambientes interiores. É o caso dos Fícus, principalmente das “figueirinhas trançadas”, tão fáceis de se encontrar. Bem menos exigentes, e muito mais resistentes, elas podem proporcionar a quem tem pouco tempo para cuidar, a oportunidade e alegria de ter uma miniatura. Meia sombra e regas duas vezes por semana, são tudo o que é necessário para manter essa plantinha vigorosa, além de podas de três em três meses, procurando dar a ela o formato que se propõe, e que podem ser bem variados.
Verdadeiros ou falsos, o cultivo dos bonsais é sempre motivo de alegrias e prazeres, como aliás, é o cultivo de cada planta que empreendemos. Jardineiros profissionais ou amadores, diletantes ou colecionadores, paisagistas ou simples apaixonados pelas plantas, cada uma delas que projetamos, plantamos e cultivamos, é a nossa forma de homenagear a natureza.
Célia Borges
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