20 de abril de 2008

PAISAGISMO E JARDINAGEM VIII – Plantas floridas para jardins internos: violetas africanas e outras


O uso de espécies floridas em jardins internos e na decoração de interiores, empresta ao ambiente um aspecto alegre e luminoso. E entre as preferidas para essa finalidade encontram-se as violetas africanas, devido à grande variedade das cores, tamanhos e formatos de suas flores, e também das folhas. Apesar do seu porte reduzido, é planta de grande efeito, e até mesmo um pequeno vaso florido no centro de uma mesa, pode fazer uma grande diferença no efeito visual do seu espaço.

Lindas, e razoavelmente resistentes, elas são contudo de uma espécie bastante caprichosa, tanto na hora do plantio quanto com as condições necessárias para seu pleno desenvolvimento e floração. Originárias da África, como o próprio nome diz, elas exigem intensa luminosidade, mas não se prestam para cultivo ao ar livre, porque não suportam a água da chuva em suas folhas, nem insolação direta.

O primeiro cuidado no cultivo das violetas africanas é a escolha dos vasos: os de argila ou de barro são os mais adequados, pois proporcionam a evaporação da água através da porosidade da cerâmica. Os vasos plásticos mantêm o solo úmido por mais tempo, o que pode provocar o apodrecimento da raiz e das folhas.

Para compensar essa tendência, é indicado usar nesse caso, uma mistura de solo que seja grossa e porosa, o que pode ser obtido acrescentando-se 1/3 de areia de rio (nunca salgada) para 1/3 de terra de jardim e 1/3 de terra vegetal ou adubada. Também é possível encontrar no comércio fórmulas já prontas, com turfa, vermiculita ou carvão vegetal na mistura.

É importante, na hora do plantio, prover o vaso de um eficiente sistema de drenagem, evitando que a água empoce. O vaso ou recipiente deve ter um furo no fundo, e sobre ele colocado um caco de cerâmica, completando-se o fundo do vaso com pedriscos ou mais alguns cacos de cerâmica. Outra recomendação é o uso de vasos pequenos e de apenas uma planta em cada vaso.

Depois do plantio, a escolha do local adequado é fundamental. As violetas africanas preferem um clima quente (temperatura entre 22 e 24 graus) mas não suportam nem o calor excessivo, nem frio demais (abaixo de 13 graus), o que recomenda que, no inverso, sejam transferidas se possível para um local mais quente. Boa ventilação e a maior luminosidade possível completam as condições para que seu cultivo seja um sucesso.

A questão da luminosidade é o grande desafio para manter as violetas africanas floridas, pois se por um lado não suportam a exposição ao sol direto, vão florir tanto quanto for maior a claridade a elas oferecida. A proximidade de janelas, as varandas fechadas com vidros, ou locais com telhas transparentes são boas soluções para abriga-las. Luminosidade insuficiente pode produzir uma boa folhagem, mas sem flores. Nesse caso, ir mudando sua planta de lugar até achar aquele em que ela se dá bem (mesmo que sejam alguns centímetros da cada vez) pode dar resultados. Eu, pessoalmente, já experimentei essa solução, com algum sucesso.

Mas, uma das vantagens das violetas africanas em jardins internos é que elas também se adaptam bem à luz artificial, de forma que isso pode compensar a insuficiência de luz natural. É bom observar que as plantas de cores mais escuras necessitam mais de luz que as verde-claro ou variegadas (folhas pintadas). Elas reagem bem tanto à lâmpadas florescentes, há uma distância de 20 cm, ou, para que emitem mais calor, distâncias maiores, entre 20 e 30 cm. Em geral necessitam de 10 a 12 horas de luz artificial (se essa for exclusiva ou predominante) mas em épocas mais quentes esse período pode ser reduzido para oito horas.

Outra peculiaridade dessa plantinha de flores delicadas - cujas cores vão do branco puro a vários tons de vermelho, passando pelos róseos, lilases e roxos, com bordas mais claras e mais escuras - é a extraordinária facilidade de reprodução: geralmente basta uma folhinha retirada de uma planta, e enfiada pela metade do caule em um vaso, para que se obtenha uma nova planta. Quando está saudável, ela também costuma produzir mudinhas ao lado daquela já plantada, e é aconselhável nessa situação promover a divisão por touceiras e replantar as várias partes, para que ela não fique sufocada pelo excesso de raízes e folhas.

Além das violetas africanas, existem outros gêneros da mesma família, das gesneriáceas, que oferecem igualmente efeito ornamental. As gloxínias são as mais conhecidas, com flores em forma de sino, e em cores bastante variadas, com folhas grandes e aveludadas. Suas condições de cultivo são bastante semelhantes às da violeta africana, com a diferença de que se propagam por bulbos. A columéia, ideal para cultivo em jardineiras e vasos suspensos, e as epísceas, que tem nas flores coloridas seu maior atrativo, são outros tipos disponíveis da mesma espécie.

Célia Borges

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