14 de julho de 2008

ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE – Receitas naturais para combate às pragas, usando recursos vegetais


A ocorrência de pragas em qualquer tipo de planta, seja de jardins, hortas ou pomares, é geralmente indício de algum tipo de desequilíbrio, e portanto, antes de iniciar o combate aos sintomas, é recomendável pesquisar as causas. Devemos ter em mente que um vegetal manejado adequadamente, bem alimentado e suprido em todas as suas necessidades, dificilmente será afetado por pragas e doenças.

Varias circunstâncias podem contribuir para esse desequilíbrio, como falta ou excesso de umidade, adubações e podas insuficientes ou exageradas, o efeito de agrotóxicos aplicados indevidamente, estresses de todos os tipos (inclusive alguns decorrentes do tipo de enxertia), inadequação climática e muitos outros fatores. A observação cuidadosa, e uma atenta pesquisa sobre as necessidades de cada planta, pode dar a pista do que é que está sendo feito errado.

Corrigir a causa é importante, mas não menos é combater os efeitos, e a utilização de soluções naturais, que não agridam a natureza nem afetem o meio ambiente, são aquelas que devem ser privilegiadas. Além das muitas receitas baseadas em ingredientes orgânicos, como as que apresentei nas postagens anteriores, existem outras utilizando as próprias espécies vegetais como ingredientes de fórmulas inseticidas.

Em fase de pesquisa sobre o assunto, vou relacionar abaixo algumas que já consegui encontrar, limitando-me às espécies de uso comum e de fácil acesso na nossa região sul-fluminense, no Rio de Janeiro, e na região sudeste de um modo geral.

Urtiga – o macerado de urtiga é um tradicional recurso no combate aos pulgões, uma das pragas mais comuns em todo o tipo de planta. Os ingredientes são apenas 10 litros de água para cada cem gramas de urtiga, devidamente macerada e manejada com cuidado, pois é planta que causa irritações na pele. Primeiro a planta deve ser deixada em infusão por três dias, em um litro de água, e depois ter a mistura coada e diluída no restante da água, e assim pronta para ser pulverizada, o que pode ser repetido a cada quinze dias. O preparado resiste a armazenamento até três dias.

Angico – o chá de angico é um eficiente recurso no combate às lagartas, e pode ser conseguido da seguinte forma: 100 gramas de folhas de angico para cada litro d’água, sendo que o preparado deve ficar em repouso por dez dias, mexendo-o um pouco, diáriamente. Coar e guardar em garrafa tampada, sendo que no momento da utilização, deve ser diluída uma parte desse extrato para cada dez de água, e pulverizado sobre as plantas.

Pimenta – o extrato de pimenta é muito utilizado, e com sucesso, no combate à praga chamada “vaquinha”, uma espécie de besouro extremamente voraz na destruição de vários tipos de plantações. A receita indica o uso de meio quilo de pimenta para cada dois litros d’água, batidos no liquidificador, depois de coado, misturar a outros dois litros d’água onde tenham sido diluídas 50 gr de sabão de coco. Cada litro dessa mistura pode ser diluído em outros dois litros d’água, e nessa proporção, pulverizados sobre as plantações afetadas.

Cerveja – Caramujos, lesmas e tatuzinhos podem ser facilmente atraídos para latas de pouca espessura, contendo restos de cerveja misturada com um pouco de sal. Os insetos são atraídos, e dessa forma rapidamente exterminados.

Outros vegetais – muitos outros vegetais são úteis no combate às pragas, e na impossibilidade de dar detalhes sobre todos, vou relacionar os nomes e indicar os usos, prometendo mais detalhes em próximas postagens: Allamanda nobilis (inseticida); Alho (inseticida, repelente, bactericida, fungicida e namaticida); Anonas (inseticida, larvicida e repelente); Araucária (inseticida para animais); Arruda (inseticida); Cálamo ou Acorus calamus (inseticida); Camomila (fungicida e indutor de resistência a doenças); Coentro (inseticida); Cravo de defunto ou Tagetes minutas (inseticida, nematicida e repelente); Erva de rato ou palicourea marcgravii (raticida); Eucalipto (repelente); Escila vermelha ou unginea maritma (raticida); Fumo (inseticida, repelente, fungicida e acaricida); Hortelã (repelente); Jacatupé ou pachyrrhizus tuberosus (inseticida); Mamão (fungicida); Pimenta do reino (inseticida); Pimenta vermelha (inseticida, repelente, inibidor de vírus e inibidor de ingestão).

Esperando estar contribuindo para uma vida mais saudável e para um mundo melhor para todos nós, deixo aqui meu caloroso abraço.

Saudações botânicas,

Célia Borges

Um comentário:

Priscilla Paggiaro disse...

Oi Célia!!! Ótima receitas naturais para o combate destes indesejáveis visitantes dos jardins e árvores queridas! Vou colocar a indicação das dicas em meu blog, ok? Grande beijo!